LG G8s ThinQ: a análise completa de um “middle-end”

A fabricante, Life’s Good coloca à venda mais um novo equipamento no segmento médio de smartphones — com vista no conjunto de três câmeras traseiras — o LG G8s, que promete ser uma alternativa à concorrente Samsung, mais precisamente, os Samsung A series. As últimas semanas foram de avaliação. Acompanhe a nossa análise a mais um bem-sucedido equipamento da marca.

O equipamento anunciado em fevereiro de 2019, foi colocado à venda em junho do mesmo ano. O G8s constituí uma alternativa interessante quando o objetivo não é adquirir o novíssimo G8. A conectividade tem sido uma das apostas da LG nos mercados nacionais e internacionais, no entanto, o novíssimo G8s não possuí conectividade 5G — se procura este nicho de mercado, consulte a nossa análise ao LG V50 ThinQ 5G.

Tendo em consideração que a concorrência, por exemplo, o Samsung S10e ou o Xiaomi Mi 9, oferecem oportunidades interessantes, a Life’s Good não se ficou, apresentando o seu equipamento, lançado no mercado em junho. Sabendo que todos estes foram anunciados em fevereiro e lançados em março (à exceção do LG que foi em junho).

Desempenho

A nível de desempenho, o G8s ThinQ não apresenta qualquer tipo de problema na sua capacidade de resposta. Não poderia ser de outro modo, afinal o processador Qualcomm Snapdragon 855 assegura essa mesma estabilidade ótima para um smartphone.

CPU/GPU

  • Qualcomm Snapdragon 855;
  • Octa-core (1×2.84 GHz Kryo 485 & 3×2.42 GHz Kryo 485 & 4×1.78 GHz Kryo 485);
  • Qualcomm Adreno 640 (585MHz, presumidamente);
  • Qualcomm® Quick Charge™ 4+ technology;

Segundo dados do Antutu Benchmark v8.0.2, o LG G8s ThinQ teve um comportamento muito bom em termos gerais de desempenho, uma vez que se apresenta como um smartphone middle-range. O processador Snapdragon 855 faz com que este equipamento ultrapasse 89% da concorrência com 139.010 pontos. Quando falamos do processamento gráfico, este modelo equipado com uma Adreno 640 ultrapassa apenas 75% dos seus oponentes. Por fim, quando falamos de UserExperience (UX), que conta com 50.714 pontos, alcança e vence uns modestos 65% dos equipamentos no mercado.

RAM/ROM

  • ROM 128 GB;
  • ROM expansível por microSD até 2 TB;
  • RAM 6 GB;
  • 6 GB Low Power Double Data Rate 4 (LPDDR4X);

A quando da análise do V50 ThinQ, tínhamos uma classificação elevada no desempenho de CPU e GPU e até mesmo da UX do Android, neste equipamento esta baixa na comparação com outros equipamentos e, em termos de memória sobe de pontuação mas mantém uma derrota de apenas 49% de todo o mercado.

Quando falamos da conectividade do dispositivo, falamos de inúmeras vantagens. O Bluetooth 5.0 que consegue transferências de 2 Mgps. Contudo, em termos de Wi-fi, podemos contar com bandas de 5 GHz e 2.4 GHz, no entanto, ao contrário de outros equipamentos do mercado, que trás grandes benefícios em termos de velocidade e ligação à rede. Através da antena dupla antena 802.11ac (160 MHz) conseguimos teoricamente velocidades de 1.69 Gbps.

Em termos práticos, o desempenho deste equipamento para o dia-a-dia é excelente, ainda para mais, para um equipamento middle-range. A versão, LM-G810, testada não possui conexão tipo 6.0 de Wi-fi, e sim, o mais comumente utilizado Wi-fi 5.0. Quanto ao processamento e utilização da RAM, abrimos e utilizados aplicações/jogos como “Subway Surfers”, “Real Racing 3” e “Pokemón Go” que exigem algum processamento, os desempenhos foram animadores.

Fotografia — quad camera smartphone

A nível de fotografia, a LG presenteou-nos com um quad-camera smartphone — três câmeras traseiras e uma frontal. Sinceramente, fiquei bastante surpreendido pela positiva relativamente às câmeras traseiras, mesmo com a ultra-wide de 12 MP invés de 16 MP (como foi utilizado no V50 ThinQ).

