A Internet dava ainda os primeiros passos em 1998, ao som dos ruidosos modem e das ligações via telefone, ouvir música ainda era efetuado com recurso ao rádio e aos CD, numa altura em que os MP3 apareciam num ou outro canto da web. Serviços de streaming ‘a la carte’ eram portanto miragens de um futuro longínquo.
David Bowie, génio da música, camaleão do rock e visionário da tecnologia, antecipou-se e apostou em momento de incerteza na Internet como o caminho do futuro. O músico apostou no fornecimento de ligações á Internet a utilizadores americanos e britânicos numa medida que fundia a participação no seu clube de fãs. Os preços, 20 euros por mês, davam acesso ilimitado à Internet e o acesso exclusivo a um clube no qual se podia aceder a um streaming de vídeo em direto do estúdio do músico, faixas do artista e até mesmo a encontros virtuais com Bowie.
Neste pacote eram ainda oferecidos uma homepage personalizável com 5 MB de alojamento e um endereço de e-mail no domínio @davidbowie.com. Davd Bowie oferecia ainda a venda antecipada de entradas para os seus concertos.
Mas a falta de adaptação com o decorrer do tempo levou ao encerramento da BowieNet em 2006, em pleno apogeu da tecnologia ADSL e das primeiras experiências com os acessos a partir de fibra ótica. Mas nem por isso David Bowie deixou de apostar e acreditar na tecnologia: em 2013 lançou o seu single Where Are We Now silenciosamente no seu site e rapidamente o mundo o descobriu.
David Bowie sempre acreditou no potencial da rede, e que ela podia trazer novas formas e vender a sua música. Numa entrevista ao The Guardian confessava, «se tivesse 19 anos outra vez, passaria da música e iria diretamente para a Internet»
