Análise do Oppo Find X5: Review sem “Pro” mas não fica nada atrás

Ao olharmos para o mercado, verificamos que umas fabricantes saem de cena, mas outras surgem. A Oppo, apesar de já existir alguns anos, está a aproveitar muito bem a queda da Huawei para um lançamento global com força e, sem qualquer dúvida, com qualidade. A fabricante já tem passado e inovação, foi, por exemplo, a primeira marca a lançar um smartphone com ecrã Full-HD, mas esteve sempre muito focada no mercado natal, a China.

Felizmente, decidiu sair e rapidamente se expandiu, com uma clara aposta na Europa onde não sou lançou os seus dispositivos por cá, como criou subsidiárias em muitos dos países da Europa, Portugal incluído. Esta aposta veio oferecer um apoio ao cliente que os consumidores exigem e tem sido uma aposta ganha por parte da marca, que tem vindo a crescer.

Com uma aposta local, também é mais fácil de ter informações sobre os produtos e, principalmente, experimentá-los e promovê-los e isso permitiu que a Oppo demonstrasse que os seus smartphones não ficam anda atrás dos concorrente e isso é confirmado pelo modelo do ano passado, o Oppo Find X3 Pro, com especificações incríveis. Este volta a apostar forte e não há dúvidas que o objetivo é conquistar o mercado.

A Oppo tem vindo a crescer e no ano passado subiu para o quarto-lugar em Portugal, colando-se atrás da Apple, que se encontra no terceiro lugar, demonstrando o seu rápido crescimento e como a aposta no nosso mercado tem sido acertada e não há muitas dúvidas que irá ultrapassar a Apple durante 2022. Principalmente com a ajuda do novo Oppo Find X5, que se estreia numa parceria com a Hasselblad.

No caso da OnePlus, esta parceria melhorou a qualidade, mas não surpreendeu como se esperava, mas acredita-se que, com o tempo, as coisas venham a melhorar e esta expansão da parceria para a Oppo pretende dar um salto qualitativo às câmaras fotográficas, sendo que não nos esquecemos que o grande crescimento qualitativo da Huawei aconteceu após a parceria com a Leica.

O modelo que ensaiamos não é a versão Pro, no entanto, esperamos na mesma uma qualidade de topo em todos os aspetos, já que ambos os modelos partilham grande parte das especificações, como o processador NPU Marisilicon, para as fotografias. Vamos ver se é, mesmo, uma grande evolução.

Especificações e acessórios

  • Dimensões: 160.3 x 72.6 x 8.7 mm
  • Peso: 196 g
  • Sistema Operativo: ColorOS 12.1 baseado no Android 12
  • Ecrã: 6,55” com resolução 1080x2400p, 120Hz,1000 nits, Gorilla Glass Victus
  • Câmara Traseira: 50 MP, f/1.8, 24mm (wide), 1/1.56″, 1.0µm, multi-directional PDAF, OIS; 13 MP, f/2.4, 52mm (telephoto), 1/3.4″, 2x optical zoom, PDAF; 50 MP, f/2.2, 15mm, 110˚ (ultrawide), 1/1.56″, 1.0µm, multi-directional PDAF; Calibração Hasselblad
  • Câmara frontal: 32 MP, f/2.4, 25mm (wide), 1/2.74″, 0.8µm
  • Processador: Qualcomm Snapdragon 888, Octa-core (1×2.84 GHz Kryo 680, 3×2.42 GHz Kryo 680, 4×1.80 GHz Kryo 680)
  • GPU: Adreno 660;
  • Memória RAM: 8/12GB;
  • Armazenamento interno: 128/256GB;
  • Dual SIM (Nano-SIM e eSim)
  • Sensor de impressões digitais no ecrã
  • Conetividade: Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac/6, dual-band, Wi-Fi Direct, hotspot
  • GPS: A-GPS, GLONASS, BDS, GALILEO, QZSS
  • Bluetooth 5.2, A2DP, LE, aptX HD
  • USB Type C 3.1
  • Bateria: 4800 mAh de capacidade; carregamento rápido 80W SuperVOOC, carregamento wireless a 30W, carregamento reverso a 10W
  • Preço: A partir de 999€

Em termos de preço, ficamos um pouco surpreendidos, já que não deixamos de falar sobre o processador do ano passado, onde já encontramos smartphones por 500€ com este processador, mas também é verdade que tem muitas outras coisas como o NPU próprio Marisilicon X.

