A Google está a ser acusada de disfarçar o quanto a indústria da aviação impacta o meio ambiente, segundo noticia o Guardian.
A suspeita é alimentada pelo facto de a gigante tecnológica ter deixado de divulgar as emissões de outros gases de efeito de estufa que não CO2 no seu motor de busca de viagens. O Google Flights retirou essa informação no mês passado e neste momento só é possível consultar dados sobre as emissões de dióxido de carbono dos voos. A questão é que os cientistas alertam que cerca de dois terços das emissões do setor são de outros gases que não o CO2.
Quando a mudança ocorreu, a Google não fez qualquer comunicado público sobre a omissão dos valores; publicou apenas uma nota numa conta de um desenvolvedor no site de partilha de códigos Github.
Os cientistas alertam que as pessoas podem estar a ser levadas a acreditar que as suas viagens aéreas afinal até têm uma pegada ecológica, o que não é verdade.
Com este bloqueio à informação sobre as emissões dos aviões, também a Skyscanner, Booking.com, Tripadvisor, e outros sites que utilizam os dados da Google, ficam sem informação precisa para divulgar aos seus clientes.
Os dados eram fornecidos através de uma parceria com a Travalyst, uma organização sem fins lucrativos de turismo sustentável criada pelo príncipe Harry. A ONG diz que não é muito fácil calcular a percentagem dos elementos que vão para a atmosfera e que a divulgação da informação pode tornar-se confusa para o consumidor.
O cientista da Greenpeace no Reino Unido, Doug Parr, contrapõe dizendo que a informação tornada pública não é suficiente e que, mesmo que seja difícil estimar o impacto ambiental total, existem soluções melhores do que simplesmente “apagar” os danos.
A Google acabou por admitir que a informação é relevante e que irá analisar a situação.
Além de CO2, quando um avião queima combustível liberta óxidos nitrosos, dióxido de enxofre e partículas que interferem com as propriedades da atmosfera e que podem ter um maior impacto do que o dióxido de carbono.