A gigante da tecnologia Meta, anteriormente conhecida como Facebook, enfrenta um desafio significativo na Europa. O regulador europeu de Proteção de Dados (EDPB) tomou a decisão urgente de proibir a Meta de usar anúncios baseados no comportamento dos utilizadores, ou seja, a publicidade personalizada. Esta decisão surge após um pedido da Autoridade de Proteção de Dados norueguesa.
A Meta tem duas semanas para cessar a publicidade personalizada, uma prática que é fundamental para o funcionamento do Instagram e do Facebook. Esta proibição não é uma surpresa, pois a decisão tem vindo a ser preparada há meses. Segundo o EDPB, em dezembro de 2022, eles já haviam abordado a Meta para explicar que o processamento de dados pessoais para publicidade personalizada não era legal.
A presidente finlandesa do Conselho Europeu de Proteção de Dados, Anu Talus, afirma que durante todo este tempo, a Meta não demonstrou cumprir a ordem de não processar a publicidade com base no comportamento dos utilizadores. Devido à falta de ação por parte da Meta, o regulador teve que impor este ultimato.
Coincidentemente, esta proibição surge ao mesmo tempo que a Meta decidiu oferecer uma versão paga sem anúncios para o Facebook e Instagram, com preços que variam entre 10 e 16 euros por mês. Esta semana, a Meta anunciou oficialmente que na Europa permitirá pagar para não ter publicidade e que os menores de 18 anos não verão anúncios.
A Meta acredita no seu plano de pagamento. A empresa que engloba o Facebook e Instagram explica que o EDPB não levou em conta a sua última decisão. A Meta afirmou que já anunciou que dará às pessoas da UE e do Espaço Económico Europeu a oportunidade de dar o seu consentimento e, em novembro, oferecerá um modelo de assinatura para cumprir com os requisitos regulamentares.
A proibição da publicidade personalizada pela Meta na Europa é um desenvolvimento significativo na regulamentação da privacidade dos dados. A decisão do EDPB reflete uma crescente preocupação com a forma como as empresas de tecnologia usam os dados dos utilizadores para fins de publicidade. No entanto, a resposta da Meta, oferecendo uma versão paga sem anúncios, sugere uma possível mudança no modelo de negócios das redes sociais.
Na minha opinião, embora a proibição possa parecer um golpe para a Meta, pode também ser uma oportunidade para a empresa reavaliar e ajustar o seu modelo de negócios. A introdução de um modelo de assinatura pode ser uma maneira eficaz de cumprir as regulamentações, mantendo ao mesmo tempo uma fonte de receita.
Fonte: edpb