Uma espaçonave russa Soyuz acoplada à Estação Espacial Internacional (ISS) começou a perder líquidos no início do mês passado, levando a preocupações sobre se a espaçonave seria segura para transportar os membros da tripulação da ISS de volta à Terra.
A NASA e a agência espacial russa Roscosmos anunciaram que irão enviar uma espaçonave substituta para o astronauta da NASA Frank Rubio e os cosmonautas da Roscosmos Sergey Prokopyev e Dmitry Petelin para regressar a casa. Um SpaceX Crew Dragon também está disponível como uma opção de contingência, caso seja necessário.
A Roscosmos irá enviar uma Soyuz substituta chamada MS-23 para a ISS, com o seu lançamento previsto para 20 de fevereiro para que possa ser usada para devolver os astronautas à Terra. Esta missão estava programada para ser lançada em março com novos tripulantes, mas será agora lançada mais cedo e sem tripulação.
A NASA está a referir-se à nova Soyuz como um veículo de substituição, não um resgate, e enfatiza que a tripulação da estação espacial está segura. “Não estamos a chamar isto de Soyuz de resgate. A tripulação está segura a bordo da estação espacial”, disse Joel Montalbano, gerente do programa da Estação Espacial Internacional no Johnson Space Center da NASA em Houston, num briefing. “Não existe necessidade imediata da equipa voltar para casa hoje. Todos os sistemas estão a funcionar”.
Uma imagem dos danos à Soyuz acoplada foi obtida usando o braço robótico da estação espacial onde mostra que existe um buraco no radiador da Soyuz, bem como no tubo que fornece o refrigerante. Com a perda do refrigerante do sistema, será perigoso voar no veículo, pois as temperaturas podem atingir níveis elevados durante uma viagem de regresso à Terra.
“O principal problema para pousar a atual Soyuz com a tripulação seriam as condições térmicas porque perdemos a capacidade de dissipar o calor na Soyuz”, explicou Sergei Krikalev, diretor executivo de Programas de Voo Espacial Humano da Roscosmos, no briefing. Entre o calor corporal dos tripulantes, o calor criado pelos equipamentos e o calor causado pelo atrito durante o deslocamento do veículo na atmosfera, as temperaturas nos compartimentos da tripulação e dos equipamentos podem atingir níveis inseguros.
Quando a nova Soyuz chegar à estação espacial, o equipamento será transferido do veículo antigo para o novo. Em seguida, a nova Soyuz será usada para trazer a tripulação de volta à Terra, e a antiga Soyuz fará a aterragem como programado, mas sem tripulação, para que possa ser verificado os danos e seus efeitos no seu desempenho.
“A Soyuz que irá regressar fará algumas medições de temperatura para medir como o veículo se comporta neste cenário, de modo que, se precisarmos no futuro, teremos alguns dados adicionais”, disse Montalbano. “Portanto, vamos usar totalmente este veículo até ele pousar de volta na Terra.”
Também existe a possibilidade de a SpaceX usar o seu veículo Crew-5 Crew Dragon atualmente ancorado como um backup para devolver os astronautas à Terra, se necessário. A NASA diz que está em contato com a SpaceX sobre a situação, mas este é apenas um plano de contingência e não deve ser necessário se a tripulação puder viajar na nova Soyuz.
A NASA diz que irá anunciar as datas precisas para os próximos meses dos voos planeados nas próximas semanas.
Fonte: Space