Um grupo de cientistas da Fundação Kessler defendeu a incorporação da tecnologia de realidade virtual (RV) na pesquisa de reabilitação cognitiva em esclerose múltipla (EM).
Na fundação foi apresentada uma estrutura conceptual que apoia a RV como adjuvante à reabilitação cognitiva tradicional e ao treino físico para EM, que demonstrou que a RV pode fortalecer os efeitos das terapias de reabilitação tradicionais, aumentando a entrada sensorial e promovendo a integração e o processamento multissensorial.
“Desenvolvendo o raciocínio para incluir a realidade virtual na reabilitação cognitiva e abordagens de treino de exercícios para gerir a disfunção cognitiva na EM”, explica um dos pesquisadores sobre o trabalho que foi publicado em acesso aberto como parte da edição especial “Cognitive Impairment and Neuropsychiatric Dysfunctions na Esclerose Múltipla”.
As terapias farmacológicas atuais para a EM não são eficazes para a disfunção cognitiva, uma consequência comum da Esclerose Múltipla que afeta a vida diária de muitos indivíduos. Essa falta de eficácia sublinha a necessidade de se considerar outras abordagens para gerir esses déficits cognitivos incapacitantes.
A inclusão da tecnologia VR na pesquisa de reabilitação e no tratamento da EM tem o potencial de, além de melhorar a cognição, também facilitar a transferência desses ganhos cognitivos para melhorias nas funções quotidianas, de acordo com Brian Sandroff, Ph.D., o investigador sénior do Centro de Neuropsicologia e Pesquisa em Neurociência da Fundação Kessler.
Os ambientes virtuais são flexíveis e variados, permitindo que os investigadores controlem o alcance e a progressão dos desafios cognitivos, com potencial para maiores adaptações e efeitos de intervenção mais fortes. A RV também permite a incorporação de estratégias de reabilitação cognitiva em sessões de treino físico, o que pode resultar numa abordagem mais direta para melhorar domínios cognitivos específicos através da prescrição de determinados exercícios.
Fonte: Kessler Foundation