Sensores traseiros

  • 13 MP ULTRA-WIDE, abertura de f/2.4, 1.0µm, em AF
  • 12 MP STANDARD, abertura de f/1.5, 1.8µm, dual pixel PDAF, 3-eixos OIS
  • 12 MP TELEPHOTO, abertura de f/2.6, 1.0µm, 2x zoom ótico, PDAF, OIS

A lente standard associada ao modo manual, com apenas 12 megapixels, recorre-se do seu sensor de qualidade e elevada capacidade para criar fotografias ótimas. A lente telephoto com duas vezes de zoom permite um alcance maior e maior fiabilidade do que o tradicional zoom digital para fotografias em que o destaque é objetos longe da objetiva.

Gravado em 4K@30 fps por 54 MB e compactado em 1080@30 fps por 17 MB

 

Gravação sensores traseiros

  • 2160p@30/60fps, 1080p@30/60/240fps, 24-bit/192kHz stereo sound rec, HDR10 video, gyro-EIS

A realçar, o facto de este equipamento possuir as mesmas funções da câmera (que o anteriormente testado, LG V50. Assim, mantém-se a diversidade e versatilidade na hora de adequar o modo de fotografia. A gravação em 4K@30 fps pode ser uma boa alternativa pois, neste caso, recorre a uma estabilização in-production e estabilização ótica — que garantem menos tremores na movimentação do aparelho. A possibilidade de gravação em 4K@60 poderá não ser a melhor opção se não possuir um tripé, uma vez que apenas incluí estabilizador ótico. Em termos de velocidade de captura, a função que mais interessante é a de gravação em slow-motion, 1080p@240 fps!

Sensores frontais

  • 8 MP STANDARD, abertura de f/1.9, 1.12µm
  • Deep-face sensor – câmera 3D AF TOF, f / 1.4

O sensor frontal de captação de imagem, tem qualidade suficiente para captar aceitáveis fotografias de rosto ou em grupo. Por outro lado, este smartphone, acompanhando a tendência, vem com um deep-face sensor que permite ao sistema de reconhecimento facial identificar o nosso rosto em 3D para o desbloqueio do smartphone.

Gravação sensores frontais

  • 1080p@60fps, 24-bit/192kHz stereo sound rec, HDR10 video

À semelhança do que acontecia com o LG V50 ThinQ, o modo de fotografia de inteligência artificial, “AI Cam”, capta as fotografias com um excelente desempenho e com uma capacidade de adequação da palete de cores excepcional. Por outro lado, os principais pontos negativos a apontar aos sensores traseiros e frontais é o facto de compactarem em demasia as fotografias fazendo com que percam parte da grande qualidade dos seus sensores.

O modo noturno comporta-se aceitavelmente bem, pois consegue adaptar os sensores fotográficos aos cenários mais escuros de forma dinâmica atribuindo mais exposição e maior abertura da lente ou ISO.

Autonomia

A marca sul-coreana optou por incluir uma bateria de menores dimensões neste equipamento, contando apenas com cerca de 3.550 mAh, no entanto, os consumos surpreenderam. Ao que parece, com o lançamento do V50 (meses antes) serviu para refinar a otimização do Android.

Mesmo com o modo always-on-display, o equipamento comportou-se condignamente. A boa gestão da bateria até aos 50 ~ 60% é bem conseguida mas, a partir de aí, fá-lo de duas maneiras: ou castrando a potência para poupar bateria ou consumindo compulsivamente. O tempo máximo de duração da bateria num regime moderado de uso no dia-a-dia com o modo always-on-display, rede Wi-fi e 4G LTE e brilho dinâmico ativos foi de cerca de 1 dia e 12 horas até 17%. Outros períodos registados foram 1 dia e 15 horas até 9%.

O carregamento, assim como a autonomia, é demorado, menos que o V50 ThinQ, mas continua a ser um dos grandes problemas deste equipamento. “Carregamento rápido”, mas não o suficiente. A nossa recomendação passa por encerrar o equipamento durante a noite, pois assim, conseguirá obviamente estender a duração da bateria e preservar-se a si próprio no que diz respeito à exposição da radiação proveniente das trocas de comunicação entre o smartphone e as antenas de rede.

