DeepMind oferece aos historiadores uma nova ferramenta poderosa para interpretar o passado

Os avanços tecnológicos da indústria da Inteligência Artificial (IA) estão a fornecer novas ferramentas que podem ajudar os arqueólogos a entender o passado, principalmente quando se trata de decifrar textos antigos.

O exemplo mais recente é um modelo de IA criado pela DeepMind, subsidiária da Alphabet, que ajuda não apenas a restaurar o texto que está em falta nas antigas inscrições gregas, mas também oferece sugestões de quando o texto foi escrito (dentro de um período de 30 anos) e as suas possíveis origens geográficas.

“As inscrições são realmente importantes porque são fontes directas de evidências… escritas directamente pelos próprios povos antigos”, referiu Thea Sommerschield, historiadora e especialista em machine learning que ajudou a criar o modelo.

Devido à sua idade, esses textos estão frequentemente danificados, tornando a sua restauração um desafio gratificante. E porque estes documentos são frequentemente inscritos em material inorgânico como pedra ou metal, isso significa que métodos como a datação por radiocarbono não podem ser utilizados para descobrir a data de quando foram escritos.

“Para resolver essas tarefas, os epígrafos procuram paralelos textuais e contextuais em inscrições semelhantes”, disse Sommerschield, que co-liderou o trabalho ao lado do cientista de pesquisa da DeepMind, Yannis Assael. “No entanto, é realmente difícil para um humano aproveitar todos os dados existentes e relevantes e descobrir padrões subjacentes”, acrescentou.

O novo software, chamado Ithaca, é treinado para ler um conjunto de dados, cerca de 78.608 inscrições gregas antigas, cada uma delas rotulada com metadados que descrevem onde e quando foi escrita (até onde os historiadores sabem). Tal como todos os sistemas de machine learning, o Ithaca procura padrões nessas informações, codificando esses dados em modelos matemáticos complexos e usa essas inferências para sugerir texto, data e origens.

Os cientistas criaram um modelo em que descrevem que é 62% preciso ao restaurar letras em textos danificados. O sistema pode atribuir as origens geográficas de uma inscrição a uma das 84 regiões do mundo antigo com 71% de precisão e pode datar um texto.

Essas são estatísticas promissoras, mas é importante lembrar que Ithaca não é capaz de operar independentemente da experiência humana. “O Ithaca foi projetado como uma ferramenta complementar para auxiliar os historiadores”, disse Sommerschield.

Fonte: TheVerge

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