Não há dúvidas que o simples facto desta possibilidade é chocante, já que o motor de pesquisa do Google é o mais utilizado no mundo. No entanto, esta polémica acaba de ser conhecida, após a Diretora Geral da Google para a Austrália e Nova Zelândia ter falado no Senado na Austrália, sobre uma nova proposta de lei que quer obrigar as empresas da internet a pagar pelos links referentes à imprensa local.
As autoridades australianas estão a trabalhar numa lei que exigiria que o Facebook, o Google e outros gigantes da internet pagassem aos meios de comunicação pelo uso de seu conteúdo. Agora, de acordo com o The Sydney Morning Herald, A Google poderá ser obrigada a suspender o Google Search na Austrália se fosse forçado a pagar por notícias. Mel Silva, diretora do Google no país, disse ao Senado em uma audiência: “Se esta versão do código se tornasse lei, não nos daria nenhuma escolha a não ser parar de disponibilizar a Pesquisa do Google na Austrália”.
As autoridades do país estavam a neogciar um acordo que tornaria os pagamentos voluntários. No entanto, depois de ver o impacto da pandemia nas receitas publicitárias da indústria de imprensa, o governo mudou os seus planos para tornar os pagamentos obrigatórios.
Como resposta, o Google publicou uma carta aberta em agosto de 2020, alertando os utilizadores que a pesquisa gratuita e os serviços do YouTube estão “em risco” no país se o governo implementar a lei proposta. A gigante da tecnologia também abandonou os seus planos de lançar um News Showcase na Austrália.
Quando questionado sobre a declaração do Google, o primeiro-ministro Scott Morrison disse: “As pessoas que querem trabalhar na Austrália, são muito bem-vindas. Mas não respondemos a ameaças. ” Silva nega que a sua declaração tenha sido uma ameaça. “É uma realidade”, disse ela, esclarecendo que retirar a Pesquisa no país é o “pior cenário”.
Ela disse que fazer pagamentos a agências de notícias por conteúdo prejudicaria os negócios do Google, e a proposta “estabeleceria um precedente insustentável para (os seus) negócios e a economia digital”. Ela acrescentou: “Não é compatível com o funcionamento dos mecanismos de pesquisa ou com o funcionamento da Internet”. Em uma publicação publicada pela Google, ela disse que está “comprometida em alcançar uma lei viável e há um caminho claro para chegar lá”.
Além do Google, o Facebook também se opôs aos pagamentos obrigatórios desde o início. A rede social não ameaçou deixar a Austrália caso a proposta virasse lei, mas não seria mais capaz de oferecer notícia como produto.