Gerar frio através do sol: pode parecer contraditório mas é esta a base do FRISOL, o frigorífico que recorre à energia solar para acionar o processo de refrigeração e manter-se frio durante dois ou três dias sem sol. Como? Graças ao isolamento térmico da caixa frigorífica.
A ideia partiu, em 2007, de um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, e pode em breve chegar ao mercado. O protótipo, com equipamento completamente autónomo, já existe. Prepara-se agora para entrar em fase de otimização, testes de robustez e estudo de novas aplicações práticas. E até já há interessados. “A indústria já manifestou interesse por se tratar de uma tecnologia de baixo custo», adianta José Costa, um dos coordenadores do projeto.
Para além do reduzido custo, o FRISOL tem outras vantagens. “Em zonas remotas sem rede elétrica, como por exemplo, em África, pode ser utilizado na conservação não só de produtos alimentares, mas essencialmente de medicamentos”, afirma o investigador. Além disso, pode também ser usado em alternativa aos frigoríficos convencionais, apenas necessitando de energia solar para trabalhar.
O princípio de funcionamento é aparentemente simples: o “coração” do sistema é a sílica-gel, colocada no interior de um coletor solar, completando-se o circuito com um condensador, um reservatório de condensados, um evaporador (onde é produzido o frio) e uma caixa frigorífica. O fluido refrigerante é a água, e o sistema funciona sob vácuo, sendo por isso necessário retirar todo o ar do interior do sistema.
