Apple poderá não estar a impedir o tracking nos seus iPhones

No ano passado, a Apple anunciou o App Tracking Transparency, uma política obrigatória que proíbe os criadores de aplicativos de rastrear a atividade do usuário em outros aplicativos sem primeiro receber a permissão explícita desses usuários.

Defensores da privacidade elogiaram a iniciativa, e o Facebook alertou que isso significaria certa desgraça para as empresas que dependem de publicidade direcionada, e recebeu uma forte crítica por parte da empresa. No entanto, relatórios publicados na semana passada sugerem que a nova funcionalidade da Apple, ATT como geralmente é abreviada, nem sempre restringe a coleta clandestina de dados pessoais dos utilizadores.

Na base da ATT está o requisito de que os utilizadores devem escolher que quere, ou não, o tracking quando um aplicativo é instalado. Ele pergunta: “Permitir que [app] rastreie sua atividade em aplicativos e sites de outras empresas?” Sem esse consentimento, o aplicativo não pode aceder ao chamado IDFA (Identifier for Advertisers), um identificador exclusivo que o iOS ou iPadOS atribui para que eles possam rastrear utilizadores em outros aplicativos instalados.

Ao mesmo tempo, a Apple também começou a exigir que os fabricantes de aplicativos fornecessem todas as informações que declarassem os tipos de dados de este tracking colecta dos dados de utilizadores e dispositivos e como é que os dados serão usados.

O relatório diz que, embora a ATT funcione de várias maneiras como pretendido, as falhas na estrutura também forneceram a oportunidade para empresas, principalmente grandes como Google e Facebook, contornarem as proteções e armazenarem ainda mais dados. Assim, o relatório refere que apesar da promessa de mais transparência por parte da Apple, o ATT acaba por oferecer uma falsa sensação de segurança.

“No geral, as nossas observações sugerem que, embora as mudanças da Apple dificultem o rastreamento de utilizadores individuais, elas motivam um contra-movimento e reforçam o poder no mercado às existentes empresas com acesso a grandes quantidades de dados”, escreveram os pesquisadores.

Os investigadores também identificaram nove aplicativos iOS que colocaram código no servidor para gerar um identificador de uma subsidiária da empresa de tecnologia chinesa Alibaba, algo que a Apple também tem combatido, mesmo na China.

Os investigadores fizeram um comparativo de 1685 aplicações antes e depois da ATT terentrado em vigor e o número de bibliotecas de rastreamento permaneceu o mesmo. Isto quer dizer que os dados coletados pela Apple ou Google não mudaram, mesmo quando os aplicações indicavam que não coletavam nenhum dado de utilizadores.

Com este relatório, a ideia é mostrar que a funcionalidade da Apple nõa é assim tão eficaz, apesar de as informações até agora disponibilizarem apontarem que as receitas em publicidade sofreram uma grande queda.

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