Desde os primórdios do sistema operativo Windows, uma pequena aplicação tem acompanhado silenciosamente os passos de cada utilizador, desde os mais novatos aos mais experientes. Falo, claro está, do Microsoft Paint, o humilde programa de desenho e edição de imagens que se tornou um ícone da simplicidade e funcionalidade.
Hoje, quero levar-vos numa viagem pelo tempo e pelo espaço digital, explorando o passado, presente e futuro deste software que, contra todas as probabilidades, continua a reinventar-se e a manter-se relevante na era da inteligência artificial.
O Paint, ou Paintbrush como era conhecido nos seus primeiros anos, tem sido uma constante no universo Windows desde a versão 1.0. Em 2025, o Paint celebrará o seu 40º aniversário, um marco impressionante que partilha com o próprio Windows e outras aplicações pioneiras como o Bloco de Notas. Ao contrário do WordPad, anteriormente chamado Write, que já não faz parte da suíte de aplicações do Windows, o Paint tem resistido ao teste do tempo.
Paint é frequentemente considerado uma ferramenta básica, muitas vezes subestimada, que passou longos períodos sem receber atualizações significativas. Houve momentos em que se especulou que a Microsoft poderia descontinuar o programa. Em 2017, esses rumores pareciam tornar-se realidade quando a empresa anunciou planos que apontavam para o fim do Paint. No entanto, rapidamente esclareceram que, embora o Paint se tornasse uma instalação opcional, não seria o fim da linha para este clássico da computação.
Recentemente, o Paint tem mostrado sinais de uma evolução surpreendente. A inteligência artificial, que tem ganho terreno em praticamente todos os aspectos da tecnologia moderna, está prestes a ser integrada no Paint. Uma das funcionalidades anunciadas é a eliminação inteligente de fundos de imagens, uma ferramenta que promete elevar a simplicidade do Paint a um novo patamar de utilidade. Além disso, a Microsoft tem planos para incorporar funções generativas de modelos de linguagem de aprendizagem profunda (LLM), algo que tem estado em voga recentemente.
O futuro do Paint parece ainda mais brilhante com o desenvolvimento de uma nova funcionalidade chamada LiveCanvas. Podemos antecipar que esta funcionalidade permitirá não apenas a criação de novas imagens, mas também a edição avançada de imagens existentes, incluindo a já mencionada eliminação de fundos. Se estas previsões se concretizarem, estaremos a testemunhar a maior evolução do Paint desde a sua criação.
O que começou como uma ferramenta simples de desenho e edição de imagens está a transformar-se numa plataforma que abraça as tecnologias mais avançadas do nosso tempo. O Paint prova que mesmo os programas mais modestos podem evoluir e surpreender-nos, mantendo-se ao mesmo tempo fiéis à sua essência. Estou ansioso para ver como o LiveCanvas irá revolucionar a forma como interagimos com a criação e edição de imagens digitais, e como o Paint continuará a ser uma parte integrante da nossa experiência informática.
Fonte: mspoweruser
