Entenda a polêmica da Libra, a criptomoeda do Facebook

Membros do congresso dos Estados Unidos solicitaram ao Facebook a suspensão do lançamento da Libra, a moeda digital criada pela rede social de Mark Zuckerberg – a pessoa mais perigosa do mundo, de acordo com professor da NYU. A razão para solicitação foi exposta pelo Comitê de Serviço Financeiros em carta enviada a empresa. Segundo a comissão, é necessário que sejam avaliados os possíveis riscos da implementação desta nova criptomoeda no que diz respeito à segurança cibernética, mercados financeiros globais e preocupações com segurança nacional.

Anunciada em junho, a moeda funcionará em uma plataforma de blockchain, permitindo que usuários e empresas realizem transferências financeiras pelo Facebook, Messenger e WhatsApp. A supervisão dessas transações será realizada em Genebra, na Suíça, por uma aliança da qual fazem partes outras grandes empresas, como a Uber e o Spotify – todas parte da plataforma Calibra, também responsável pela operação da Libra.

Sobre isso, é importante ressaltar que, apesar de a Libra estar cercada de questionamentos desde o seu anúncio, isso não é o suficiente para afetar a imagem de outras criptomoedas já consolidadas no mercado. A Bitcoin, por exemplo, principal moeda virtual do mundo atualmente, segue sendo um investimento seguro, que pode gerar retornos financeiros palpáveis desde que você possua uma exchange Bitcoin confiável. Para que seja possível ter noção do crescimento das moedas digitais, espera-se que até o final de 2019 cerca de 300 mil estabelecimentos no Japão já aceitem a Bitcoin como forma de pagamento.

Os questionamentos em relação a Libra, contudo, não surgem apenas dos legisladores estadunidenses. Reguladores e políticos europeus também se preocupam com a maneira como a nova moeda digital será regulada e pode ver mais info no blog italiano cripto-valuta.

O principal temor é que a Libra se torne soberana, o que daria ainda mais poder aos detentores do Facebook, que já contam com as três principais redes sociais do mundo sob o seu poderio – o próprio Facebook, o Instagram e o WhatsApp. Esse fato, inclusive, já levou o congresso estadunidense a investigar o Facebook por práticas anticompetitivas.

“Se produtos e serviços como estes forem indevidamente regulamentados e não tiverem supervisão suficiente, podem representar riscos sistêmicos à estabilidade financeira dos EUA e do mundo”, esclareceu Maxine Water, deputada responsável pelo Comitê de Serviços Financeiros.

O lado obscuro do Facebook

É notável aqui que parte da desconfiança em relação a Libra advém do fato de ninguém confiar no Facebook. Isso, claro, não é nenhuma surpresa tendo em vista que a rede social já coletou informações de seus usuários sem notificá-los, utilizou-os como cobaias e também está no centro de polêmicas em relação à possíveis casos de manipulação de eleições em diversos países.

Outra questão que precisa ser levada em consideração é que a Libra não irá possuir as principais características que tornaram possível o sucesso da Bitcoin e da maioria das demais criptomoedas. Não será possível, por exemplo, minerar a Libra livremente, ou seja, criar valor “do nada”, utilizando apenas o poder de processamento do seu computador, como ocorre com a Bitcoin. A Libra também é projetada para possuir uma cotação mais estável que outras moedas digitais, ou pelo menos essa é a promessa.

Apesar disso, espera-se que, caso lançada, a Libra seja um verdadeiro sucesso. Além de já contar com o apoio de diversas outras multinacionais, a moeda digital do Facebook promete possuir funções simples, fazendo com que ela sirva como um instrumento de valor. É provável que em apenas alguns anos seja possível pedir pizza ou contratar serviços diversos pagando-os diretamente pelo WhatsApp, por exemplo. É justamente esse tipo de situação que afeta diretamente a vida das pessoas e pode conferir ainda mais poder ao Facebook, que terá outro elemento que o permitirá vigiar, de ainda mais perto, a vida de seus usuários.

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