Irmãos mortos pela mãe eram vítimas de violência física e emocional

irmaos mortos pela maeNo último fim-de-semana de Janeiro, os corpos de dois irmãos foram encontrados dentro de um carro, em Oeiras, mortos supostamente pela própria mãe. É também conhecido um passado de violência e instabilidade emocional.Relatórios entregues no Tribunal de Família e Menores de Cascais sobre David, de 13 anos, e Rúben, de 12 anos, os dois irmãos mortos pela mãe em Janeiro, confirmam que estes sofriam de violência doméstica física e psicológica. As duas crianças era forçadas pela mãe a pedir dinheiro ao pai e, quando não o conseguiam, eram agredidas. A “instabilidade emocional” da mulher é também sublinhada nos documentos entregues à justiça.

De acordo com relatórios de acompanhamento do caso dos dois irmãos, as duas crianças relataram “episódios de violência física e emocional, tendo sempre como contexto pedir dinheiro ao pai”. As vitimas “eram obrigadas pela mãe a enviar emails ao pai com o intuito de pedirem dinheiro”. Quando o pai negava, “eram agredidos fisicamente e emocionalmente pela mãe”. As duas crianças disseram que, muitas vezes, “falavam com o pai às escondidas”, por recearem “represálias da progenitora”, referem os mesmos relatórios.

A mulher, de 40 anos, terá mesmo ameaçado os filhos de que, caso a intervenção da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) fosse permitida, eles “iriam ser retirados do agregado familiar e colocados numa instituição com beliches e pulgas”.

Nos mesmos relatórios, citados pela TVI, existem ainda dados de que, em contatos com entidades oficiais, a mãe das crianças manifestou “instabilidade emocional”. Como quando se dirigiu em agosto do ano passado à junta de freguesia da sua área de residência para pedir apoio na alimentação dos filhos, David e Rúben, argumentando que “o pai não estava a contribuir com a pensão de alimentos”.

Na mesma altura, referiu também que casa que habitava com os filhos tinha deixado de ter abastecimento de energia elétrica devido a falta de pagamento, situação em que culpabilizou novamente ao antigo companheiro. “A progenitora apresenta uma grande instabilidade emocional, não aceitando qualquer ajuda médica”, indicam os relatórios.

Perante todos estes dados, o Tribunal de Família e Menores de Cascais decidiu retirar a custódia à agressora e atribui-la ao pai, ficando os avós maternos de supervisionar as visitas da mãe.

Poderá ter sido esta decisão judicial o motivo da morte de David e Rúben, envenenados pela mãe, num sítio isolado do Jamor, perto da Faculdade de Motricidade Humana, em Oeiras, e no suicídio da mulher.

Gonçalo Melo Breyner, procurador do Tribunal de Cascais, referiu à TVI que os prazos da atuação da justiça “foram respeitados”.Contudo, o procurador lamentou a falta de técnicos de saúde mental para apoiar a mulher, e da Segurança Social para garantir que a proteção dos menores era assegurada. Disse ainda que “Devia ter havido mais alguma cautela. Tem que ser a família a aplicar essas cautelas. Não tem que ser o tribunal a garantir, o tribunal não tem meios para isso”.

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