Análise do New World (PC) — o RuneScape de 2021

Foi em 2012 que a gigante americana Amazon entrou para o mundo do gaming com a criação da Amazon Game Studios, um estúdio que, apesar de grande, nunca fez projetos muito ambiciosos ou extraordinários, tendo chegado mesmo a cancelar muitos deles, até à chegada do novo MMORPG do estúdio conhecido como New World.

Como já refiro no parágrafo acima, New World é o mais recente título do estúdio, sendo este um MMORPG que se passa num mundo de magia e fantasia, e é também o mais ambicioso e, após muito tempo de trabalho, parece que isso compensou pois este é de momento o jogo mais vendido na Steam, já tendo registado mais de 900 mil jogadores em simultâneo na plataforma.

Nesta análise irá ser avaliada a versão de PC do título, que foi jogada num com uma Nvidia GeForce RTX 3070 com um i7-11700K e ainda 32GB de memória RAM DDR4, onde iremos classificar entre 0 e 10 valores vários aspetos importantes a considerar do título, sendo estes a narrativa, as quests, a jogabilidade e combate, o sistema de progressão, a ambientação e a qualidade gráfica e desempenho, dando no final o veredito, que tem por base os aspetos já referidos. De maneira a não dar spoiler da narrativa não iremos falar das personagens.

Narrativa — uma “dark age” aproxima-se de Aeternum

New World é um MMORPG e, como tal, este apresenta uma narrativa muito diferente do que grande parte da comunidade está habituada num jogo mas, tal como outros títulos do seu género, New World segue a regra dos MMORPGs em termos da sua narrativa para que não fuja muito ao estilo dos mesmos.

A narrativa de New World é focada numa espécie de joia mágica muito antiga e que tem um enorme poder que aparenta ameaçar todo o mundo de Aeternum. A pedra ou joia é encontrada e, juntamente com uma enorme tripulação, os jogadores são enviados para proteger a pedra a todo o custo mas, o barco onde vão sofre um acidente e esta desaparece, estando muito provavelmente nas mãos erradas.

Agora, cabe aos jogadores descobrir onde está a pedra e impedir que o seu poder faça com que caia uma dark age sobre Aeternum de maneira a que este belo e vasto mundo não seja destruído e devastado pelo mal que todos os dias cresce e se desenvolve cada vez mais nas sombras à espera do momento certo para atacar.

A narrativa vai se desenrolando através de quests, como é normal num MMORPG, e os jogadores vão se deparando com algumas cutscenes de maneira a que não percam o ritmo da narrativa. Ao contrário de outros MMORPGs, as quests secundárias não interferem com as principais e os jogadores não são obrigados a fazer estas para progredirem nas costas, o que torna todo o jogo e a sua narrativa muito menos chatas, ao contrário de outros MMORPGs.

Apesar disto, às vezes é necessário fazer algumas missões secundárias para não se estar muito abaixo do nível recomendado para a campanha e, mesmo sem isto, esta acaba por ser um pouco longa, o que era de esperar, o que pode tornar a experiência chata para quem se está a focar nesta.

Mesmo assim, a narrativa presente em New World é muito bem contada aos jogadores e esta e todo o seu conceito são bastante interessantes, apesar de ser bastante longa, o que faz do New World um dos MMORPGs com uma das melhores narrativas, dentro do seu tipo de jogo, presente no mercado atualmente que pode acabar por ser um pouco chata.

Sistema de quests — sabe a diferença entre principal e secundário

Um dos aspetos mais importantes de um MMORPG é o seu sistema de quests e a forma como este funciona. É preciso avaliar se existem quests a impedirem a realização de outras e se toda a funcionalidade do sistema não é chata e muito mal executada, tendo de constatar se este sistema é bom para o título ou estraga toda a sua experiência.

Em relação à minha experiência, no que toca à narrativa, não existem quaisquer quests secundárias a impedirem a realização das principais e o próprio jogo não obriga ninguém a fazer missões secundárias para ter nível para progredir na narrativa, o que não torna toda a dinâmica do sistema chata e aborrecida, mas sim torna-a em algo que acaba por dar prazer aos jogadores em terem várias quests para fazerem ao mesmo tempo e poderem faze-las pela ordem e da forma que desejarem, o que é fantástico para um MMORPG domo o New World e me recorda um pouco do sistema do RuneScape.

Em termos das próprias quests, não achei que estas fossem muito difíceis ou até mesmo chatas mas, em alguns momentos, existem quests que demoram um pouco a fazer pois a área onde esta pode ser feita não tem lá presente muitos inimigos para matar para a mesma ou items para apanhar para completar a mesma, o que pode ser um  pouco frustrante.

Desta forma, resta-me apenas dizer que o sistema de quests do New World está de facto muito bem concebido e este sabe bem diferença entre principal em secundário mas, pela razão acima, tenho de atribuir a este sistema um 9/10 valores, apesar de estar bem feito e desenhado para o título.

