Apresento-vos o MAGGIE (Mars Aerial and Ground Intelligent Explorer), uma proposta ousada para explorar Marte que, se não fosse pelo financiamento da NASA para a primeira fase do seu desenvolvimento, poderia ter acabado num canto esquecido.
Inspirado no helicóptero Ingenuity, que superou as expectativas da NASA com mais de 70 voos bem-sucedidos em Marte, o MAGGIE aspira a continuar a explorar o planeta vermelho a partir do ‘ar’ em busca de água.
O que torna o design do MAGGIE especial? É um avião elétrico de asa fixa, alimentado por uma grande quantidade de painéis solares. Além disso, é um VTOL (Vertical Take-Off and Landing), ou seja, foi projetado para descolar e aterrar verticalmente.
Conseguir algo assim na fina atmosfera de Marte requer uma eficiência extraordinária. E é isso que os seus criadores, a empresa Coflow Jet, prometem com a tecnologia CFJ: um coeficiente de sustentação em cruzeiro de 3,5, dez vezes maior do que o dos aviões subsónicos convencionais.
Mais eficiência também significa maior autonomia. Com a bateria totalmente carregada, o MAGGIE tem um alcance de 179 km a 1.000 metros de altitude, o que significa que pode percorrer 16.048 km por ano marciano (o equivalente a 24 meses terrestres). Para colocar isso em contexto, a circunferência de Marte é de 21.344 km.
Colocar um avião autónomo em Marte teria muitas utilidades, começando pelas investigações atmosféricas e geofísicas, por exemplo, para descobrir a fonte do metano detectado pelo rover Curiosity ou como o efeito dínamo do seu núcleo foi gerado.
Também poderia mapear a água subterrânea em latitudes médias. Poderiam existir depósitos menores e mais acessíveis para futuras missões humanas do que os que a ESA acabou de encontrar com a sonda Mars Express.
No entanto, ainda não está claro se veremos o MAGGIE materializado. Por enquanto, recebeu financiamento do programa NIAC (NASA Innovative Advanced Concepts) para tentar. Estará nas mãos da Coflow provar que é viável.
O MAGGIE representa uma proposta inovadora e ousada para a exploração de Marte. A sua capacidade de voar na fina atmosfera marciana, alimentado por painéis solares e com a capacidade de descolar e aterrar verticalmente, torna-o uma ferramenta potencialmente valiosa para a investigação científica e a exploração do planeta vermelho.
Na minha opinião, o MAGGIE é um exemplo emocionante do tipo de inovação que a exploração espacial pode inspirar. Embora ainda haja muitas incertezas, estou ansioso para ver como este projeto se desenvolve no futuro.
Fonte: Nasa