“Nós somos humanos e cometemos erros” – Facebook justifica-se perante parlamento britânico

Semelhante ao que ocorreu no Senado americano, o Facebook “sentou-se” perante o parlamento britânico. Durante cerca de quatro horas, o chefe de tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer, respondeu às questões dos representantes britânicos numa sessão que foi menos amigável e mais assertiva do que a sessão americana que contou com a presença do próprio Zuckerberg.

Publicidade política passará a ser sinalizada já em Junho

A publicidade de teor político passará a ser sinalizada enquanto tal, e com referência à entidade que pagou pela mesma já a partir de Junho deste ano. Esta é uma das principais novidades desta sessão de esclarecimento dada ao Comité do Digital, Cultura, Media e Desporto do parlamento britânico.

Uma sessão incómoda para o Facebook

A sessão foi muitas vezes desconfortável para o Schroepfer, e o presidente da comissão, Damian Collins, não fez questão de esconder esse facto: “Mr Schroepfer, que é o braço direito de Mark Zuckerberg e o homem que nos foi garantido que poderia representar a sua visão, hoje falhou em responder a muitas questões específicas e detalhadas em relação às práticas comerciais do Facebook”, referiu numa declaração após o representante do Facebook ter sido ouvido. E a lista de dúvidas por esclarecer não é pequena: Damian Collins sublinhou que ficaram quase 40 pontos por esclarecer.

“Nós somos humanos”

“Nós somos humanos e cometemos erros.” Enquanto era ouvido, Schroepfer sublinhou que queria fazer eco às palavras de Mark Zuckerberg em relação aos erros cometidos pelo Facebook. “Quero começar por fazer eco ao nosso CEO, Marck Zuckerberg: o que aconteceu com a Cambridge Analytica representa uma quebra de confiança, e nós pedimos desculpa pelo sucedido. Nós cometemos erros e estamos a tomar acções para garantir que não voltará a acontecer”.

O representante do Facebook recusou-se a responder a diversas questões devido “às investigações a decorrer” pela comissão de informação britânica e pela comissão eleitoral. Os membros do comité sublinharam que estas investigações não impediam legalmente Schroepfer de responder às suas questões, e queixaram-se do padrão do Facebook de “esconder informação” e de “não colaborar” com as autoridades para se atingirem soluções em relação a problemas como as “fake news”, as interferências externas em eleições democráticas de diversos países ou a utilização de informação dos cidadãos para fins políticos.

A questão do Brexit

Os membros da comissão também levantaram questões em relação ao papel desta plataforma social no referendo do Reino Unido para abandonar a União Europeia. Schroepfer não negou a responsabilidade do Facebook, dizendo que poderia ter sido feito mais em relação aos usos de má-fé da plataforma. Porém, sublinhou que não existe evidência que a Cambridge Analytica tenha participado nesse referendo em particular com qualquer tipo de publicidade, utilização de páginas ou aplicações.

O caso da Cambridge Analytica parece não querer parar de assombrar a plataforma de Zuckerberg.

Fonte: Reuters

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