Bolsonaro. Investigadores mostram evidência de utilização de bots na campanha eleitoral brasileira

O Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS) fez a monitorização de 110 grupos políticos abertos no contexto das eleições presidenciais brasileiras de 2018 no WhatsApp.

A conclusão dos investigadores é que a inteligência artificial está a ser fortemente utilizada pela campanha de Jair Bolsonaro. Bots, que se fazem passar por pessoas, a partilhar automaticamente informações em múltiplos grupos estarão no terreno nesta que é uma das campanhas mais quentes de sempre no país.

Terão sido gastos 12 milhões de reais em “disparos em massa de mensagens”

Foi também recentemente divulgado que diversos empresários brasileiros terão comprado pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp. Esta prática é considerada ilegal no contexto de “doações não declaradas” à campanha.

Estas mensagens seriam contra Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores, e terão atingido dezenas de milhares de brasileiros.

Bots a invadir grupos abertos

Segundo os investigadores, há bots com mensagens pró-Bolsonaro a invadir diversos grupos abertos no WhatsApp. Os indícios de automação prendem-se a diversos factores, como o número de mensagens enviadas: enquanto que alguns utilizadores realizaram 360 publicações no período estudado, a média dos outros ficou-se pelas dez. A maioria destes perfis não teria nome próprio ou foto pessoal.

“São indícios muito fortes de automação. Pode ser o que chamamos de bots, ou robôs, que disparam mensagens, ou pode ser um usuário que utiliza algum nível de automação para difundir conteúdo, o que chamamos de ciborgue,” afirmaram os investigadores à Folha de São Paulo.

Os investigadores afirmam também que a disseminação de conteúdos revela um alto nivel de orquestração e coordenação.

As suspeitas surgiram após comentários sem sentido no Twitter

Esta semana, comentários pró-bolsonaro foram feitos no Twitter do jornal Folha em publicações que continham palavras como “bolso” e “bolovo”. Estes comentários estavam totalmente desenquadrados das notícias, que nada tinham a ver com o candidato presidencial.

Numa das publicações, que tratava de competições entre galerias de arte, um utilizador comentou: “Cadê as provas, Folha? Não tem, né? Pq não existem. Vcs estão com medo de perder os milhões que o governo PT banca vcs, né?”.

Fonte: Folha de São Paulo

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