É verdade que já há algum tempo que se tem vindo a falar disso, sendo que até têm surgido rumores que a própria Apple já se prepara para essa alteração no seu iPhone, que é o dos poucos aparelhos da empresa que ainda mantém a utilização da porta lightning proprietária.
Ora, os planos da própria Apple que já pondera esta possibilidade não é por acaso, já que há vários anos que a União Europeia tem apontado na obrigação de uma única porta de carregamento, e que agora foi tornada oficial.
Hoje, dia 7 de junho de 2022, o Parlamento Europeu e os Estados-Membros da União Europeia chegaram a um acordo acerca da proposta para um carregador comum, o USB-C. Desta forma, em toda a União Europeia é obrigatório que os equipamentos eletrônicos, seja smartphones, tablets, e-readers, auriculares, câmaras digitais, headphones e heatsets, consolas de videojogos portáteis e colunas que são recarregáveis através de um cabo de carregamento terão de ser equipados com uma porta USB-C, independentemente do seu fabricante.
Obviamente que a primeira empresa que nos vem à cabeça que terá estes problemas é a Apple, mas não é a única. Se tem uma máquina de barbear da Philips, por exemplo, certamente que conhece o cabo de carregamento proprietário da marca utilizada em todos os seus produtos de barbear, bem como também visualizamos isto muito bem no mercado dos computadores, que apesar de ter vindo a adotar o USB-C em muitos modelos, em grande parte mantém o seu compartimento proprietário disponível.
Também os computadores portáteis terão de se adapta a esta nova regra, o que, também neste caso, é muito bom sinal, pois apesar de vir a crescer o número de portáteis que já utilizam USB-C para carregarem, continua a haver um sem número de cabos proprietários para isso, de cada fabricante.
Outra regra interessante é que os consumidores serão capazes de escolher se querem ou não um carregador quando compra novos equipamentos, o que significa que a “tendência” iniciada pela Apple e seguida por outras fabricantes, que é a de nõa introduzir um carregador nos equipamentos, também passará a ser comum a todas as fabricantes, ou pelo menos tem de haver a opção de comprar sem carregador.
A primeira proposta da Comissão Europeia neste sentido aconteceu há mais de 10 anos, na altura olhava-se para a quantidade de carregadores que eram utilizados, já que até outras marcas de smartphones utilizam cabos proprietários. Com o tempo, acabou por se adotar o MicroUSB e, mais recentemente, o USB-C por praticamente todas as marcas de smartphones, a não ser a Apple.
Os fatores que mais têm pesado são as questões ambientais, já que estima-se que a existência de diversos tipos de carregadores provoca 51.000 toneladas de resíduos por ano, pelo que é fundamental acabar com a produção deste tipo de materiais em massa. Com a nova medida, a Comissão Europeia espera dar um passo em frente ao nível da sustentabilidade bem como aumentar a vida útil dos equipamentos.
Assim, com a pausa de verão que vai acontecer, só em outubro é que deverá haver uma aprovação geral de todos os países, dando 24 meses para que todas os fabricantes eletrónicos se adaptem às novas regras europeus, por uma período de 24 meses. Assim, a partir de outubro de 2024, todas as fabricantes de produtos eletrónicos terão de ter o USB-C como padrão para carregar os seus dispositivos.