Em termos de unboxing, é uma caixa bem composta, com o smartphone, um cabo USB a USB-C, uma tomada de parece SuperVOOC de 80W, uma capa de silicone translucida e um adaptador de USB para USB-C. Para começar, a capa é uma adição que considero que todos os smartphones deveriam ter, sendo que quanto ao carregador é uma discussão diferente.

Se é verdade que compreendemos as questões ambientaiss e a necessidade de reduzir o lixo eletrónico, não deixo de achar que este smartphone deveria ter carregador. Não é uma questão económica, é porque os novos smartphones ostentam tecnologia de carregamento rápido de grande qualidade, como é o caso do SuperVOOC de 80W, mas não ter o carregador para usufruir desta tecnologia deixar-me-ia frustrado.

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Design

A Oppo deu um passo diferente no ano passado, com o Oppo Find X3 Pro. Não é que o design seja inovador, mas qualquer diferença distinta da concorrência é de parabenizar e, sem dúvida, que o Find X 3 Pro conseguiu isso. Mais uma vez, nada inovador, mas a forma como a Oppo fez nas câmaras está bem feito.

No Find X3 Pro, a Oppo conseguiu “esconder” a saliência das câmaras com um abordagem de design que visava lidar com a espessura, maior ainda, nos sensores fotográficos, o que lhe conferia um toque distinto aos seus equipamentos — único e identificador. Qualquer pessoa sabe que aquele smartphone é da Oppo e, seguindo esta mesma tendência, irá acontecer com o Find X5 Pro. De destacar que a fabricante chinesa, ao contrário do modelo antecessor, copiou o design para o modelo normal, o Find X5, que estamos a analisar, o que considero uma excelente decisão.

É que, desta forma, temos os dois modelos de topo com o mesmo padrão de design, obviamente que existem diferenças latentes, mas uma proposta de design Premium merece estar em dois dos melhores equipamentos da marca. De resto, poderemos dizer que não é nada inovador.

A traseira tem um toque luxuoso que mesmo não sendo de vidro, tem algo que vale ressalvar, um detalhe importante é que a traseira é quase à prova de dedadas. Eu tenho dedos que, normalmente, marcam bem e o smartphone não desiludiu neste aspeto, pelo menos, nesta cor branca que testámos e que nos surpreendeu, já que é algo bem difícil de se conseguir sem comprometer aquele toque de luxo.

As laterais por seu lado e, sobretudo, na área junto aos sensores fotográficos é em vidro e, nesse caso, os dedos deixam marcas, algo que o difere da versão Pro, ainda que o design seja globalmente o mesmo, partilhando traços que permitem identificar como membro da gama Find X5.

Nas laterais do telemóvel, encontramos os botões de volume no lado esquerdo, enquanto do lado direito está o botão de ligar/desligar. Por baixo temos a coluna, o compartimento para o cartão SIM e a porta USB-C.

Ecrã

Hoje em dia, neste nível, é difícil não ficarmos surpreendidos com a qualidade dos ecrãs para smartphones e, por isso, o ecrã AMOLED do Oppo FInd X5 é de grande qualidade, com cores vibrantes e bons pretos. Também com uma opção de 1000 nits, visualizar o ecrã com luminosidade extrema não será tarefa difícil.

Outra das funcionalidades que também já está presente em todos os topos de gama, e que também já começa a surgir nos de média-gama, é a possibilidade dos 120Hz, que é uma grande funcionalidade não só para jogos como também para usufruir da experiência na ótica do utilizador num regime de utilização normal.

Contudo, o que os high-end têm vindo a introduzir é uma taxa de atualização dinâmica, isto é, que vai desde o 1 Hz até aos 120Hz, sendo que alguns começam nos 10hz. E porquê que isto é importante? É que, como imagina, termos um ecrã sempre a 120Hz irá consumir demasiado bateria desnecessariamente, já que apenas usufruímos da taxa máxima em situações desnecessárias, e não apenas para o gaming (que é o objetivo principal).

