Fim dos plásticos! Material revolucionário desaparece no lixo

Nos dias de hoje, o plástico é um dos materiais mais utilizados e, simultaneamente, um dos mais problemáticos para o meio ambiente. A sua durabilidade, que inicialmente parecia uma vantagem, transformou-se numa desvantagem significativa devido à sua resistência à decomposição.

No entanto, um avanço promissor na ciência pode mudar este panorama e inaugurar uma nova era de sustentabilidade.

Desde embalagens de alimentos até componentes de automóveis, a sua utilidade parece não ter limites. Contudo, a sua durabilidade é uma faca de dois gumes. Devido à sua resistência à degradação, o plástico acumula-se no ambiente, poluindo oceanos, rios e até o ar que respiramos. Esta acumulação tem impactos devastadores na fauna e flora e, inevitavelmente, na saúde humana.

Felizmente, a ciência está a desenvolver soluções inovadoras para este problema persistente. Uma das inovações mais promissoras é o conceito de “plástico vivo”. Este novo tipo de plástico incorpora esporos bacterianos que contêm enzimas capazes de acelerar a decomposição do plástico após o fim da sua vida útil.

A ideia é simples, mas brilhante. Os cientistas introduziram esporos de bactérias em polímeros plásticos. Estas bactérias são geneticamente modificadas para produzir enzimas que decompõem o plástico quando este começa a deteriorar-se. No caso de um tipo específico de plástico, a policaprolactona (PCL), este processo pode ocorrer em metade do tempo que levaria normalmente.

O processo de criação deste plástico revolucionário começa com a identificação de bactérias capazes de produzir proteínas que se alimentam de plástico. A primeira descoberta significativa ocorreu em 2016, numa planta de reciclagem no Japão. A partir daí, cientistas conseguiram isolar e replicar estas bactérias em laboratório, criando versões artificiais que são incorporadas diretamente no plástico.

Um exemplo concreto é o uso da bactéria Bacillus subtilis, que foi geneticamente modificada para incluir uma enzima chamada lipase, proveniente da Burkholderia cepacia. Esta enzima, juntamente com outra proveniente da Candida Antarctica, acelera a decomposição do plástico. Para além disso, marcadores fluorescentes indicam quando as esporas começam a sua atuação, permitindo um controlo preciso do processo de degradação.

Embora os resultados iniciais sejam promissores, existem desafios a superar. Por exemplo, a capacidade das esporas sobreviverem ao processo de fabrico de plásticos que requerem temperaturas mais elevadas é uma preocupação. No entanto, experiências demonstraram que estas bactérias podem operar eficazmente em diversos tipos de plásticos, como o PET e o PLA, que são amplamente utilizados em embalagens e produtos descartáveis.

Outro aspeto importante é garantir que a degradação do plástico só ocorre quando desejado. Testes em garrafas de refrigerante mostraram que o plástico permanece estável por períodos prolongados antes de iniciar a decomposição, o que é crucial para a sua viabilidade comercial.

Fonte: ScienceAlert

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