José Hermano Saraiva morre aos 92 anos

José Hermano Saraiva
O historiador faleceu aos 92 anos

O historiador José Hermano Saraiva morreu esta manhã, vítima de doença prolongada, aos 92 anos. O antigo ministro da Educação faleceu na sua casa em Setúbal.

Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas e em Ciências Jurídicas, o professor José Hermano Saraiva ficou conhecido pelos seus programas televisivos dedicados à História de Portugal. O historiador não resistiu a doença prolongada falecendo hoje em casa, mas ainda estão por conhecer mais pormenores.

Antes de se dedicar à história nacional, José Hermano Saraiva ocupou o cargo de ministro da Educação entre 1968 e 1970. Envolvido na política, durante o Estado Novo, foi deputado à Assembleia Nacional, procurador à Câmara Corporativa e ministro da Educação. Esta sua presença em época salazarista ficou marcada pela crise académica, em 1969. Entre 1972 e 1974, o professor Saraiva exerceu o cargo de embaixador de Portugal no Brasil. Foi também professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, tendo acumulado a vida letiva com a advocacia.

Mesmo tendo quem pusesse em causa as suas “histórias” sobre a história de Portugal, José Hermano Saraiva tornou-se numa figura apreciada em Portugal, bem como junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, tido como o “conhecedor” de Portugal.

Na RTP sempre teve vários programas sobre a história e evolução de Portugal. O programa ficou marcado pelo seu discurso carismático e pessoal. Em 1971 estreia-se na televisão com o programa “Horizontes da Memória” vencendo o Prémio da Imprensa para o Melhor Programa do Ano. Foi ainda protagonista de programas como  “Gente de Paz”, que assinalou o seu regresso à RTP em 1978, “O Tempo e a Alma”, “Histórias que o Tempo Apagou” e “A Alma e a Gente”.

Com um total de 180 mil exemplares vendidos, o seu livro “História concisa de Portugal” foi um dos que mais sucesso teve indo já na 25.ª edição. A obra foi traduzida em espanhol, italiano, alemão, búlgaro e chinês. Ainda na literatura e na História, Hermano Saraiva publicou exemplares como “Uma carta do Infante D. Henrique”, “O tempo e alma”, “Portugal — Os últimos 100 anos”, “Vida ignorada de Camões” ou “Ditos portugueses dignos de memória”.

Nascido em Leiria, a 3 de Outubro de 1919, José Hermano Saraiva foi o terceiro filho de José Leonardo Venâncio Saraiva e de sua mulher Maria da Ressurreição Baptista. Casou com Maria de Lurdes de Bettencourt de Sá Nogueira, sobrinha-bisneta do 1.º Marquês de Sá da Bandeira, com quem tinha cinco filhos.

12 COMENTÁRIOS

  1. Foi um enorme prazer conhecer pessoalmente este grande Português. É com enorme tristeza saber do seu falecimento. Partiu com toda a certeza o maior defensor da grande nação que é PORTUGAL, R.I.P.

  2. conhessi-o pessoalmente era uma pessoa muito culta e com muita sabeduria, conhessi tambem a sua esposa sobre o senhor jose hermano saraiva desaparesseo uma grande figura e um grande homem, os meus pesamos a toda a familia

  3. É com enorme pesar que envio as minhas condolências, para a Exmª. Família do Professor, Doutor, José Hermano Saraiva, que mostrou a História de Portugal, a todos os portugueses.
    Honrou e Amou a sua Pátria, que muitos hoje tentam esquecer. Deixou-nos mais pobres na
    Cultura, ficaram os seus livros. Bem Haja. PAZ À SUA ALMA.

  4. Foi o maior Professor de Portugal! Conseguiu motivar a maior Turma (10 milhões). Conseguiu transmitir o amor à Pátria.
    Ficamos tristes mas sabemos que está nas mãos de Deus, nas Suas mãos!

  5. Era um gosto ouvir o professor. Da época da minha formação a nossa história não foi aprofundada, por isso o professor que viamos através da tv foi importante para o conhecimento desta.
    Até sempre,
    JCC

  6. Bem haja Professor. Foram 40 anos a ensinar-nos a História de Portugal. Eu, poderia estar horas a ouvi-lo que nunca me cansaria. Gostava tanto que não tivesse que partir…
    Até sempre,
    LP

  7. O Professor José Hermano Saraiva era uma das personalidades que eu mais admirava, talvez pela minha paixão pela nossa História o que, em parte, lho devo, pois cresci como tantos portugueses a ouvir as suas fantásticas “aulas” através das viagens que fazia pelo país e que nós tão bem acompanhávamos. Gostaria apenas de mostrar a minha indignação relativamente aos órgãos da comunicação social pela (quase) total ausência de homenagens póstumas realizadas. Afinal, parece que a música, o cinema ou o teatro são mais importantes do que a história deste país!?

  8. Basta pensar no modo como «biografou» Camões… É que, como diz a sabedoria popular, «quem toca vários burros ao mesmo tempo, algum há-de ficar para trás…». Já na Antiga Grécia houve «pseudo-sofistas» (também chamados «sofistas sofísticos e demagogos») que de modo algum são confundíveis com os autênticos Sofistas da estirpe de um Protágoras ou de um Górgias… De igual modo, este “neo-sofístico” transmissor televisivo, dotado de uma certa capacidade gestual, teatral e habilidade oratória, sabia manipular audiências incultas e desprovidas de espírito crítico, sem proporcionar qualquer oportunidade para o aberto exercício do contraditório argumentativo da parte de quem o quisesse questionar ou mesmo refutar… Se algo de importante me foi dado aprender com as suas «charlas» televisivas, foi que não é o “ilusionismo” verbo-gestual e retoricista que pode substituir a indagação epistemologicamente enquadrada e fundamentada nem o rigor exegético e hermenêutico… JHS: um Historiador?!… Não. JHS: um ilusionista e um confusionista inventor e contador de «estórias» em nome da História?!… Sim… Mas o que importa acima de tudo, num destino que a todos nos toca e é congenial à Vida é: paz à sua alma e que a terra lhe seja leve!…

  9. É com pesar que tomei conhecimento do falecimento, do professor José Hermano Saraiva.
    Assisti sempre na tv, o seu programa “A Alma e a Gente” na RTP2.
    Para a familia enlutada, sinceras condolências. E que deus guarde cuide e tenha a sua alma descansada em paz. amén

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