E podemos dizer que aqui encontramos uma “falha”, já que alguns smartphones nesta gama de preço já contam com taxa dinâmica, sendo que o Oppo Find X5 apenas tem a opção de escolher entre os 60HZ e os 120Hz e se pretende uma maior duração da bateria, o ideal é escolher a opção mais baixa, a não ser que seja um jogador regular e como não quer estar sempre a alterar a taxa de atualização, mais vale deixar sempre nessa opção.

Em termos de multimédia, existem algumas coisas a destacar, como é o caso do Moto Linear X-Axis, um motor de vibração de grande precisão e que permite vibrações diferentes e personalizadas, bem como uma aplicação de início rápido para jogos, que com a ajuda da inteligência artificial estabiliza os frames-por-segundo para otimizar a experiência nos jogos.

Câmeras

Não há dúvidas que as marcas de telemóveis querem se destacar com as suas câmaras e apesar deste modelo não ser o modelo de topo, não fica nada atrás no desempenho da fotografia, muito provavelmente graças à parceria com a Hasselblad e o novo processador NPU MArisilicon X.

Em termos de câmaras, contamos com três sensores traseiros:

  • 50 MP, f/1.8, 24mm (wide), 1/1.56″, 1.0µm, multi-directional PDAF, OIS;
  • 50 MP, f/2.2, 15mm, 110˚ (ultrawide), 1/1.56″, 1.0µm, multi-directional PDAF
  • 13 MP, f/2.4, 52mm (telephoto), 1/3.4″, 2x optical zoom, PDAF;

Como seria de esperar, o resultado fotográfico é espetacular nas mais diversas circunstâncias. Obviamente que, como esperado, o desempenho em situação de foco automático é bastante bom e conseguimos facilmente capturar as fotos que pretendemos com o smartphone. Além disso, conseguimos ainda fazer um zoom com qualidade, pelo menos até 10x, já que o zoom ótico é até 2x e após isto é feito através de zoom híbrido. No caso, a concorrência mais direta consegue um melhor alcance mantendo a definição da imagem.

Porém, ficámos muito surpreendidos com o resultado das fotografias de baixa luminosidade ou até mesmo de noite. Em situações de visibilidade muito reduzida, as fotos ficaram espantosamente boas, com pouco grão e boa visibilidade, muito melhor do que eu próprio conseguia ver a olho nu.

Em matéria de vídeo, também testámos as novas funcionalidades que permitem melhorar a qualidade do vídeo com pouca luminosidade e funcionou bastante bem, além do já era esperado no modo de vídeo normal, que com o estabilizador de imagem de elevada qualidade Oppo, garante uma fiabilidade das filmagens impressionante.

Em termos de opções exclusivas, encontramos o modo Pro Hasselbalad, que oferece, como é esperado, uma opção profissional para quem gosta (de fotografias com aspeto mais profissional), mas também encontramos o Xpan, panoramas cinematográficos e fotos em estilo vintage, para os aficionados.

A câmara frontal é um sensor 32 MP, f/2.4, 25mm (wide), 1/2.74″, 0.8µm e mostrou um comportamento irrepreensível em matéria de selfie singular ou até mesmo em grupos, conseguindo um bom contraste de cores e foco preciso.

Desempenho e bateria

Em termos de desempenho, acabamos por nos deparar-mos com algo familiar, visto que estamos perante um processador Qualcomm Snapdragon 888, o processador topo de gama do ano passado e que já tivemos oportunidade de testar em vários smartphones, incluindo no Galaxy S21 Ultra.

Independentemente disso, não vai notar qualquer diferença. A verdade é que mesmo sendo um processador do ano passado, é um processador com um desempenho de elevada qualidade e que não ir notar qualquer diferença de desempenho entre o Find X5 e o Find X5 Pro, sendo que para percebermos essas diferenças, optámos por recorrer a testes de desempenho.

Neste caso, verificamos que o desempenho é de elevado, mas obviamente a baixo do novos Snapdragon 8 Gen 1. No Geekbench, ficou-se pleos 823 pontos em single-core, enquanto no multi-core obteve um total de 3266. Se no single-core, o resultado está abaixo das espetativas, quando olhamos para o multi-core, verificamos que obtém um dos melhores resultados, isto é, segundo a lista de benchmarking do Geekbench, o melhor equipamento é o Surface Duo 2 que obteve os mesmo 3266 pontos (com o referido processador), mas bem superior a outros idênticos, como é o caso do Galaxy S21 Ultra, por exemplo, com o Exynos 2100.

Mas, no geral, obviamente que o resultado é muito bom e não verá qualquer problema de bloqueio ou hesitação na hora de “puxar” pelo telemóvel, ou qualquer outra situação que possa afetar o desempenho da máquina. Outra coisa boa é a bateria.

Contando com 4.800 mAh o desempenho é interessante, sendo que facilmente obtivemos mais do que um dia e meio de bateria, sendo importante realçar que fizemos uma utilização mais intensiva do smartphone em qualquer um dos casos. Isto é bom, já que numa utilização normal muito provavelmente conseguiremos dois dias de bateria.

Mas e se a autonomia da bateria for um problema, saiba que a Oppo resolveu esse “não-problema” ao anunciar a nova tecnologia de carregamento rápido SuperVOOC. Ainda não é a mais recente versão de 240W (apresentada na MWC 2022) mas a de 80W que já garante tempos de carregamento supersónicos.

Ao recorrer a esta tecnologia de carregamento rápido, consegue elevar a bateria até aos 50% em pouco mais de 12 minutos de carregamento, o que significa que se ficar sem bateria, enquanto prepara e usufrui do pequeno almoço, irá conseguir alcançar os 100% da capacidade total em apenas 34 minutos.

Este smartphone possui também carregamento rápido por wireless, através do AirVOOC de 30W, já para não falar da possibilidade de carregamento reverso por wireless de 10W no caso de necessitar como último recurso.

ColorOS 12.1

A Oppo também tem apostado forte na sua máscara personalizada do Android, que com algumas adições que consideramos bem interessantes (e até únicas), que certamente, no futuro, outras versões do Android poderão incorporar, ou até numa futura atualização do próprio sistema Android.

Com um design mais inclusivo e colorido, o ColorOS 12.1, baseado no Android 12, destaca-se pelos Omoji, que são emojis 3D criados a partir do próprio utilizador, onde existe a possibilidade de personalização, seja no Always on Display, até aos ícones que utiliza nesta máscara do Android.

Outra área que tem visto grandes desenvolvimentos é a sincronização entre o computador e o smartphone, algo que a Google não tem feito muito, mas que a Oppo e outras marcas têm tido em consideração. Nesse aspeto, a Oppo está num bom caminho com o PC Connect, permitindo interagir com o smartphone a partir do seu computador, bem como partilhar de forma rápida e ainda estilo “Drag and Drop” fácil e rápido de fazermos na azáfama do dia-a-dia.

Além disso, incluí também uma Smart Sidebar, similar ao que vemos hoje em dia em grande parte dos smartphones, com atalhos para as mais diversas aplicações, como a tradução, o email ou até o browser. Agora também é possível expandir a RAM até 5GB, tirando maior proveito ao utilizar o AI System Booster para otimizar a utilização desta memória de acesso rápido.

Veredito: Oppo Find X5

A nova série Find X5 é mais um passo da Oppo na sua afirmação no mercado enquanto fabricante de topo, se é que ainda existiam quaisquer dúvidas disso. O Find X5 é um equipamento muito bem conseguido globalmente, com especificações high-end e qualidade garantida, começando no design e terminando na qualidade fotográfica.

É verdade que custa 999€, quando está “apenas” equipado com um processador do ano passado, o Snapdragon 888, mas não se nota essa diferença, já que conta com sensores fotográficos de elevada qualidade e que captam fotografias de alto nível, bem como incorpora outras tecnologias de topo, como o carregamento rápido e aumento da autonomia. É verdade que mesmo assim é um preço elevado, quando já encontramos smartphones com este processador a metade do preço, mas em contrapartida, oferece grande parte das funcionalidades e especificações do Find X5 Pro por menos de 300€, o que ainda é bastante.

Portanto, se não quer dar os 1299€ pelo Find X5 Pro, é garantido que o Find X5 apesar de não ser “Pro”, não fica nada atrás. Relembramos que hoje se iniciam as pré-vendas dos novos smartphones da Oppo e até 21 de março, se comprar esta versão receberá uns auriculares OPPO Enco X, OPPO Watch Free e uma capa em Kevlar.

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