Dia Mundial das Redes Sociais: jogar sozinho para toda a comunidade

Na data em que se celebra o Dia Mundial das Redes Sociais, começo com um par de confissões: em primeiro lugar, sou um dos vários milhões de viciados no Facebook que há espalhados por esse mundo fora. Em segundo lugar, em termos de gaming, a minha visão dos jogos nas redes sociais sempre foi hostil!

Os Farmville e outros ____ville que tanto me chateiam durante a rotina na rede social, conseguiram ganhar a minha indiferença através dos constantes apelos de conhecidos meus, que nunca se interessaram pelo gaming, em ajudar a criar vaquinhas ou assaltar um banco.

Percebi quase sem ter dado por isso, que as redes sociais tanto fazem parte integral do mundo dos videojogos, como são absolutamente vitais para os mesmos, e isso reflete-se na atitude dos grandes nomes que geralmente não associamos ao Facebook ou a outras redes sociais. Quando pensamos em redes sociais e nos jogos que existem nelas, é inevitável pensar na Zynga. A empresa de jogos sociais atingiu o jackpot quando lançou o Texas Old’em Poker no Facebook em 2007, e nestes cinco anos que passaram cresceu de tal forma, em grande parte devido ao seu mega-êxito Farmville, que no ano que passou atingiu a sua meta de um bilião de dólares em lucros, gerados principalmente por micro-transações dentro das redes e nos anúncios.

Tudo isso culminou no recente anúncio da Zynga que irá criar a sua própria rede social exclusivamente para os seus jogos e dedicada aqueles milhões de pessoas que vêem nas criações da editora uma forma casual e viciante de passar o tempo. Na minha perspetiva são jogos para gamers que não têm tempo ou paciência para se sentarem à frente de uma consola ou PC e dedicarem horas exclusivamente a um jogo em particular. Jogos que podem ser partilhados de forma casual e rápida dentro de um elemento construído de base para fortalecer laços sociais online. Jogos que muitas vezes dependem dos nossos amigos, da troca de recursos, que continuam a produzir resultados sem ser preciso estar ativamente a jogar o tempo inteiro, e que só terminam quando queremos. Todos estes aspetos contribuem para produzir uma experiência de jogo gratuita, sem o stress e desafios normalmente atribuídos a jogos «sérios», e que podemos partilhar com toda a gente que conhecemos na rede social em questão.

Mas não é só a Zynga e outras empresas dedicadas aos jogos sociais que mergulharam de cabeça nesse mercado. Entidades gigantescas dos videojogos já têm presença estabelecida. A própria Nintendo está a construir a sua Wii U com um ênfase fora do normal dentro das redes sociais, apostando na socialização dos jogadores com mini-jogos desenvolvidos com o mesmo formato dos que são encontrados no Facebook. As próprias editoras como a Electronic Arts e a Ubisoft já consideram os jogos sociais como uma estratégia de marketing fundamental, criando jogos casuais para as redes sociais que estão interligados com os seus lançamentos mais importantes, de forma a publicitar os títulos junto de um mercado de milhões de potenciais clientes que de outra forma não teriam interesse em conhecer a marca. Mas esses jogos podem interessar um jogador casual e convencê-lo a investir no produto, até através de promoções com conteúdo exclusivo para os jogadores do jogo casual promocional.

Quer seja como material promocional para editoras dedicadas a jogos para plataformas dedicadas aos mesmos, ou como principal fonte de lucros para empresas que retiram dos mesmos o seu capital, é inegável que os jogos e as redes sociais convivem numa relação de quase simbiose. E ainda bem! Por muito que possa ser chato ver as mesmas notificações e pedidos por parte de familiares e amigos que não sabem distinguir uma consola de um aspirador, a verdade é que essas mesmas pessoas estão a ser expostas, quer saibam quer não, ao mundo dos videojogos que tanto nos atrai.

E poderia ficar por aqui… mas lembro-me de algo mais, algo que me influencia a mim pessoalmente. Quando ligo a minha Playstation 3, esta liga automaticamente ao Facebook e faz login à minha conta, sem ser preciso qualquer intervenção da minha parte. E quando ganho um troféu num determinado jogo, algo só obtido quando fazemos algo considerado importante dentro do mesmo, esse troféu é publicado no meu mural da rede social. Da mesma forma, acompanho através do Facebook os avanços de amigos meus nos seus respetivos jogos, e cria-se um ambiente de competição com a interação da consola com a rede social.

E sabe sempre bem ganhar um troféu particularmente difícil e vê-lo publicado para toda a gente ver. Porque para um gamer, a competição é parte integral da componente social.

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