Já é possível reciclar lixo eletrónico

Uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra desenvolveu e testou um conjunto de novas técnicas que permitem aplicar a política do reduzir, reutilizar e reciclar (os famosos 3Rs) ao lixo eletrónico, referiu em comunicado enviado à imprensa aquela instituição de ensino – investigação que representa um novo passo no combate à poluição tecnológica.

Os cientistas introduziram uma nova arquitetura para materiais macios, como compósitos condutores e substratos que satisfazem os objetivos 3R, desenvolveram técnicas de fabrico autónomas, incluindo padrões digitais de alta resolução e soldagem de microchips numa única etapa, e ainda tecnologias de suporte para a reciclagem de materiais e componentes.

De acordo com os investigadores, o lixo eletrónico é dos resíduos tóxicos com crescimento mais acentuado nos últimos anos e, atualmente, a sua produção atingiu um nível alarmante de 7 kg por pessoa/ano.

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Mahmoud Tavakoli, primeiro autor do artigo científico publicado na revista “Advanced Materials”, explica que a efetiva aplicação dos 3R’s à eletrónica só é possível se se puder “demonstrar novas técnicas de fabrico que, por um lado, dependem de materiais resilientes, reparáveis e recicláveis e, por outro, podem competir com as técnicas existentes em termos de resolução de padrões, implementação multicamada, integração de microchips e fabrico autónomo”.

De referir que apenas 1/5 do lixo eletrónico é enviado para reciclagem, e só uma pequena percentagem de metais preciosos, principalmente ouro, é recuperada.

A investigação, que está em curso no Instituto de Sistemas e Robótica do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, introduz uma nova arquitetura para uma produção escalável, autónoma e de alta resolução de dispositivos eletrónicos 3R, apresentando também uma mudança de paradigma e fornecendo as bases para a próxima geração de dispositivos eletrónicos recicláveis.

Quando descartados, parte dos equipamentos como telemóveis, computadores e máquinas fotográficas vai para o lixo comum e a outra parte é reciclada, já que estão cheios de materiais que podem ser reutilizados. A questão é que a percentagem que não é reciclada terá de aumentar.

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