Em 2018, o gigante da tecnologia Google fez uma oferta de 147 milhões de dólares à Epic Games, na tentativa de garantir que o popular jogo Fortnite fosse lançado na Google Play Store. No entanto, a Epic Games rejeitou a oferta, uma decisão que poderia ter custado ao Google uma perda de receita estimada entre 130 e 250 milhões de dólares.
A oferta do Google foi revelada durante o recente julgamento entre a Epic Games e a Google. A vice-presidente de alianças do Google, Purnima Kochikar, revelou que a oferta foi feita com o objetivo de garantir a presença de Fortnite, um dos jogos mais bem-sucedidos, na sua loja e evitar que outros desenvolvedores seguissem o exemplo da Epic Games e abandonassem a Play Store.
A disputa entre a Epic Games e o Google remonta ao lançamento de Fortnite para dispositivos móveis Android. O Google cobra uma comissão de 30% sobre cada compra interna num videojogo, uma prática que a Epic Games não estava disposta a aceitar. Como resultado, em 2018, a Epic Games lançou Fortnite no seu próprio portal. Embora o jogo tenha estado disponível para download na Play Store em 2020, foi posteriormente removido pelo Google. Atualmente, Fortnite só pode ser baixado em dispositivos Android através do site da Epic Games.
A Epic Games também enfrentou a Apple num julgamento semelhante, devido às comissões cobradas pela empresa por cada compra. Embora a Apple tenha ganho o caso, a Epic Games conseguiu uma pequena vitória, pois a Apple foi obrigada a permitir outros sistemas de pagamento.
Wake up.
November 3rd. Where we droppin’?#FortniteOG pic.twitter.com/Tw1yVxF4FB
— Fortnite (@FortniteGame) November 2, 2023
A oferta milionária da Google à Epic Games para lançar Fortnite na Google Play Store revela a importância e o valor que as empresas de tecnologia atribuem aos jogos populares. No entanto, a rejeição da oferta pela Epic Games demonstra a determinação da empresa em desafiar as práticas de comissão estabelecidas por empresas como a Google e a Apple.
Na minha opinião, este caso é um exemplo claro de como as empresas de jogos estão a lutar para manter o controlo sobre os seus produtos e a resistir às práticas de comissão das grandes empresas de tecnologia. Acredito que este caso poderá abrir caminho para futuras mudanças na forma como as empresas de tecnologia e os desenvolvedores de jogos interagem e fazem negócios.