Jogabilidade e combate — muito ao estilo de um MMORPG

A jogabilidade é, provavelmente, um dos pontos mais fortes num MMORPG ou, para quem não esteja totalmente de acordo, um dos mais fortes. Desta forma, é necessário avaliar o modo como esta funciona e toda a sua relação com os múltiplos elementos presentes neste vasto título.

Começando pela jogabilidade, o que toca ao andar e executar múltiplas animações no que toca a apanhar recursos e animações do género, esta está muito bem concebida e é bem executada pela personagem de cada um mas, apesar disto, existem certas animações que não são coerentes com objetos como, quando um jogador apanha recursos, os instrumentos para a tarefa podem não tocar no objeto a ser coletado, o que torna a jogabilidade um pouco mal produzida.

Mesmo assim, esta está muito bem concebida e desenhada, sendo as minhas duas críticas a que referi acima e uma segunda, a pelo facto de não haverem “mounts” no jogo, o que torna a deslocação um pouco lenta às vezes pois a nossa personagem não corre muito, o que pode ser frustrante.

Focando agora mais no combate, o do New World é composto por combate corpo a corpo e à distância com as inúmeras armas que existem no título e, pela minha experiência, estas estão bem desenhadas e concebidas, fazendo do combate do New World muito ao estilo de um MMORPG.

Para além disto, o combate do New World tem ainda inúmeras habilidades que variam de arma para arma e estas fazem o combate ficar mais fácil, o que é bom, mas, mesmo assim, às vezes parecem um pouco estranhas de usar durante a gameplay mas, mesmo assim, estas são uma boa adição ao combate do título.

Desta forma, acho que não há muito mais a dizer exceto que as jogabilidade e combate do New World são muito ao estilo de um MMORPG e estão muito bem concebidas, tendo apenas algumas falhas mínimas, o que me leva a atribuir a esta secção um total de 8/10 valores.

Sistema de progressão — muito bem desenhado e concebido

Outro aspeto que é muito importante ter em conta num MMORPG é o seu sistema de progressão, ou seja, de que forma funciona subir de nível em várias habilidades e toda a dinâmica que os níveis mais altos têm para a personagem de cada um que está dentro do título.

No New World, os jogadores têm o seu nível geral, que vai até 60 no máximo, e muitos outros níveis respetivos às atividades do título como pescar, cozinhar, fazer armas, caçar, apanhar madeira, minerar, etc. Isto é um sistema que me relembram muito o RuneScape e que é um pouco semelhante ao do mesmo, o que é bom.

Há níveis que demoram mais a subir e outros onde é muito fácil estar no nível mais alto e, quando aí se chega, o jogador pode fazer tudo respetivamente à secção onde chegou. Além disto, existem níveis onde, chegando a um certo nível, fica mais fácil de subir e outros onde fica mais difícil.

Esta discrepância pode muitas vezes ser chata e irritar qualquer um mas, se analisarmos isto melhor, esta torna-se um elemento fundamental da progressão pois obriga o jogador a focar-se em uma de cada vez, de modo a não estar no nível máximo de titulo muito rapidamente, o que confere uma boa dinâmica ao título.

Para terminar, é possível concluir que todo o sistema de progressão está bem feito e executado no New World e remete muito ao do RuneScape, o que é bom, mas pode ser um pouco chato e parecer injusto apesar de muito bem concebido desenhado.

Ambientação — Aeternum é simplesmente magnífica

A ambientação é um dos aspetos mais fortes de um MMORPG pois estes costumam  apresentar mundos totalmente alternativos e diferentes ao que conhecemos hoje e, como é óbvio, o New Word não foge a esta mesma regra, oferecendo aos seus jogadores um mundo de magia fantasia simplesmente deslumbrante.

Como já referi inúmeras vezes, o New World desenrola-se num mundo de magia e fantasia conhecido como Aeternum, mundo este que se situa em miados do ano 1600, onde os jogadores colonizam a terra fictícia a que chamamos Aeternum, criada segundo o modelo da América Britânica, junto ao Oceano Atlântico. Nesta, como já sabem, os jogadores podem garimpar recursos, fabricar itens e lutar com, e contra, outros jogadores.

Para além disto e seguindo um sistema típico de um MMORPG, o mundo de New World apresenta-se, quando o jogador for a jogar, sub-dividido em vários temas que, basicamente, são todos iguais mas, na sua composição em mapa, a localização e disposição das várias áreas e cidades são diferentes de tema para tema. Este sistema permite que a Amazon Game Studios tenha espaço para todos os que queiram aproveitarão título sem filas de espera ou problemas de conexão.

Quando se usa este sistema, muito usado por MMORPGs como já referi, os inúmeros mundos que existem costumam todos ser iguais, não havendo por isso temas, mas no New World isso difere e considero isso uma jogada de mestre da Amazon Game Studios pois, desta forma, o estúdio oferece aos jogadores o mesmo mundo mas de inúmeras composições que transmitem aos jogadores uma sensação de variedade e frescura, o que permite aos mesmos ter duas personagens em dois mundos totalmente iguais e diferentes ao mesmo tempo, algo muito inovador na minha opinião.

