O Mi 11T Pro aparece para reforçar a gama premium da Xiaomi e não deixa ninguém indiferente. Este é um modelo cujas especificações acompanham aquelas que têm vindo a ser as tendências atuais no segmento dos high-end. A particularidade de seguir os seus homólogos da geração 11, coloca-o em pé de igualdade com o Mi 11 ou Mi 11 Ultra. Existem diferenças, mas aquilo que os une é claramente mais forte que qualquer diferença.
Este mercado que se encontra constante evolução vê assim chegar um novo modelo que — não sendo o melhor telemóvel da sua geração — é interessante deve manter-nos no topo, pelo menos, no decorrer deste ano. Os modelos “T” nunca tiveram pretensão de se afirmar como o topo da Xiaomi, mas sim, como uma proposta alternativa, baseada em especificações muito claras que oferecem uma qualidade superior, com um budget inferior.
Este telemóvel destaca-se pela versatilidade, ou seja, ao apresentar um processador muito competente — Snapdragon 888 —, um pacote de câmaras bastante interessante e, se isto não for suficiente, conta ainda com uma bateria de dimensões consideráveis. Para além disso, o novo telemóvel incorpora ainda um ecrã AMOLED que pode chegar até aos 120 Hz de forma dinâmica.
Desempenho — competente e suficiente para o modelo!
O Mi 11T Pro oferece uma relação de desempenho-consumo interessante. Este Xiaomi não foi exceção na disponibilização de diferentes categorias de potência — os modos de poupança, normal e desempenho — que permitem ao utilizador decidir como quer utilizar o dispositivo. Isto é o tipo de coisa de que um utilizador regular da marca já considera algo normal.
Mais uma vez, apoiámo-nos nos dados do Antutu Benchmark (v9.1.3) para aferirmos as capacidades de processamento com base em dados. O Mi 11T Pro alcança 145.221 pontos em matéria de processamento (ultrapassando 43% dos utilizadores), isto conseguido graças ao Snapdragon 888 que conta com um núcleo Kryo 680 de 2.84 GHz, três núcleos Kryo 680 de 2.42 GHz e quatro núcleos Kryo 680 de 1.80 GHz, o mesmo tipo de núcleos usados no Find X3 Pro (que já trouxemos análise aqui no site do MaisTecnologia).
CPU/GPU
- Qualcomm Snapdragon 888;
- Octa-core (1 x 2.84 GHz Kryo 680, 3 x 2.42 GHz Kryo 680 & 4 x 1.80 GHz Kryo 680);
- Qualcomm Adreno 660;
Por sua vez, quando falamos na pontuação da potência gráfica, de acordo com os dados do Antutu Benchmark, o Mi 11T Pro derrota 73% dos seus concorrentes com uma pontuação de 281.907 pontos nesta categoria, conseguido graças à Qualcomm Adreno 660 e às capacidades técnicas deste telemóvel da Xiaomi. Isto contrasta bastante com aquela que foi a pontuação atribuída ao processamento de dados conseguido pelo processador.
RAM/ROM
- ROM 256 GB UFS 3.1;
- RAM 8 GB @ 5500 MHz;
- 8 GB LPDDR5;
- Existe uma versão de 12 GB de RAM.
Segundo o Antutu Benchmark, a pontuação total obtida atingiu os 649.537 pontos, uma pontuação que não sendo fantástica, permite ultrapassar 51% dos seus concorrentes, mas que se formos comparar, por exemplo, com o X3 da Oppo, quase que parece datado. Este é o preço a pagar por um telemóvel que se afigura bom em quase tudo (pelo preço).
O Mi 11T Pro incluí Wi-Fi 6.0, Bluetooth 5.2 e NFC. Por fim, como tem sido hábito, as tecnologias GPS, A-GPS, NavIC (sistema de posicionamento indiano) e GLONASS. Para além disso, como seria de esperar, o telemóvel dá acesso à rede 5G — algo que se afirmava como obrigatório — quem é a pessoa que hoje não está já rendida à rede 5G?
Câmeras — 108MP, é preciso dizer mais alguma coisa?
Este 11T Pro recorre à grande aposta conjunta da Samsung e da Xiaomi — o sensor de 108 MP (0.7µm) — que permite uma incrível capacidade fotográfica em cenários de muita luminosidade. Para eliminar a maioria dos problemas em locais de pouca luz, o software resolve o assunto através de uma associação de pixéis por forma a aumentar virtualmente o tamanho de cada píxel (24 MP, por exemplo, 1:4 pixeis).
Isto tem sido aperfeiçoado desde o lançamento do Mi Note 10 (que foi o primeiro telemóvel a contar com o sensor de 108 MP). O lançamento do S20 da Samsung revelou-se um desastre ao nível de software visto que não lidava bem com os 108 MP. O S21 mostrou a robustez da Samsung ao aperfeiçoar o software para adaptar a tecnologia deste complexo sensor de 108 MP.
Deste modo, era expectável que o novo Mi 11T fosse conseguir melhorar a qualidade fotográfica, ainda que com alguns problemas em cenário noturno quando utilizado em modo automático. Esta câmara wide-angle (108 MP) conta com uma abertura de f/1.8. Além desta câmara, o pacote conta com uma ultra-wide de 8 MP (1.12µm) e uma abertura de f/2.2. Por fim, conta com uma lente telefoto (ou macro) com uma abertura de f/2.4 que tem um sensor de 5 MP.
Sensores traseiros
- 8 MP ULTRA-WIDE, abertura de f/2.2, 1.12µm
- 108 MP WIDE, abertura de f/1.8, 0.7µm, dual pixel PDAF
- 5 MP TELEPHOTO, abertura de f/2.4, 50 mm, AF, (funciona como lente macro também)
Este pacote de câmaras mostrou-se competente e, como mencionado anteriormente, oferece uma precisão exímia quer no modo automático, quer no modo fotográfico de 108 MP. A lente ultra-wide tem um desempenho bastante aceitável no que diz respeito ao espectro da dimensão da imagem (8 MP). Ainda que ofereça um sensor telephoto a qualidade permite “desenrascar” e não compromete, mas pela qualidade final, quase preferimos (se for caso de um cenário luminoso), recorrer aos 108 MP para ampliar virtualmente em pós-produção.
Gravação sensores traseiros
- 4320p@30fps, 2160p@30/60fps, 1080p@30/60/240/960fps, gyro-EIS; HDR10+
O Mi 11T Pro consegue gravar em 8K@30fps, no entanto, devemos alertar que a estabilização ótica é mínima, pelo que, recomendamos que utilize com suporte a um tripé, por exemplo. Já a gravação em 4K@60fps é, sem dúvida, bastante gratificante uma vez que permite uma imagem bastante estável em movimento com o telemóvel sustentado apenas pela mão. Claro está que se optar por recorrer a soluções de estabilização mais suaves (para a imagem), isso influenciará a qualidade de imagem final, fazendo um downgrade para 1080p, por exemplo.
Sensor frontal
- 16 MP WIDE, abertura de f/2.5, 1.0µm
Gravação sensores frontais
- 1080p@30/60fps
O pacote fotográfico frontal conta com 16 MP por uma lenta wide-angle com abertura de f/2.5 (algo interessante e fruto do sensor de menores dimensões) e um tamanho de cada pixel estruturado para 1.0µm. Este conjunto fica alojado num punch-hole notch na zona superior central, podendo fazer uso de algumas funcionalidades que já encontramos em outros modelos da Xiaomi. Em matéria de desempenho, não ficamos especialmente espantados — é uma câmara que cumpre o seu propósito fotográfico e permite selfies de alguma qualidade.
Bateria e autonomia
Este Mi 11T conta com uma bateria de 5.000 mAh (que confesso que me agradou bastante) e que permite uma autonomia bastante interessante, no sentido em que permitia utilizar o telemóvel por várias horas, chegando mesmo, em algumas circunstâncias chegar a dois dias de utilização normal do telemóvel. Isto depende, obviamente, do uso que cada consumidor der ao modelo, no entanto, alertamos para o facto de que esta bateria se mostrou mais do que suficiente.
O 11T Pro conta com a tecnologia de carregamento Quick Charge 3+ com a possibilidade recorrer a um carregador ultrarrápido de 120W que tem a suposta capacidade de carregar 72% da bateria em 10 minutos — algo que não conseguimos exatamente, mas que ficou perto disto em 12 minutos, sensivelmente. Para o carregar totalmente, precisamos de 20 minutos (próximo dos 17 minutos anunciados).
Ecrã
O Mi 11T Pro incorpora um ecrã AMOLED de 120 Hz e 480 Hz de touch sample-rate e as tecnologias HDR10+ (algo que já é comum para uma gama de telemóveis como esta), Dolby Vision, 800 nits (padrão) e com possibilidade de chegar a 1000 nits (de pico máximo).
Este painel configura uma resolução 1080 x 2400 pixeis, cujo rácio screen-to-body é de 85,1%. Este painel dispõe ainda de uma densidade de 395 pixeis por polegada (ppi), o padrão para um ecrã destas dimensões. Falamos de um ecrã 2K+ (pela resolução que oferece) — permite um conforto ocular necessário, mas sem representar um custo significativo para o consumidor final — que permite que o custo do pacote se mantenha na gama alta sem comprometer o preço final do equipamento para um equipamento de complemento ao mercado (ou seja, não se pode afirmar como um Mi 11 ou Mi 11 Ultra).
Destacamos que o Xiaomi Mi 11T Pro inclui Corning Gorilla Glass Victus, e porquê? Ao contrário de Gorilla Glass 6, o Gorilla Glass Victus permite uma maior resistência a riscos e danos causados pelo dia a dia, mas resiste a queda apenas até aos 2 metros. Gorilla Glass 6 consegue aguentar uma queda de 1 metro apenas, no entanto, quando comparado com o Victus oferece menor resistência a riscos no ecrã. O Glass 6 deve aguentar até 15 quedas (no máximo de 1 metro) até sofrer algum tipo de dano na estrutura do ecrã.
Design — clean o suficiente para agradar a muita gente
O Mi 11T Pro tem um aspeto simples e elegante como tem sido prática da Xiaomi. É comum não vermos designs muito extravagantes, pelo que, este modelo não foge à regra. Suave ao toque e, de certa forma, para as especificações, leve (com as suas 204g). Os botões laterais estão projetados para ser ergonómicos, sobretudo, o botão de ligar/desligar que também serve para desbloqueio por impressão digital.
Em um dispositivo tão “clean” (em português, “limpo”), o único destaque é a saliência do conjunto de câmeras. Utilizado sem a capa, o telemóvel fica desequilibrado numa superfície plana, mas se recorrermos à capa de silicone, a saliência e o desequilíbrio deixam de ser evidentes. Esta traseira tem um padrão que apreciámos bastante pela textura protegida por um material suave ao toque que realça a marca do modelo e o conjunto de câmeras.
Porquê da compra? Prós e contras
Abaixo, como tem sido hábito nosso, mostramos algumas das características que consideramos ser mais-valia quando chega a hora de considerar a compra ou outras alternativas no mercado. E como não só de vantagens se faz um telemóvel, mostramos aquilo que consideramos serem as desvantagens deste Mi 11T Pro da Xiaomi.
Vantagens
- Ergonómico;
- Leve, 204g de peso;
- 108 MP wide-angle (qualidade);
- 8K@30 fps (interessante);
- 4K@60fps c/estabilização ótica;
- Gravação em 1080p@30/60/240/960 fps, ultra slow-motion;
- Android 11, MIUI 12.5;
- AMOLED;
- Gorilla Glass Victus;
- Bateria de 5000 mAh;
- 24-bit/192kHz áudio;
Desvantagens
- Telephoto de 5 MP;
- Não inclui Jack de Áudio de 3.5 mm;
- Câmera frontal de 16 MP;
Veredito
Essencialmente, o Xiaomi Mi 11T Pro, apresenta-se como uma gama auxiliar no compromisso da Xiaomi de introduzir novos dispositivos high-end no mercado. Ainda que seja acessório e não pretenda substituir os modelos Mi 11 e 11 Ultra, visa suprir uma necessidade do mercado — ao abranger várias áreas que são um atrativo para quem procura um telemóvel de qualidade por um preço mais acessível — arriscando-me a dizer que este talvez seja um dos melhores telemóveis preço-qualidade do estilo (disponível atualmente).
É fácil observar a qualidade da proposta chinesa no mercado, independentemente, dos resultados do Antutu não favorecerem especialmente este modelo. Nós optamos por incluí-los para efeitos de enquadramento e de contextualização das especificações que mencionamos, no entanto, todos sabemos que valem o que valem. Algumas das pontuações são claramente influenciadas por condições muito específicas de aplicação destes testes performativos.
Ficando satisfeito com o caminho que a gama “T Pro” tem tomado nos últimos anos, resta-me esperar por aquele que será o futuro deste modelo, em particular, da gama “T” que tem oferecido especificações acima da média, conjugando pontos mais fortes no mercado com outros mais datados, mas que não prejudicam o conjunto, mas que favorecem o preço final.
Já que corrigiram o artigo deixo mais uma nota:
240 Hz de touch sample-rate está errado.
É 480 Hz.
Obrigado pelo reparo.
Já corrigimos no artigo.
Continue a acompanhar-nos.
Numa perspectiva mais pessoal, eu teria incluído o carregamento de 120W nas vantagens deste aparelho.
Agradecemos a partilha. Faz, de facto, sentido. Em artigos extensos como este, por vezes, existem pormenores que nos escapam (não por não saber, mas, porque são vários).