Google ameaça excluir imprensa francesa do motor de busca

O gigante norte-americano Google pode vir a excluir jornais e sites franceses do seu sistema de buscas. Tudo porque o governo francês estuda a hipótese de aprovar um projeto-lei, apelidado de “lei Google” que obrigaria a empresa a pagar uma taxa de cada vez que o conteúdo de um jornal ou revista for citado no motor de busca.

O projeto francês traduz a posição dos órgãos de comunicação do país que querem ver cobrada uma espécie de imposto por “direitos de autor” já que acreditam estar a ser afetados pela migração dos publicitários dos media impressos para os media online, e também que a disponibilização dos seus conteúdos gratuitamente beneficia (economicamente) a Google.

Jornais e revistas pretendem, assim, defender-se da quebra de receitas publicitárias, postura apoiada pela ministra da Cultura e da Comunicação francesa, Aurélie Filippetti, que considera a ideia “extremamente pertinente” e defende que “a Europa ficará mais forte se nos unirmos em torno desta ideia”.

Por sua vez, a Google discorda da possível nova lei. Num documento  enviado a ministros do executivo francês, a empresa diz que “não pode aceitar” a introdução deste tipo de direitos que “poriam em causa a sua própria existência” e “limitariam o acesso à informação“.

Para a Google, a nova lei seria prejudicial também para os utilizadores e comunicação social francesa e até para a própria promoção de conteúdo em língua francesa na internet, ao desencorajar sites de redirecionarem links com conteúdo francês.

A multinacional norte-americana alega ainda que é responsável por quatro milhões de cliques todos os meses na imprensa online francesa.

Esta não é, contudo, uma questão de agora (já está na gaveta há três anos), nem exclusiva de França. Na Alemanha, uma lei semelhante foi aprovada em agosto pelos ministros e aguarda votação no parlamento alemão. Também na Bélgica, legislação idêntica foi aprovada em 2011, e os jornais mais populares, incluindo Le Soir e La Libre Belgique, já não aparecem nas pesquisas do Google.

Fontes: Le Figaro e The Telegraph

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