Análise do Deathloop (PS5) — uma verdadeira obra-prima da Arkane Studios

A Arkane Studios tem sido um estúdio memorável e muito marcante na indústria dos videojogos, muito principalmente por estar integrada na família de estúdios da gigante Bethesda Softworks, tendo entregado aos seus fãs e amantes incríveis e marcantes títulos e franquia como Prey, Dishonored, BioShock, Wolfenstein e outros, mas nenhum como o Deathloop.

Este novo título que vamos aqui hoje analisar é algo totalmente novo, sendo muito distante de tudo o que a Arkane Studios já produziu até hoje, fazendo com que este excelente estúdio mostre mais uma vez que consegue entregar ao público títulos totalmente novos e inovadores sem se agarrar a outros já produzidos por eles ou pela própria Bethesda Softworks, algo difícil de se fazer nos dias de hoje mas que a Arkane Studios ainda sabe como.

Nesta análise irá ser avaliada a versão PlayStation 5 do título, que foi jogada numa PlayStation 5 Standard, onde iremos classificar entre 0 e 10 valores vários aspetos importantes a considerar do título, sendo estes a narrativa, a jogabilidade, as armas, habilidades e melhorias, a ambientação e a qualidade gráfica e desempenho, dando no final o veredito, que tem por base os aspetos já referidos. De maneira a não dar spoiler da narrativa não iremos falar das personagens.

Narrativa — vai mais além ao demonstrar um verdadeiro loop temporal

Antes de falarmos da narrativa temos de conhecer melhor o título. Deathloop é um jogo de tiro em primeira pessoa que desafia os jogadores a jogar da sua própria forma. Na perspetiva de Colt Van, os jogadores estão presos num loop temporal na ilha de Blackreef, condenados a repetir o mesmo dia por toda a eternidade. A única chance de escapar é quebrar o ciclo, desenterrando informações e assassinando oito alvos principais antes que o dia reinicie.

No entanto, os jogadores terão deter cuidado pois está à espreita nas sombras a assassina rival Julianna Blake, equipada com as suas próprias habilidades e armas igualmente poderosas às de Colt, que se encontra na missão de impedir Colt de quebrar o ciclo para que a diversão não acabe.

A narrativa de Deathloop coloca os jogadores de imediato na pele de Colt Vane de uma forma muito brutal, intensa e que pode fazer alguns vomitar, basicamente com a morte deste para a rival que o tenta matar loop atrás de loop.. Por uma razão desconhecida, Colt não se recorda de nada acerca de loops temporais passados e pensa que tudo não passou de um estranho sonho.

Após este momento, Colt acorda na praia sem saber o que se passou e começa a sua longa investigação para perceber o que se está a passar. À medida que o jogo vai avançando, Colt vai morrer inúmeras vezes e este vai começar a perceber a realidade da situação, de que está preso num loop temporal à indeterminado tempo e que a única forma de o quebrar é eliminar todos os alvos, incluindo Julianna.

À medida que os jogadores vão progredindo no título, estes vão perceber que toda a narrativa de Deathloop é contada através de gravações de áudio, notas e documentos espalhados por Blackreef, o que faz a narrativa de Deathloop sentir como se fosse aquilo que realmente é, uma enorme e profunda investigação. Isto faz toda a diferença e, apesar de não o parecer, torna a narrativa muito mais interativa e interessante, algo que outros títulos que envolvem loops temporais não conseguem fazer tão bem.

Ao conectar toda a investigação pessoal de Colt com as dos seus alvos, a narrativa de Deathloop abre-se de uma maneira totalmente nova e diferente e junta inúmeras pontas soltas, fazendo com que todo o arco de Deathloop seja completamente diferente no final, acabando por não ser confusa desta forma.

Deste modo, resta-me apenas dirigir à narrativa de Deathloop como provavelmente a melhor que existe para um jogo deste género, sendo uma incrível, enorme e profunda investigação que nos faz ficar agarrados à mesma até ao fim a conectar todas as pontas soltas para descobrir o grande mistério por detrás deste ciclo vicioso.

Jogabilidade — muito complexa, aberta e divertida para matar

Apesar de ser um título totalmente novo, Deathloop é, como se pode perceber, a evolução lógica dos anteriores títulos da Arkane Studios muito aclamados pelas críticas como o Prey, o Dishonored e outros. Tal como nestes títulos, os jogadores precisão de concentração máxima e de um bom tempo de resposta em momentos de combate e a maior das concentrações e focos para não falharem nada por descobrir em Blackreef.

