Há pessoas que conseguem ver o futuro nas estrelas, no lançamento dos búzios ou até nas borras de café. O Professor Jurandir Dindó consegue ver os dias de amanhã nos dispositivos electrónicos.
O novo iPad da Apple chegou a Portugal no dia 23 de Março. Decidi ir buscar a minha roupa de bruxo e a minha bola de cristal para saber o que o novo dispositivo da marca da mação pode revelar, não só sobre a empresa e seus produtos mas também sobre a concorrência. O ecrã Retina Display promete ser o maior dos feitiços para os utilizadores e ao mesmo tempo a maior das bruxarias para os concorrentes.
Ao incluir o seu ecrã super místico no iPad, a Apple subiu a fasquia da qualidade exigida na tela de um tablet. Resoluções de 1280×720 pixéis já não vão ser suficientes e muito menos aceitáveis em dispositivos concorrentes com os mesmos preços de mercado. Junta-se a esta poção de sucesso mais uma erva doce que aumenta o poder da terceira geração do tablet da empresa de Cupertino: o processador com quatro núcleos de unidade de processamento gráfico. Assim o iPad diz-me que Samsung, Motorola, Acer, Asus, Lenovo e companhia vão ter que aumentar os requisitos dos seus dispositivos móveis se quiserem combater com alguma hipótese esta espécie de magia negra que a Apple coloca nos seus aparelhos. O ano está perdido para qualquer uma destas empresas. Mas 2013 vai ser o ano dos tablets Full HD e com GPU’s dignas de consolas hardcore.
O Retina Display chega passados dois anos após o iPhone 4 ter recebido esse tipo de ecrã. O Professor Jurandir Dindó vê no RD do iPad a confirmação de que a Apple não vai lançar nenhuma televisão no ano de 2012. E muito dificilmente no ano de 2013. Mas também é a confirmação de que a Apple vai mesmo entrar no mercado das TV’s. A aplicação do Retina Display num painel de 9,6 polegadas mostra que a empresa norte americana tem evoluído na construção e desenvolvimento de melhores ecrãs em superfícies maiores. Mas mostra que demora tempo a conseguir os melhores resultados e níveis de exigência que caracterizam a multinacional americana. E só quando conseguir aplicar a mesma tecnologia em ecrãs de 34, 42 e 50 polegadas (sim, o Prof. Dindó aposta no lançamento de uma televisão Apple em três formatos) é que esses televisores chegam às mãos dos consumidores.
E mais. O lançamento de uma nova versão da Apple TV em box, agora com suporte a 1080p, prova que 2012 não será certamente o ano do lançamento de uma televisão de marca própria, pois o seu sistema operativo e conteúdos ainda estão a ser aprimorados. Quando a tal televisão da maçã chegar, será um produto já aprimorado, pensado e testado – mais um iGadget para arrumar a concorrência.
A terceira geração do iPad diz-me ainda mais. Com a ajuda dos espíritos tecnológicos e do poder do Além, consigo ver na minha bola de cristal que o próximo iPhone terá ligação a redes 4G – é uma previsão tão certa como o pagamento dos impostos no dia a dia. Apesar das vibrações serem muito fortes, o novo smartphone da Apple está envolto num manto de fumo que o torna pouco perceptível. Mas Jurandir Dindó vê ainda um design novo e que tornará o iPhone parecido com o iPad em estilo. A qualidade no ecrã vai aumentar, sempre dentro das mesmas 3,5 polegadas, mas será um telemóvel mais fino e com mais capacidade de bateria – os 70% a mais de bateria em apenas meia dúzia de milimetros e 50 gramas do novo iPad ajudaram o Professor a ver melhor o novo iPhone.
E para o que vou-vos dizer agora não é preciso ser bruxo especulativo como é o Professor Dindó: o iPad será um sucesso de vendas e o seu maior rival será o iPad2. 2012 será mais um ano em que a Apple terá que competir consigo própria, quase como acontece numa possessão demoníaca. O salto qualitativo do novo iPad e a baixa de preços do seu antecessor farão com que o tablet da empresa de Cupertino ultrapasse as 40 milhões de unidades vendidas durante o próximo ano – garantia da minha bola de cristal. Ao mesmo tempo forçará as restantes fabricantes a repensar a sua estratégia tabletória que forçosamente passará pela aposta no mercado dos tablets low cost. Mercado no qual a Apple nunca entrará, nisso o futuro é certo e límpido nas minhas visões.
Por fim o novo iPad diz-me ainda que não haverá Siri para ele nos próximos tempos. Pode não ser novidade para vocês, mas eu torno isso numa verdade. Só em 2013 é que haverá outro aparelho com suporte a Siri e não será o iPad. O assistente remoto controlado por voz da Apple está desenhado para permitir tarefas num telemóvel e num dispositivo pequeno. A criação de uma Siri para o iPad teria que ser algo mais ao género de uma empregada doméstica chamada Consuelo. Maior e mais poderoso, as tarefas que se exigem a uma Siri num tablet não serão as mesmas que se pedem num telemóvel e por isso é que a assistente não chegou em 2012 ao iPad. Assim como o Retina Display, a inclusão da Siri no iPad vai demorar pois primeiro precisa de evoluir – esta é a superstição da Apple, deixar os produtos evoluírem com tempo e não apostar logo na sua comercialização massiva.
Quando toquei no novo iPad senti uma força especial que me levou ao transe em que tive estas visões. E quando perguntei…
“Minha bola de cristal, minha bola de cristal,
haverá algum tablet como o iPad, melhor ou igual?“
… a resposta foi um valente não. O resto das adivinhações vieram através de rituais, do uso de amuletos e pedras com brilhos mirabolantes. Se tiverem alguma dúvida ou precisarem de alguma consulta futurística sobre tecnologia, deixem as vossas palavras no caldeirão dos comentários.