Display — FHD+, ecrã OLED

A nível de display, o dispositivo vem equipado com um ecrã capacitivo G-OLED de 6.2 polegadas (~82.0% de rácio de screen-to-body). G-OLED, significa “Glass-OLED”, ou seja, corresponde ao tradicional painel OLED ou AMOLED disponível no mercado. Infelizmente, ao contrário do V50, que utiliza “Plastic-OLED”, a Life’s Good impulsionadora do pOLED, optou, à semelhança das outras marcas por utilizar o tradicional painel OLED.

 

Os ecrãs mais modernos e mais caros utilizados pela Life’s Good são habitualmente, plastic-OLED. A vantagem dos ecrãs OLED é a sua utilização, tanto para superfícies duras como flexíveis. Se num painel LCD, a retroiluminação gasta mais energia, num OLED, os díodos emitem a sua própria luminosidade quando recebem a energia, acendendo apenas quando necessário. Assim, os ecrãs pOLED utilizam invés do tradicional vidro junto do polarizador de imagem, possuem plástico a substituir e que permite regular melhor a espessura do ecrã e de formato, mais caro, portanto.

A coreana LG optou por incluir uma resolução mais modesta, mas ainda assim que não desilude. 2248 x 1080 pixels (com uma densidade de pixel por polegada de ~401, ou seja, FHD+). A garantir a resistência do ecrã, o smartphone vem incorporado com a tecnologia Gorilla Glass 5 (e Gorilla Glass 6 na traseira do equipamento). Graças ao formato OLED, a opção “Always-on-display” que fortemente desgasta baterias, mas que é bastante útil, está disponível. Os formatos Dolby Vision e HDR 10 estão também disponíveis para disponibilizar a melhor qualidade de imagem que um equipamento móvel pode ter atualmente.

À semelhança de outros concorrentes do mercado, o G8s alberga o conhecido entalhe, em português correto, onde incluí a câmera frontal, deep-face sensor assim como um dos speakers — não que prejudique o design, mas esta moda de “notch” começou a cair em desuso e algumas marcas parecem não a querer deixar cair. Seria interessante ver um puch-hole notch ou water-drop notch (maior que permitisse enquadrar o deep-sensor). Em último caso, poderia ser utilizado um pop-up notch (bastante interessante, por sinal).

Design premium, mas gama média

A nível de design e da qualidade de construção, o modelo da marca, Life’s Good, recorreu, ao glossy-plastic para revestir o seu equipamento num tom azulado na traseira (ao estilo de espelho). Pessoalmente, prefiro um telemóvel com um plástico mais opaco e com maior aderência mas, quando comparado com o high-end da marca, melhorou a textura — menos escorregadia.

A moldura em torno do equipamento mantém a tradicional opção de alumínio que lhe confere uma maior elegância e transmite a impressão de luxuosidade. A presença de Gorilla-Glass 5 na parte frontal e Gorilla-Glass 6 na traseira reforça a resistência a impactos e quedas.

Infelizmente, a LG optou novamente por não incluir o sensor de impressões digitais por baixo do ecrã. Além disso, a opção de inclusão de câmera biseladas atribuem um relevo que só pode ser ultrapassado com uma capa protetora (não permitindo que o smartphone assente em superfícies planas). Por baixo do equipamento, uma coluna stereo, o microfone com redução de ruído, a porta USB tipo-C e uma entrada/saída de jack de áudio, que marca a persistência em manter esta tradicional e útil entrada/saída de áudio.

Qualidade sonora

A nível de som, o dispositivo conta com a tecnologia DTS: X Surround Sound, amplamente utilizada pela Life’s Good e que permite transformar colunas stereo do telemóvel num “som tridimensional” na forma de surround digital.

Que melhorias trás esta tecnologia em concreto, podiam perguntar. Primeiramente, o principal benefício é para quando se ouve música (como numa coluna), a segunda, se a sua onda é mais o gaming, poder ouvir o jogo como se estivesse dentro dele. Por último, filmes com muita ação (se estiver num sítio que possa fazer “barulho”).

Este equipamento, contrariamente ao V50 ThinQ não conta com a tecnologia Hi-Fi Quad DAC que permite uma melhoria significativa do áudio do jack de áudio. A própria LG enviou na caixa, fones de ouvido (com alguma redução de ruído) que serve de exemplo para demonstrar a qualidade desta última tecnologia incorporada, mas que neste equipamento não usufrui em pleno da sua qualidade.

Android 9 Pie — Interface UX 8.0

A interface utilizada no G8s, é a UX 8.0 que modifica o Android 9 Pie do Google, ajustando para a habitual aparência dos smartphones da Life’s Good. Ao contrário do que acontecia com outros smartphones da marca, este também possibilita mais opções de personalização do sistema operativo. A função particular que mais agradou, deste LG G8s, foi a de ativar e desativar funções com base na localização do aparelho. Por exemplo, podia definir locais como “Casa” e “Trabalho”, onde o “telemóvel sabe” se pretende que o equipamento esteja ligado por 4G ou Wi-fi, ou por exemplo, se prefere que ele se encontre em modo silencioso.

Este modelo, possuí igualmente um botão do Assistente do Google. Um toque, inicia a Assistente e um toque duplo mostra seu o feed de informações. Apesar de ser interessante, torna-se problemático quando o pressionamos sem querer (apesar de em relação de ter melhorado a posição em relação ao V50), no entanto, para quem usa com frequência como eu, nota que é vantajoso quando não surge oportunidade de chamar “Ok, Google!” ou “Hey, Google!”.

A inteligência artificial tem um papel algo importante neste novo equipamento. O novo processador Snapdragon 855 possuí um chip dedicado a inteligência artificial, e a corena LG aproveitou-o, como não poderia deixar de ser. A assinatura ThinQ tem como objetivo a conexão com a internet das coisas e a inteligência artificial. Se nas câmeras, temos ajuda na escolha automática das tradicionais das cores, brilho, exposição e contraste, a inteligência artificial potenciada pela tecnologia ThinQ permite receber notificações a avisar que se encontra perto de equipamentos aos quais se pode conectar.

Preço

O sul-coreano, G8s ThinQ, encontra-se disponível nas lojas Worten, assim como, na Fnac Online, que pode expedir o equipamento para Portugal. O preço do G8s na Worten é de 699,99€. Contudo, o preço na Fnac Online para Portugal, tem um preço de 492,36€ (equipamento novo, expedido de Espanha).

Porquê da compra? Prós e contras

A decisão de compra de um equipamento depende em grande parte das opções que cada consumidor faz do seu equipamento. Alguns dos aspetos mencionados abaixo podem refletir os seus pontos-chave aquando da compra.

Vantagens

  • DTS:X Surround Sound;
  • Boa ergonomia;
  • Moldura em Alumínio;
  • Elevado desempenho em jogos (Snapdragon 855);
  • Câmeras traseiras de excelente qualidade;
  • OLED display com Gorilla Glass 5;
  • Gravação em 4K@30/60 fps;
  • Gravação em 1080p@30/60/240 fps, slow-motion;
  • Disponível em Portugal;
  • Melhorias notórias no Android;

Desvantagens

  • Construção em plástico glossy;
  • Carregamento demorado;
  • Fotografias demasiado compactadas;
  • Overpriced (preço muito acima do suposto)
  • Não possuí compatibilidade 5G;

Veredito

A escolha das especificações para o G8s ThinQ da sul-coreana, Life’s Good, que não peca quer pela qualidade de fabrico como estética, é pensado para um público mais jovem (com algumas posses, pois setecentos euros por um telemóvel não é para qualquer um!) ou para um público mais adulto em regime de uso semi-intensivo. Consegue, facilmente, dar resposta a um dia de trabalho, mas limitado na medida em que, se ultrapassar 5 ou 6 horas de uso intensivo (com ecrã ligado), pode ter uma surpresa na percentagem de bateria restante. Útil para todo o tipo fotografias ou filmagens. Graças ao Qualcomm Snapdragon 855 consegue-se um high-end em processamento (mesmo que apenas no neste aspeto). Ainda que o ecrã tenha menores dimensões que outros equipamentos do mercado, não perde grande parte da sua vantagem comparativa. O design reflete um pouco da tendência mais jovem, mas que teima em não abandonar o “notch”, agora mais tradicional. Assim, se procura um smartphone que obedeça aos requisitos mencionados anteriormente, o LG G8s ThinQ apresenta-se como uma escolha viável e interessante a considerar na hora de mudar de telemóvel.

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