Durante grande parte do título, os jogadores passarão a maior parte do seu tempo a combater inimigos e a explorar as vastas áreas que os rodeiam, o que, neste caso, não coloca a narrativa em segundo plano pois os combates e a exploração são necessárias para concluir a mesma.

O Deathloop envolve, como já referi, um loop temporal que os jogadores têm de quebrar até ao fim do dia para que este não recomece novamente. Para quebrar o loop, os jogadores têm de matar oito alvos, incluindo aquele que o está a tentar matar, para conseguir quebrar o loop mas, o problema é que um dia não é suficiente para matar os oito alvos, ou será que é?

Um dia em Blackreef pode ser dividido em quatro períodos, sendo estes a manhã, o meio-dia, a tarde e a noite. Com isto, os jogadores podem ficar em cada um dos períodos o tempo que quiserem e estes têm também a opção para visitarem um dos quatro únicos distritos da ilha em cada período, o que faz com que consigam visitar toda a ilha e de descobrirem alguns dos seus maiores segredos e assim matarem todos os alvos num único dia, mas existem complicações.

Para conseguir matar todos os alvos num único dia, os jogadores terão, como já referi, de os juntar num único espaço para assim conseguirem acabar o trabalho mais rápido mas, para fazerem isso, têm de conduzir investigações acerca das suas vidas pessoais e horários que podem demorar inúmeras horas, o que torna quebrar o loop temporal uma tarefa bastante difícil e que requer muita paciência.

Apesar disto, mesmo que os jogadores não consigam matar todos os alvos a tempo e o loop recomece de novo, todas as suas investigações e descobertas ficam gravadas, não sendo perdidas no processo de recomeço, o que faz com que esta parte do trabalho sujo não seja tão chata e entediante como parece soar aqui. Deste modo, ao repetirem o loop inúmeras vezes, os jogadores conseguirão assim obter e descobrir cada mais informações para assim melhor conseguirem matar todos os alvos antes da meia noite.

Para ser possível quebrar o loop temporal onde Colt está preso, este tem à sua disposição um enorme arsenal, que iremos ver melhor no ponto da análise a seguir, e inúmeras habilidades especiais para mais facilmente conseguir matar todos os que o rodeiam e quebrar o maldito loop onde, sem saber porquê, está preso há já muito tempo.

Focando agora mais no combate, Colt sabe imensos movimentos de luta muito divertidos de usar durante o jogo, movimentos esses como chutar quem lhe aparece à frente, e como usar qualquer arma presente no título, o que o torna um assassino profissional e faz da jogabilidade de Deathloop muito elaborada e divertida para matar os NPCs presentes neste fantástico título.

Além das armas, as habilidades supernaturais de Colt são também fundamentais para este ser bem sucedido na sua importante missão. Parta destas habilidades são a possibilidade de Colt se reviver duas vezes caso morra para não reiniciar o loop de imediato e, além desta que é fundamental, existem inúmeras outras como a possibilidade de correr sem fazer barulho, ficar invisível ou de carregar uma arma instantaneamente, o que torna toda a jogabilidade de Deathloop aberta a mais opções de como jogar o título, muito complexa e também muito divertida de usar, algo excelente para toda a dinâmica do título.

Para concluir esta secção, pode-se dizer que a jogabilidade de Deathloop é de facto muito impressionante para o título, dando inúmeras formas e maneiras aos jogadores de como jogarem o jogo e de como matarem quem quer que seja, o que faz com que Deathloop seja um título para muitos tipos de jogadores pois cada um deles pode jogar da forma que mais prefere e gosta.

Armas, habilidades e melhorias — um sistema pensado e bem concebido para um jogo deste tipo

Este ponto da análise é um complemento à jogabilidade de Deathloop. Como referi acima, a jogabilidade deste título apresenta um enorme arsenal de armas e inúmeras habilidades supernaturais que vão sendo adquiridas e desbloqueadas ao longo do tempo e que, caso os jogadores recomecem o loop, ficam perdidas no tempo, o que é muito chato.

