A Hyundai, um dos ícones da mobilidade a fuel-cell de hidrogénio, tem assistido à forte ascenção dos veículos cem por cento elétricos — algo que a sul-coreana tem também desenvolvido ao longo dos últimos anos, com modelos cujo o desempenho e notoriedade é conhecido, como é o caso do Hyundai Kauai.
O reforço da mobilidade elétrica por parte da Hyundai fica patente através do último relatório apresentado, onde são anunciadas duas novas linhas de produção exclusivamente dedicadas à produção de veículos elétricos: uma a ser introduzida no próximo ano e outra em 2024 com vista a reforçar a sua oferta no mercado dos veículos eletrificados.
O funcionamento das células de hidrogénio é bastante simples, mas bastante dispendioso ao nível do fabrico dos componentes. O automóvel pode levar entre 350 a 700 bar de pressão de hidrogénio, ao qual se junta oxigénio recolhido do exterior do automóvel, que através de um processo inverso ao da eletrólise combina o hidrogénio com o oxigénico resultando em água quente (que sai pelo tubo de escape). Esta energia gerada pelo processo químico serve para a alimentar o motor elétrico.
O primeiro modelo da Hyundai, o Hyundai Tucson Fuel-Cell foi lançado em 2013, tendo sido precedido pelo Hyundai Nexo em 2018. Contudo, parece que esta tecnologia não tem sido muito bem aceite pelo consumidor face aos elevados custos. O ano de 2019 serviu para que fossem vendidos 7.707 automóveis a hidrogénio contra 1,68 milhões de automóveis elétricos — isto demonstra os motivos da Hyundai ter alterado os seus planos.
Dado que não parece ser este o momento dos automóveis movidos a hidrogénio, a Hyundai move-se agora com um foco maior para os veículos 100% elétricos — não abandonando os automóveis movidos a hidrogénio —, o que motivou a construtora a falar com a Samsung, a SK Group e a Life’s Good que operam baterias e diversos equipamentos eletrónicos, necessários à produção de baterias com maior capacidade.
Ao ver o avanço cada vez mais consolidado de marcas como a Volkswagen, a General Motors e, principalmente, a Tesla, os sul-coreanos proprietários da Kia continuam confiantes em vender mais de um milhão de veículos totalmente elétricos por ano até 2025, o que a conduziria a 10% do mercado global de automóveis.
O tradicionalismo da marca coreana levou a que “[…] não esperasse que a Tesla fosse dominar o mercado de veículos elétricos tão rapidamente”, confirmou junto da Reuters fonte próxima da Hyundai, ou pelo menos, que conhece o pensamento coletivo da empresa que se tem dedicado ao mercado automóvel à diversos anos.
De momento, a Hyundai é a contrutora em quinto lugar no mundo, em conjunto com a Kia Motors permitindo a agilidade necessária e que permitiu que o grupo liderasse a difícil tarefa de alavancar novos veículos elétricos. “Temos a total certeza de que a Hyundai nunca ficará para trás”, acrescentou a fonte.
O Hyundai Kona Electric é um dos poucos modelos totalmente elétricos que continua a vender até ao momento. Existe ainda um grande caminho a percorrer, no entanto, apesar de ter vendido 86.434 veículos no ano passado, acima dos 73.278 vendidos pela Volkswagen, mas atrás dos 367.500 produzidos e vendidos pela Tesla, a marca planeia novos 23 modelos elétricos até 2025.
Assistimos pacientemente a uma mudança na indústria — que se tem revelado cada vez mais estrutural — mas que promete uma mudança na mobilidade, com a introdução de mais elétricos no parque automóvel mundial, mas substancialmente em território europeu face às novas imposições.
Fonte IOL