Manifestantes Versus Polícia de Intervenção

A atuação policial no passado dia 14 de Novembro na manifestação agendada pela CGTP em frente à Assembleia da República provocou as mais variadas opiniões. De um lado a PSP e o Primeiro-Ministro consideram um procedimento “adequado e necessário” em contrapartida manifestantes relatam casos de violência e injustiça.

Pedro Passos Coelho, atual Primeiro-Ministro, apoia totalmente a prestação da polícia de intervenção e afirma que quando os limites são ultrapassados “é obrigação dos órgãos de soberania, e neste caso também das polícias, atuarem de forma proporcionada e adequada para desincentivar quaisquer abusos no futuro e para manter a ordem no presente”.

Cavaco Silva, Presidente da República, também se mostrou indignado e “apontou o dedo” aos manifestantes : ” são pessoas apostadas na violência, que querem destruir a sociedade e por isso a polícia não pode deixar de ter todo o apoio dos portugueses para enfrentar atitudes como esta”.

Do lado dos que “ecoaram a sua voz”, os movimentos Plataforma 15 de Outubro, Sem emprego, 12 de Março e Precários Inflexíveis referem uma “brutalidade assustadora usada pelo Governo para assustar e intimidar” os manifestantes. Uma questão também levantada pelos Precários Inflexíveis é saber quem deu a ordem de avanço ao corpo policial, no entanto, a polícia já esclareceu que partiu da estrutura do comando da PSP com o conhecimento do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.

Relativamente ao número de detenções fica no ar se foram 20 ou 120 pessoas a serem detidas pelos agentes, no entanto, alguns dos detidos fazem-se «ouvir» esclarecendo aquilo que foi um dia «diferente» nos calabouços do Tribunal do Monsanto para onde foram encaminhados. ” Ficaram cinco em cada cela onde só cabiam duas ou três pessoas”, Lúcia Gomes revela ainda que uma das detidas foi «despida» e que muitos foram insultados por uma agente policial.  Entre os demais detidos; um artista plástico de 27 anos conta que nunca tinha estado numa manifestação mas achou que não podia ficar mais em casa, quando a polícia entrou em ação não conseguiu fugir e apanhou bastonadas na cabeça que o levaram ao hospital; Um estudante-trabalhor de 21 anos foi identificado em vídeos a atirar pedras aos agentes e acabou com um hematoma num olho e um dente partido devido a uma bastonada na cara; Informático, 31 anos único estrangeiro entre os detidos afirma que não é violento é sim um verdadeiro budista, foi à manifestação como faria no seu país, Itália, e acabou no Tribunal do Monsanto.

De destacar que esta carga policial foi destaque em todos os órgãos de comunicação social do país, as imagens correram a Europa e Portugal vive cada vez mais um período de contestação e violência.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui