A gigante da tecnologia Apple está a preparar-se para dar um passo significativo no campo da inteligência artificial (IA), com Tim Cook, o CEO da empresa, a confirmar que o iOS 18 será uma peça central nesta nova fase. Espera-se que esta atualização seja a mais significativa na história do iPhone, prometendo transformar a forma como interagimos com os nossos dispositivos.
A questão que se coloca é se a IA será processada localmente nos dispositivos ou na nuvem, uma decisão que terá um impacto profundo na potência e privacidade dos serviços oferecidos. A chave para esta questão pode estar no processador dos futuros iPhone 16. A TSMC, fabricante taiwanesa, será responsável pela produção dos chips A18, e fontes próximas indicam que as capacidades de processamento de IA destes chips “melhorarão consideravelmente”.
Além de um processador principal fabricado com tecnologia de 3 nanómetros, como o A18 Pro dos iPhone 15 Pro, os iPhone 16 terão um motor neuronal mais avançado, com um aumento significativo no número de núcleos, embora o número exato ainda não tenha sido revelado. Este é um desenvolvimento notável, dado que a Apple raramente aumenta o número de núcleos do seu motor neuronal, que começou com dois núcleos nos iPhone 8 e X em 2017 e atingiu dezesseis núcleos nos iPhone 12.
Outra novidade é a possibilidade de que todos os modelos da linha iPhone 16 venham com o mesmo chip, uma abordagem que não é vista desde a distinção introduzida com os iPhone 14 entre os modelos ‘Pro’ e ‘não-Pro’. Esta uniformidade de hardware poderia simplificar a experiência do utilizador e garantir que todos os dispositivos ofereçam um desempenho de IA consistente.
No entanto, há uma preocupação com a possível limitação da IA em modelos de iPhone anteriores. Enquanto empresas como a Google e a Samsung têm abordagens diferentes em relação à retro compatibilidade das suas inovações em IA, a Apple parece inclinar-se para incluir várias gerações de iPhone na sua estratégia de IA. Contudo, é provável que os novos modelos de iPhone sejam os que mais beneficiarão destas inovações.
A execução dos processos de IA é crucial e requer hardware específico. Enquanto ferramentas como o ChatGPT funcionam em qualquer dispositivo porque são executadas em servidores da OpenAI, a Apple poderia optar por um modelo misto de execução, utilizando tanto o processamento local quanto os seus próprios servidores, o que poderia levantar questões de privacidade.
Os futuros Macs com chip M4 também deverão receber melhorias significativas no motor neuronal, indicando que a aposta da Apple na IA não se limita aos iPhones. A empresa planeia um aumento de 50% nos pedidos à TSMC em comparação com 2023, o que sugere uma expansão substancial da sua capacidade de IA.
Embora ainda não saibamos exatamente quais as novidades que a Apple planeia introduzir na área da IA, um projeto conjunto com a Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, o modelo MGIE, pode dar-nos uma pista. Este modelo de código aberto permite editar imagens usando linguagem natural, o que poderia ser um indicativo do tipo de funcionalidades que a Apple pretende integrar nos seus dispositivos.
A aposta da Apple na fotografia e na edição de imagens com IA parece ser um passo lógico e promissor, e estou curioso para ver como isso se traduzirá em funcionalidades práticas e úteis para o dia a dia dos utilizadores.
Fonte: 9to5Mac