A NASA continua a surpreender-nos com as suas inovações e avanços tecnológicos. Recentemente, a agência espacial americana actualizou o firmware da Voyager 2, uma sonda espacial que foi lançada há mais de 40 anos e que se encontra a 20.000 milhões de quilómetros da Terra. Este feito notável é uma prova do compromisso da NASA em continuar a explorar o espaço, mesmo quando as sondas estão muito além do nosso sistema solar.
A actualização do firmware foi necessária para resolver problemas no sistema de controlo AACS da Voyager 2, que orienta a sonda espacial, e para abordar a questão dos resíduos de combustível que se acumulam nos estreitos tubos dos seus propulsores. O objectivo principal desta actualização é garantir que a Voyager 2, e a sua sonda irmã, a Voyager 1, continuem a explorar o espaço pelo menos até ao 50º aniversário do seu lançamento.
Suzanne Dodd, directora do projecto Voyager do JPL, responsável pela missão, explicou que este patch é como uma apólice de seguro que nos protegerá no futuro e nos ajudará a manter estas sondas em funcionamento o maior tempo possível. Estas são as únicas naves espaciais que já operaram no espaço interestelar, pelo que os dados que enviam são excecionalmente valiosos para a nossa compreensão do nosso universo local.
A actualização do firmware foi um desafio, dada a idade avançada da sonda e a distância a que se encontra da Terra. A comunicação com a Voyager 2 é muito lenta, com uma velocidade de apenas 160 bits por segundo, e leva pelo menos 18 horas para enviar dados para a sonda. Além disso, devido à antiguidade da sonda e ao atraso na comunicação, existe um risco de que o patch possa sobrescrever o código essencial ou ter outros efeitos indesejados na sonda.
A aplicação técnica do patch focou-se no sistema de controlo e nos resíduos de combustível. Os propulsores das Voyager são usados principalmente para manter as antenas das sondas apontadas para a Terra, para manter as comunicações. No entanto, os resíduos de combustível gerados e acumulados nos tubos de entrada estão a tornar-se um problema significativo. Para resolver este problema, o JPL desenhou ajustes no intervalo de rotação que permitam um menor número de arranques dos propulsores.
A missão Voyager foi originalmente programada para durar apenas quatro anos, mas a NASA prolongou-a várias vezes, permitindo que as sondas visitassem Urano e Neptuno e, eventualmente, saíssem da heliosfera, uma bolha protetora de partículas e campos magnéticos criada pelo Sol. As sondas Voyager têm estado a viajar pelo sistema solar (e agora além) durante as últimas quatro décadas, transformando a nossa compreensão do nosso bairro estelar e revelando informações sem precedentes sobre o espaço interestelar.
Este feito é um testemunho da determinação e inovação da NASA, e um lembrete do valor inestimável das missões Voyager. As sondas Voyager, com a sua capacidade de enviar dados do espaço interestelar, são uma fonte inestimável de informação sobre o nosso universo local. A sua continuação é essencial para a nossa compreensão contínua do espaço.
Na minha opinião, a NASA deve ser aplaudida por este feito notável. A actualização do firmware da Voyager 2 é um exemplo inspirador de como a tecnologia e a inovação podem ser usadas para superar desafios e expandir os limites do conhecimento humano. Estou ansioso para ver o que a Voyager 2 e a sua sonda irmã, a Voyager 1, irão descobrir a seguir na sua jornada pelo espaço interestelar.
Fonte: Nasa