A Microsoft está à procura de reatores nucleares de próxima geração para alimentar os seus data centers e IA, de acordo com o The Register.
A Microsoft acredita que os reatores nucleares de próxima geração podem alimentar os seus data centers e as suas ambições de IA. A empresa publicou uma lista de oferta de empregos relacionados com a estratégia de energia nuclear da empresa.
Os data centers consomem muita eletricidade, o que poderá frustrar as metas climáticas da empresa, a menos que esta consiga encontrar fontes limpas de energia. A IA, que consome muita energia também, torna os fatores ecológicos num desafio ainda maior a ser superado pela Microsoft. De recordar que a IA dominou o evento Surface da Microsoft na semana passada.
A energia nuclear não cria emissões de gases com efeito de estufa. Mesmo assim, também poderá abrir uma “caixa de pandora” no que diz respeito ao tratamento de resíduos radioativos e à construção de uma cadeia de abastecimento de urânio. O papel que a energia nuclear deveria desempenhar no combate às alterações climáticas ainda é muito debatido, mas o cofundador da Microsoft, Bill Gates, é há muito um grande fã desta tecnologia.
Com base na nova lista de oferta de empregos, tudo indica que a Microsoft está a apostar em reatores nucleares avançados como resposta. No anúncio lê-se que é necessário alguém para “liderar iniciativas de projetos para todos os aspetos da infraestrutura de energia nuclear para o crescimento global”. A Microsoft procura especificamente alguém que possa implementar um plano para pequenos reatores modulares (SMR) – os reatores de próxima geração. Ao contrário dos seus antecessores mais antigos e muito maiores, estes reatores modulares são mais fáceis e baratos de construir.
Recentemente a Comissão Reguladora Nuclear dos Estados Unidos certificou um projeto SMR pela primeira vez, o que permite que as concessionárias escolham o projeto ao solicitar uma licença para uma nova usina. E este passo pode abrir um capítulo totalmente novo para a energia nuclear.
Um SMR requer, todavia, mais urânio altamente enriquecido, chamado HALEU, do que os reatores tradicionais atuais. Até agora, a Rússia tem sido o maior fornecedor mundial de HALEU. Depois, surge também a questão do destino a dar aos resíduos nucleares.
