Inteligência artificial pode aumentar segurança de infraestruturas críticas

Muito se tem falado sobre a Inteligência Artificial (IA) passar a ser usada como forma de apoio à tomada de decisão, no aumento da eficácia e segurança na operação de infraestruturas críticas (tipicamente operadas por humanos) nos setores energéticos (rede elétrica) e transportes (ferrovia e tráfego).

E, neste momento, este é o objetivo do projeto europeu AI4REALNET – AI for REAL-World NETwork operation – liderado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).

A finalidade deste projeto é concretizar uma colaboração entre humanos e a IA com vista a apoiar decisões operacionais tomadas por operadores humanos que criem condições para a descarbonização destes setores, melhoria na qualidade de serviço e eficiência, resolvendo, por exemplo, “possíveis congestionamentos nestas infraestruturas e contribuindo para aumentar a eficiência dos investimentos em setores críticos para a sociedade”, lê-se na nota enviada à imprensa. O AI4REALNET vai estar centrado nas áreas da rede elétrica, ferrovia e controlo de tráfego aéreo.

Apostando em diferentes formas de interação entre humanos e a IA, o projeto foca-se numa aprendizagem conjunta. “O que se pretende não é substituir um pelo outro, mas garantir que a IA surge como um apoio à tomada de decisão mais rápida, operacionalizando, até, de forma autónoma, determinadas tarefas”, afirma Ricardo Bessa, investigador sénior do INESC TEC responsável pelo projeto e coordenador do Centro de Sistemas de Energia (CPES).

Em setores onde a intervenção humana é ainda predominante, a integração de novas tecnologias centradas em IA surge como uma oportunidade para reduzir o volume de trabalho dos operadores, respondendo aos desafios e necessidades dos setores.

Para aplicar e demonstrar sistemas de decisão com base em IA em casos de uso na indústria, revelando um valor adicional tangível, os desenvolvimentos do AI4REALNET serão validados em seis casos de uso liderados pelos parceiros industriais dos três domínios.

Para atrair e construir uma comunidade global de IA, serão utilizados ambientes digitais já existentes e amigáveis à IA de código aberto, nomeadamente Grid2Op, Flatland e BlueSky.

“Esperamos ter novos algoritmos e novas abordagens para que possamos inspirar outros grupos de investigação, outros operadores de infraestruturas críticas (por exemplo distribuição de água, telecomunicações) e contribuir para colocar a Europa na liderança da Inteligência artificial”, conclui o responsável. Todos os resultados serão disponibilizados em código aberto.

O projeto é liderado pelo INESC TEC e, para além de Portugal, conta com a participação de organizações de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Suíça, Suécia e Áustria. No total, o consórcio reúne 17 parceiros.

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