Antes de dar a minha pontuação falta me ainda falar dos cenários e das paisagens que o mundo de New World nos oferece. Tenho apenas a dizer que, graças à fantástica e enorme variedade presente em Aeternum, New World apresenta paisagens de cortar a respiração e cenários simplesmente deslumbrantes e fantásticos que são muito impressionantes e muito bem criados e representados no título, o que revela a dedicação da divisão gaming da Amazon investida neste fantástico título.

Desta forma, após ter passado inúmeras horas neste fantástico mundo, tenho apenas a acrescentar que a ambientação de New World é simplesmente magnífica e esta apresenta-se muito bem concebida, dando um enorme gosto passar tempo neste gigante, variado e incrível mundo que é Aeternum.

Qualidade gráfica e desempenho — algo que pode ser mais otimizado

Antes de dar o veredito acerca deste magnífico MMORPG, temos ainda de falar acerca da qualidade gráfica e do desempenho do mesmo. Antigamente, estes não eram aspetos muito importantes numa análise mas, nos dias de hoje, este ponto passou a ter grande importância devido ao variado números e tipos de componentes de PC presentes no mercado gaming.

Antes de comentar a minha experiência final, volto a relembrar que o meu PC, PC este onde joguei mais de 40 horas o New World, é composto por uma Nvidia Geforce RTX 3070, da MSI, com 8 GB de VRAM DDR6; um i7-11700K, da Intel, com 8 núcleos e uma frequência turbo de 5.0GHz; e ainda 32 GB de memória RAM DDR4, da G.SKILL. Deste modo, é possível terem uma noção de que o meu PC é um modelo muito capaz e bastante poderoso, não tendo por isso problemas em rodar New World, à partida.

Focando-nos mais no desempenho posso dizer que, antes de avaliar o mesmo, joguei o título com os gráficos com as definições no Ultra e também no High na resolução de 1920 por 1080p. Desta forma, posso dizer que, com os gráficos no Ultra, o New World mostra um bom resultado, tendo conseguindo uma média de 66 fps mas notei que quando há muita informação no ecrã podem haver algumas quedas mas, nada de grave.

Em relação aos gráficos no High, posso afirma que, na minha opinião, é a definição perfeita para quem tem uma RTX 3070 pois consegue atingir uma média de 112 fps e não apresenta quaisquer quedas de performance, o que é bastante bom para um título deste género e que revela que este, apesar de pesado, apresenta uma boa qualidade e desempenho mas, apesar disso, acho que este pode ser ainda mais otimizado.

Passando agora para a qualidade gráfica, esta não costuma ser um grande foco de um MMORPG sendo que a maioria destes não costuma apresentar uma muito fantástica ou de outro mundo como muitos AAA. Apesar disto, New World apresenta uma ótima qualidade gráfica, sendo que a Amazon Game Studios teve muita atenção ao detalhe e aos próprios gráficos que dão mais vida e riqueza a Aeternum, apesar de não serem gráficos tão altos como os de um AAA, o que faz com que este título fuja um pouco à regra dos gráficos de um MMORPG, regra essa que não é necessariamente obrigatória.

Deste modo, acho que está tudo dito nesta secção e que New World apresenta por isso uma qualidade gráfica bastante boa e que faz o seu mundo ganhar mais vida mas, óbvio que estes gráficos não são tão altos como um AAA, e um desempenho que, apesar de bom, consegue ser ainda mais otimizado.

Veredito — o RuneScape de 2021

Para terminar esta análise, falta apenas dar-lhe a minha opinião final, ou seja, o meu veredito. Como dá para perceber, New World é de veras um excelente e um dos melhores títulos já desenvolvidos pela Amazon Game Studios, o que revela o quão capaz este estúdio é, conseguindo provar, após alguns projetos falhados, à indústria dos videojogos o seu verdadeiro valor e potencial com esta belíssima obra de arte.

Este MMORPG fez-me ficar agarrado a ele por inúmeras horas a tentar subir de nível nas várias categorias e a fazer inúmeras quests para progredir na narrativa, assim como matar inúmeros inimigos e eu adorei cada momento disso pois isto fez-me relembrar os meus velhos dias no adorado e clássico RuneScape, o que faz deste título um fantástico jogo e um dos melhores MMORPGs de sempre, tal como o RuneScape foi em tempos antigos e, de certo modo, ainda o é.

Antes de dar a minha pontuação final, quero agradecer à Amazon Gaming pela fantástica oportunidade de puder jogar este jogo pois tive a sorte de puder experimentar a beta do mesmo e fiquei maravilhado com o que experienciei, o que fez com que a minha experiência final fosse ainda melhor.

Para concluir, acho que não há muito mais a dizer mas, mesmo assim, gostaria ainda de acrescentar que o New World é de facto um maravilhoso e incrível título, apesar de que pode ser melhorado em alguns aspetos mínimos, e que a Amazon Game Studios desempenhou um excelente trabalho com o mesmo. Desde a sua narrativa, passando pela jogabilidade e vendo ainda a sua ambientação de cortar a respiração, o New World é de facto o RuneScape de 2021.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui