Nos últimos anos, a inteligência artificial tem-se afirmado como uma ferramenta poderosa em várias indústrias, incluindo a tecnologia. Um dos exemplos mais notáveis é o ChatGPT, um modelo de linguagem avançado que, entre outras capacidades, pode gerar código. Esta funcionalidade, embora benéfica para muitos, levanta preocupações significativas no domínio da cibersegurança, especialmente no que toca à criação de malware.
De acordo com um relatório recente do Moonlock Lab, uma organização dedicada à monitorização de ameaças ao MacOS, o ChatGPT está a ser utilizado por cibercriminosos para desenvolver malware. Esta tendência, embora previsível, representa um desafio crescente para a segurança digital.
Tradicionalmente, a criação de malware exigia um conhecimento aprofundado de programação, o que funcionava como uma barreira natural contra a proliferação de ameaças. No entanto, com o advento de ferramentas de IA como o ChatGPT, essa barreira está a desmoronar-se.
Facilidade de Criação de Malware com ChatGPT
O relatório do Moonlock Lab destaca casos em que indivíduos, com pouca ou nenhuma experiência em programação, conseguiram criar malware utilizando apenas alguns comandos no ChatGPT. Um exemplo disso é um utilizador conhecido como “barboris”, que partilhou no darknet a sua experiência de gerar malware com a ajuda do ChatGPT. Esta democratização do acesso à criação de malware é preocupante, pois reduz o tempo e o esforço necessários para desenvolver ameaças digitais.
A Ascensão do Malware como Serviço (MaaS)
Além da criação direta de malware, o conceito de Malware como Serviço (MaaS) está a ganhar popularidade. Este modelo permite que indivíduos sem conhecimentos técnicos adquiram malware já desenvolvido, pagando uma taxa mensal. O Moonlock Lab observou uma queda significativa nos preços de licenciamento de malware, com alguns serviços a serem oferecidos por apenas $1,500 por mês. Esta redução de preços é atribuída ao aumento da concorrência, impulsionado pela facilidade de criação de malware através de ferramentas de IA.
Embora o foco do relatório do Moonlock seja o MacOS, a ameaça de malware gerado por IA é transversal a todas as plataformas tecnológicas. A facilidade com que o ChatGPT e outras ferramentas de IA podem ser usadas para criar malware significa que as ameaças digitais estão a tornar-se mais acessíveis e, potencialmente, mais frequentes. Esta realidade exige uma resposta robusta por parte das empresas de cibersegurança e dos utilizadores, que devem estar cada vez mais vigilantes e informados sobre as melhores práticas de segurança.
Fonte: Androidheadlines