Ensaio do Hyundai i30 Fastback 1.0 T-GDI N-Line DCT: Review

O reforço da gama sedã ou fastback tem estado de novo em voga, marcando um regresso depois de vários anos de modelos de segmento B e C desta tipologia terem escasseado entre as vastas ofertas do mercado. O i30 fastback trouxe um toque de elegância misturada com uma tendência para o desportivismo, mas sem entrar muito nessas andanças — ficamos apenas pela sensação e pelo parecer — mas não falta performance.

O paradigma que enfrentamos de transformação no setor automóvel — motivado por questões que se prendem com os impactos ambientais motivados pelas emissões nocivas dos motores de combustão interna — levaram ao abandono gradual de motorizações mais poluentes, mas por vezes, mais económicas em virtude de motores mais “castrados” em matéria de emissões e consumos, mas não menos potentes, aliás, em muitos casos mais potentes — mas com durabilidade duvidosa de diversos componentes.

O três cilindros turbo a gasolina tem demonstrado que ainda é possível lançar veículos exclusivamente a combustão, ainda que estes tenham os dias contados, pelo menos, na Europa. Entre equilíbrio, consumos e potência, a Hyundai fez, uma vez mais, um excelente trabalho com este novo i30 — pensado para longas viagens recorrendo a uma caixa automática de sete velocidades.

Desempenho do Hyundai i30 Fastback

Este veículo locomove-se recorrendo ao Kappa 1.0l a gasolina (turbo) de injeção direta de três cilindros capaz de debitar 120 cv às 6.000 rpm e 172 Nm de binário entre as 1.500 e as 4.000 rpm — a disponibilidade de um veículo a gasóleo com o desempenho de um automóvel a gasolina. Este fica completo com uma caixa de dupla embraiagem de sete marchas que garantem a melhor eficiência na deslocação.

Rápido na resposta, o 1.0l do i30 arranca com a linearidade de uma transmissão automática, onde a troca de marcha só se torna percetível no som, pois pela suavidade nem parece existirem marchas. Os consumos aumentam ligeiramente quando comparados com a edição com caixa manual, sobretudo, pelo facto de existir uma limitação eletrónica para a troca de marcha (quando coloca a transmissão em modo robotizado) abaixo de uma certa rotação. Assim, estamos limitados no parâmetro de operação do motor que funciona sempre a 1.500 ou mais rotações (que em alguns casos consome mais do que o necessário).

O i30 fastback oferece um comportamento dinâmico tanto em cidade como em estrada no estilo de proposta. Logo sedã que não deixou de ser, este é um modelo comprido e ao qual acrescem alguns cuidados no seu desempenho em velocidades mais elevadas ou de inserção em curva. Claro está que hoje em dia, as ajudas eletrónicas fazem um excelente trabalho, mas não falamos de um modelo compacto. Em matéria de direção, não existe muito a apontar, pois, visto que não falamos de um modelo desportivo (apesar do exterior), a direção não é tão reativa como se poderia esperar e acaba por ser necessário um pouco mais de vigor na mudança de direção (maior rotação do volante).

Em regime WLTP, o i30 fastback é capaz de um consumo (em baixo regime) de 7,5l/100 km; 6,0l/100 km (médio regime), capaz de 5,4l/100 km em estrada ou até 6,5l/100 km em regime de autoestrada — se é que me entende — o que leva a Hyundai a assegurar um consumo combinado de 6,2l/100 km. Capaz de atingir 196 km/h de velocidade máxima, atingir dos 0 aos 100 km/h em pouco mais de 11 segundos, oferece, para um três cilindros, um carácter preformante que combina perfeitamente com as linhas exteriores.

O que fica patente é esta junção da caixa DCT com os 3 cilindros que faz um aproveitamento do binário disponível de forma ótima para quem pretende uma condução mais desportiva ou mais moderada em cidade, por exemplo. Ficamos especialmente satisfeitos com este pormenor.

Interior do i30 N-Line Fastback

Falando do interior, o i30 fastback tem tanto de modesto quanto de desportivo, começando pelas baquets na dianteira, acabando nos bancos pespontados em vermelho — da gama N-line nos bancos pretos — com plásticos suaves ao toque ao nível do volante (e do antebraço) e plásticos rijos na parte inferior do veículo. Este jogo de texturas e core dão uma atmosfera bastante agradável ao i30.

Os bancos traseiros oferecem espaço suficiente para três adultos, no entanto, face à limitação da edição fastback/sedã, a altura pode ser um problema se tiver mais do que 1,80m. Mesmo com as dimensões das baquets desportivas, o espaço para as pernas (na traseira) é mais que suficiente. Já na frente, os apoios lombares e cervicais dos bancos dianteiros são fenomenais para longas viagens e bastante confortáveis que acrescentam à atmosfera do i30 Fastback N-Line.

