Podemos estar a começar a ver os primeiros smartphones curvos e a LG é mesmo a primeira a disponibilizar em mais países, mas será este o futuro? O preço impede que o seja este ano.
Índice:
Características e acessórios
Design e ecrã
Interface e desempenho
Câmara e multimédia
Veredito: LG G Flex
Os smartphones curvos surgiram no final do ano passado pelas mãos da Samsung, em primeiro lugar, e depois pela LG, ainda as duas únicas fabricantes com smartphones nesta nova “gama”. A tecnologia ainda é recente e, obviamente, cara, logo não será muito lucrativa e tem como principal objetivo o desenvolvimento dessa mesma tecnologia.
Apesar de inovadora, recente e cara, Portugal foi um dos primeiros países, após o lançamento na Coreia do Sul, a receber a mais recente inovação da LG, o LG G Flex, o primeiro smartphone flexível. Mas não é só a curvatura do smartphone que é novidade, o LG G Flex é, também, o primeiro smartphone a ter uma tecnologia de auto-regeneração da capa traseira.
Mas, será que tanta inovação vale a pena? Vale este preço? Leia a nossa análise.
Características e acessórios
- Dimensões: 160.5 x 81.6 x 8.7 mm
- Peso: 177 g
- Sistema Operativo: Android 4.2.2 Jelly Bean
- Ecrã: Curved P-OLED de 6 polegadas
- Resolução: 720 x 1280p / 245 ppi
- Câmara: 13MP /Frontal: 2,1MP
- Processador: Qualcomm MSM8974 Snapdragon 800 a 2,26GHz
- GPU: Adreno 330
- Memória Ram: 2 GB
- Memória interna: 32GB sem MicroSD
- Bateria: 3500 mAh (não amovível)
- Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, DLNA, Wi-Fi Direct, Wi-Fi hotspot
- GPS com A-GPS e GLONASS
- Bluetooth v4.0 e Infravermelho
- NFC e 4G
- Jack de Áudio Normalizado de 3.5 mm
- USB 2.0
Sendo este um topo de gama a maioria das especificações não surpreendem, já que não contamos com menos do que o Snapdragon 800, bem como os 2GB de RAM e os 13MP de câmara, mas há pontos negativos que não são “aceitáveis”. Um ecrã deste nível com resolução inferior a Full HD tem de ser visto como um ponto negativo.
Como grande destaque deste smartphone é, mesmo, o ecrã curvo, mas com seis polegadas oferece um tamanho bem acima da média, um estilo de phablet quase a chegar ao tablet, um pouco desconfortável para usar com uma mão.
A falta do microSD mantém-se nos smartphones de topo da LG, bem como as versões do Android mantêm-se “longe” das últimas versões, mas compreende-se que para chegarem ao mercado com as mais recentes inovações, não se possam preocupar com tudo. Mas na apresentação do LG G Flex em Portugal foi-nos garantido que as atualizações irão aparecer em breve.
Design e ecrã
É nesta categoria que temos as duas principais novidades deste LG G Flex, o design e o ecrã, ambos curvos, ambos com grandes novidades e inovação tecnológica.
Comecemos pelo design que, basicamente, é similar ao LG G2, mas com claras diferenças em tamanho e inovação. A moldura e a localização das câmaras e botões mantêm-se, bem como as definições das mesmas e funcionalidades dos sensores. Mas há uma mudança clara, a localização do infravermelho, que anteriormente estava na parte de cima do smartphone e, agora, está ao lado esquerdo da câmara, enquanto o flash mantém-se no lugar direito da câmara.
A ideia de colocar o infravermelho na parte de trás é excelente. É verdade que quando utilizamos o smartphone como controlo de TV temos a tendência de usá-lo como controlo e “apontar”, mas esta ação dificulta a visualização dos botões. Pensando nisso, a LG colocou o infravermelho na parte detrás, assim podemos controlar a TV e continuamos a ver o ecrã e os botões que queremos carregar e usar. Mais uma excelente mudança no LG G Flex.
Mas a grande diferença é a curvatura do dispositivo. Com esta curvatura há vários benefícios, como durante as chamadas o microfone está mais próximo da nossa voz, bem como na visualização de vídeos conseguimos ver o ecrã exatamente à mesma distância, ideia similar utilizada nas televisões curvas. Aliada à curvatura, também a coluna de som está colocada num local bem estratégico. Quando o smartphone está colocado com o ecrã para cima, a coluna de som fica afastada da base plana o que faz com que esse afastamento cause uma refleção de som, dando a noção de aumento do mesmo.
Além de curvo também é “um pouco” flexível. Não podemos entortar o dispositivo como quisermos, mas se o colocarmos com o ecrã para baixo e pressionarmos no meio do dispositivo, ele fica direito e não, não se vai partir e volta ao “estado normal”, por isso a definição de flexível, mas ainda longe do que podemos sonhar.
Neste design poderemos apontar um “crítica”, tal como dissemos no LG G2, que é uma construção em plástico. Mas não é verdade. Se não fosse o plástico, este dispositivo não poderia ser flexível e nada do que experimentamos anteriormente funcionaria, portanto não há hipótese, smartphones flexíveis têm de ser em plástico.
E também é graças a este plástico que temos uma das maiores inovações tecnológicas presentes nos smartphones, a parte traseira do LG G Flex é auto-regeneradora, o que permite regenerar-se de riscos superficiais. ATENÇÃO, é mesmo riscos superficiais, como podemos ver na imagem ao lado (click para aumentar), há riscos que podem não parecer profundos mas que não vão desaparecer, portanto esta proteção serve, apenas, para pequenos riscos feitos com o normal uso do LG G Flex quando o colocamos na mala/bolsa perto de moedas ou chaves, e ainda está muito longe da regeneração que seria ideal, apesar de ser um inovação inédita e excelente nos dispositivos móveis.
Outra novidade em relação ao G2 é o LED de notificações presente no botão de ligar/desligar. Como indicámos na análise ao LG G2, há dois LEDs de notificações, uma na parte frontal e outra à volta do botão de ligar/desligar, mas este último só funcionava quando estava a receber um telefonema ou durante o alarme, o que é pena e no mesmo artigo indicámos que seria provável que esta alterações fosse feita em breve. Ora parece que a LG leu a nossa análise e no LG G Flex, e o LED de notificações é todo o botão ligar/desligar e funciona de forma igual ao LED frontal, pisca para todas as notificações. Assim, se tivermos o smartphone virado para baixo, já conseguimos saber se temos notificações em espera.
Ora um ecrã curvo de 6 polegadas só pode levar-nos a um smartphone grande, o que acaba por ser desconfortável, já que é totalmente impossível utilizá-lo com uma só mão. Mas também é verdade que num dispositivo mais pequeno, a curvatura não seria relevante, o que tendo em conta que o objetivo do G Flex é mostrar esta inovação, é aceitável.
O que não é de todo aceitável é a resolução do ecrã. Então temos o último grito em inovação, com as melhores especificações de hardware dum smartphone, mas em vez de termos uma resolução Full HD temos, apenas, HD, 720p. É, de todo, uma desilusão e com tantos ecrãs Full HD é notória a diferença entre este ecrã HD do G Flex e o LG G2, por exemplo. Em contrapartida, o ângulo de visualização deste smartphone é excelente. Se há benefícios que esta curvatura oferece aos dispositivos móveis é o amplo ângulo de visão, que permite que em qualquer posição a visualização seja perfeita ao contrário do que acontece nos terminais planos.
Interface e desempenho
A interface do LG G Flex também sofre alterações em relação ao LG G2. Enquanto a interface do LG G 2 mantém-se desde o tempo da utilização do Android 4.o nos smartphones da fabricante, o meu LG Maximo 2X tem 4.0 com esse interface, no LG G Flex a interface tem um design mais colorido, um pouco infantil, mas é diferente. No entanto, pode alterar o interface para o encontrado no LG G2, mas preferia que tivesse a opção para alterar para versão original do Android.
Em termos de funcionalidades, não são diferentes do que encontramos no LG G2, temos o Slide Aside ou o Knock On, este último muito importante e que já me faz falta quando utilizo outros smartphones. Mas também há novidades.
O LG G Flex tem o dual-screen, uma versão da LG do Multi-Windows que foi lançado no Galaxy Note. Esta funcionalidade tira partido do tamanho do ecrã e permite que possamos ter duas aplicações ao mesmo tempo no ecrã. Se mantivermos pressionado o botão de voltar para trás, temos acesso a um menu de 14 aplicações nativas, para que possamos adicionar de forma mais fácil no dual-screen.
Em termos de desempenho não temos muito a apontar. Com o Snapdragon 800 e 2Gb de RAM não podemos esperar menos do que um excelente desempenho e o dispositivo esteve ao nível dos topos de gama. Para fazermos uma comparação, realizámos os normais testes de desempenho.
No geral, o LG G Flex está ao nível do desempenho do LG G2.
Em termos de bateria, verificamos que a LG está a fazer um excelente trabalho nos seus mais recentes topos de gama e tal como verificámos no LG G2, também o LG G Flex tem um desempenho de bateria excelente, conseguindo atingir os três dias de duração sem grande dificuldade.
Câmara e multimédia
A câmara do LG G Flex tem 13MP e, normalmente, estaríamos à espera de um desempenho de câmara ao nível dos outros dispositivos de topo, mas não o é. Para começar, o LG G Flex não tem estabilizador de imagem, presente em todos os topos de gama. Pode não ser uma função essencial, mas faz falta.
Mas não é só com o IOS, notamos que a câmara não está ao nível do LG G2. Nas várias fotos que tirámos com o LG G Flex reparamos que a câmara tira fotos com pouca cor. Voltamos ao mesmo assunto, quando pagamos o valor que é pedido pelo LG G Flex, não podemos esperar menos do que o melhor, e notamos que esta câmara não é o melhor que a LG consegue oferecer.
Mas temos de dar um desconto à LG, é que criar tanta inovação, nomeadamente um dispositivo curvo, pode limitar algumas funcionalidades, como é o caso da câmara e pode ser essa a razão para haver estas especificações “mais fracas”. Pode ver algumas fotos tiradas com o LG G2. Estas fotos foram redimensionadas para o site, pode aceder às fotos originais na nossa página do Flickr.
Mas mesmo na câmara há novidades. Se tentarmos fazer uma selfie, normalmente temos o problema de não saber se estamos bem na foto, no entanto o LED de notificações traseira tem mais uma funcionalidade. Quando tiramos fotos com detetor de caras, o LED do botão ligar/desligar vai alternando a cor conforme ele detetar corretamente as caras. Se, por exemplo, tiver duas pessoas na foto, quando ele detetar uma cara fica amarelo e só fica verde quando detetar as duas caras, o que dá-nos uma ideia quando é que podemos tirar a foto.
Apesar disto, podemos não ficar bem centrados na foto, mas certamente que aparecemos na foto. Para as selfies isto vai dar muito jeito.
Em termos de vídeo o desempenho revelou-se ao nível do LG G2, com boa captação de som e imagem, além de permitir gravar na resolução ultraHD, famosa 4k.
Em multimédia e jogos os sentimentos são diversos. Ficamos deliciados com a visualização devido à curvatura, para visualização de filmes esta curvatura demonstra o porquê da aposta nas televisões curvas por parte dos fabricantes. Mas temos de mostrar a nossa desilusão pela resolução HD que este ecrã oferece.
É verdade que a resolução é “fraca”, no entanto este também é o primeiro ecrã flexível a surgir num dispositivo à venda no mercado, já que o seu concorrente, Samsung Galaxy Round, não tem um ecrã flexível, mas sim curvo, bem diferente e, por isso, oferece uma resolução Full HD. Mas, como indicamos anteriormente, custa pagar tanto por um dispositivo que não oferece o topo.
Como já fizemos um video na apresentação do LG G Flex, voltamos a mostrar para que vejam as funcionalidades do dispositivo.
httpv://youtu.be/9dn17nKEi6s
Veredito: LG G Flex
A pergunta final é a seguinte: Será que toda esta inovação vale os 899€? Se for um “normal” utilizador a resposta é não. A tecnologia é interessante mas demasiado recente e, ainda, tem muitas limitações, mas não há dúvidas que vai ser o futuro em breve, nomeadamente a capa traseira que apesar de ainda estar numa fase muito embrionária, claramente será uma especificação que toda a gente vai querer ter. Já imaginou o que é, finalmente, podermos ter o nosso smartphone sem uma capa a proteger?
Portanto, esta capa é sem dúvida um ponto positivo, apesar de ainda estar longe do perfeito, mas também a inovação e o seu design curvo são pontos a favor, devido à oferta de visualização, bem como a construção deste smartphone que, quase, parece ser indestrutível. Já imagino o que é podermos “dobrar” o smartphone sem ter medo de o partir? Continua a não ser muito flexível, mas é um passo na inovação. Também a duração da bateria é um ponto muito positivo.
O preço de 899€ é, sem dúvida, exagerado para este dispositivo, olhando para as especificações de hardware que este oferece. Com estas especificações consegue adquirir dispositivo por quase metade do preço no mercado português. Bloqueado à Vodafone ou à Optimus, custa 699€, mas mesmo assim, continua a ser um preço exagerado para o que oferece, mas certamente bem mais interessante do que desbloqueado.
Também não podemos deixar de referir como negativo um ecrã deste dispositivo ter uma resolução HD, quanto todos os topos de gama têm Full HD, e a câmara não ter estabilizador de imagem.
Basicamente, este LG G Flex será um dispositivo para mostrar, pois chama bastante a atenção e terá de responder a muitas perguntas dos curiosos, bem como demonstrar as suas funcionalidades. O LG G Flex é um dispositivo para quem quer o último grito em tecnologia e não se importa de gastar dinheiro.
Pontos a favor:
- Inovação
- Design Curvo
- Capa traseira auto-regeneradora
- Duração de bateria
Pontos Contra:
- Ecrã de 720p
- Preço
- Câmara sem estabilizador de imagem
Desde já agradeço à LG por nos ter disponibilizado esta relíquia de inovação, o LG G Flex, para análise. Pode encontrar o LG G Flex à venda por 899€, ou bloqueado à Vodafone e à Optimus por apenas 699€. Fique com a nossa galeria de imagens.