Este re-styling oferece alterações não só no exterior como no interior ao nível do volante, manete das mudanças, os pedais e das grelhas cromadas da ventilação. A caixa automática tem agora uma manete com melhor aspeto, um volante com uma boa pega, uma consola central grande o suficiente, em que também o quadrante é digital, pedais metálicos (com toques de borracha) e travão imobilizador elétrico. O novo Hyundai i30 mantém a simplicidade de acesso rápidos (em botões físicos), no entanto, suprime algumas funcionalidades exclusivas, agora, presentes no sistema de infoentretenimento.

Design e dimensões do veículo

O i30 fastback tem 4,46 metros de comprimento, 1,8 metros de largura e 1,43 metros de altura, o habitual no segmento. O depósito de 50 litros — apesar de pouco mencionado — fica um pouco aquém do que poderia ser. De qualquer modo, a bagageira do carro (de 450 litros) permite uma arrumação ideal para quem costuma viajar, sobretudo, pelo facto ser um fastback e não um veículo sedã.

A atualização do i30 trouxe, na dianteira, uma grelha reformulada em formato de favo, com “entradas” de ar falsas (opacas) e uma nova assinatura luminosa, mas sobretudo tornando mais finas as linhas da anterior geração — transmitindo uma sensação mais desportiva e agressiva na dianteira. Na traseira, as diferenças são menos notórias, pois o conjunto luminoso é idêntico, sobretudo na edição N-Line.

A altura ao solo deste modelo e o espaço na cava das rodas conferem um aspeto bastante mais robusto ao modelo que usa McPherson na dianteira e Multilink na traseira maximizando o desempenho em estradas em pior estado, permitindo uma dinâmica mais poderosa que combina com o design exterior do veículo. Isto conjugado com uma jante de 17” que assegura um maior conforto aos ocupantes, sem perder muito do seu carácter preformativo.

Estes quase dois metros de largura transmitem uma robustez aparente maior, pois reforça o volume do modelo, mas sobretudo uma maior presença em curva, não mencionaríamos nós, não fosse este um modelo fastback. Pessoalmente, esta largura fazem da traseira e da dianteira os pontos fortes estéticos do modelo, pois quando o vemos de lado, o encanto já não é tão grande como se espera de um veículo destes, mas ainda assim, não se fica nada atrás dos seus concorrentes de segmento B+ e, talvez, segmento C.

Conforto de condução

Não estamos perante um modelo crossover, logo o quesito conforto pode suscitar pontos-de-vista diferentes, no entanto, dentro dos sedã, o trabalho da suspensão, em conjunto com as jantes de 17″ fazem um irrepreensível trabalho na diminuição das trepidações e oscilações do asfalto.

Isto associado às baquets do modelo N-Line, permite uma posição de condução ainda mais entusiasmante e relaxante para as suas pernas e coluna — mesmo depois de várias horas ao volante do i30 de 120 cv. O isolamento sonoro vem também contribuir para este entusiamos, pois não existem barulhos parasitas significativos, mas não deixamos de ouvir aquele rugido do motor em alturas de maior aceleração.

Para quem gosta de modelos sedã ou, dos mais recentes, fastback este i30 N-Line pode proporcionar um conforto interessante em matéria de confortabilidade, já para quem não é tão apreciador ou conhece a traseira do i30 hatchback poderá não achar tão fácil de estacionar, mas nada que não se resolva com as ajudas à condução e de estacionamento que na maioria das vezes já fazem 50% do trabalho em situações mais apertadas.

A reatividade do modelo com caixa automática (DCT) permite uma condução bem mais agressiva do que o seu homólogo de transmissão manual, o que também pode ser interessante para o conforto do ponto de vista que se pode concentrar na estrada e esquecer a troca de marchas e a embraiagem. Hoje em dia, muitos modelos já são atrapalhados pela troca manual de marcha, mas nunca deixam de perder aquele carisma que lhes é inerente — sobretudo para os amantes do automobilismo.

HyperFocal: 0

Veredito

O novo i30 fastback pode ser adquirido a partir de 25.506,46€ nesta versão única a gasolina (turbo) 1.0l de 120 cv. O que vale o preço, tendo em conta que vem equipado de série com transmissão automática. A edição que testámos foi N-Line DCT — um pacote mais desportivo, tanto no interior como no exterior — que custa mais 1.900,00€ que a versão de entrada.

Oferecendo uma condução confortável, aliado a consumos interessantes (em ciclo WLTP) conseguimos obter muito perto daquilo que são os consumos previstos em cada momento da nossa condução, conseguindo um grau de satisfação bastante elevado. A proposta de valor do veículo condiz com o seu preço, ou não estaríamos nós a falar de uma versão com transmissão automática, mesmo equipando uma motorização a gasolina — habitualmente mais barata que uma, a gasóleo ou híbrida.

É ideal para toda a família, oferecendo a possibilidade de praticar uma condução com aspirações mais desportivas, mas também uma condução mais banal e confortável, ideal para o dia-a-dia de trazer o veículo para o trabalho ou levar os filhos à escola. O comprimento pode impressionar, no entanto, se isso não for um problema, saiba que pode sempre contar com as ajudas de estacionamento para o colocar no sítio certo de forma rápida e sem grandes transtornos.

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