Isto aconteceria se o sistema que estou prestes a avaliar agora não tivesse sido bem pensado para um jogo que envolve a mecânica de um loop temporal. Deathloop apresenta um sistema de infusão que permite aos jogadores atribuírem permanentemente a Colt armas, habilidades e melhorias para que estas sobrevivam a cada loop temporal, não tornando Deathloop num jogo muito frustrante e chato de jogar até ao fim.

Para que os jogadores possam fazer isto, estes necessitam de encontrar “residual”, um recurso encontrado em toda a Blackreef que, apesar de ser um pouco raro, sempre que é encontrado atribui aos jogadores a quantidade suficiente de que necessitam para guardarem tudo o que necessitam para os próximos loops.

Este sistema permite e encoraja os jogadores a experimentarem novas formas de jogar o título, o que faz da jogabilidade muito aberta a todos como disse acima. Cada dia dará aos jogadores a possibilidade de escolherem novas armas e habilidades mas mantendo as que já tinham, o que acaba por ser uma alteração mínima a Colt e ao seu arsenal.

Dito desta forma, todo o sistema de armas, habilidades e melhorias está de facto muito bem pensado e concebido para um jogo que envolve toda a dinâmica de um loop temporal, o que faz que, tal como na jogabilidade, eu atribuo 10/10 valores a esta secção da análise deste excelente título.

Ambientação — simplesmente de cortar a respiração

Outro aspeto que tem de ser avaliado nesta análise é a ambientação do Deathloop pois esta é também um aspeto muito forte e importante em ter em conta neste título. Iremos neste ponto ver a complexidade e a beleza  dos cenários presentes em Deathloop, assim como a interação que é possível ter com estes e como os próprios vão mudando ao longo do tempo.

Como já referi anteriormente, a narrativa de Deathloop passa-se numa ilha dada pelo nome de Blackreef, um local onde existe tudo menos lei. Esta ilha é muito grande e complexa, tendo na sua composição inúmeros locais, edifícios, esconderijos e muito mais, tudo à disposição dos jogadores para explorarem durante a sua jornada nesta misteriosa e perigosa ilha no meio do nada.

Apesar do cenário do título ser uma ilha, o que pode fazer parecer que a ambientação não é nada do outro mundo, no caso de Deathloop isso não acontece pois Blackreef é de veras uma localização marcante no título e na história da própria Arkane Studios. Esta ilha tem muito presente elementos arquitetónicos, tecnologia e toda uma visão que ronda os anos 60 e até mesmo os anos 70, algo que torna o tema do jogo e a própria ilha muito rica e, como é óbvio, torna a ambientação do título única.

Blackreef é de veras uma localização cheia de surpresas e enorme, para uma ilha, ocupando bastante os jogadores não só na sua exploração e descoberta mas também na maneira de como a podem usar para mais facilmente matarem todos os alvos antes da meia noite chegar para recomeçar o loop temporal. Esta ilha tem inúmeras localizações, como edifícios e esconderijos, e segredos para descobrir que podem ajudar na tarefa dos jogadores, sendo que praticamente todos os edifícios e outros espaços são de quase total acesso, o que permite a todos ver o quão requintada Blackreef é e que demonstra o atento ao detalhe por parte da Arkane Studios, como sempre.

Ao mesmo tempo, à medida que o tempo vai passando, o cenário de Blackreef vai mudando, surgindo elementos que têm como objetivo atrasar os jogadores na sua tarefa de matar todos os alvos. A ilha vai ficando cada vez mais anárquica à medida que as horas vão passando, o que torna Blackreef um local perigoso pois os seus residentes vão ficando cada vez desordeiros e violentos, mudando a estética dos cenários, como guiar um carro contra uma entrada e bloqueá-la, para dificultar Colt. Ao mesmo tempo, os próprios elementos naturais como tempestade de neve vão surgindo para também fazer os jogadores mudarem a sua estratégia de ataque, algo que torna toda a ambientação ainda melhor.

Desta forma, a ambientação de Deathloop consegue exceder todas as mesmas já feitas pela Arkane Studios noutros títulos passados, conseguindo fazer com que toda a experiência e a qualidade de Deathloop sejam as melhores possíveis, o que faz com que eu atribua 10/10 valores à ambientação de Deathloop, por ser simplesmente de cortar a respiração.

Qualidade gráfica e desempenho — não ficam nada aquém das de PC

Antes de dar o veredito acerca deste magnífico título, temos ainda de falar acerca da qualidade gráfica e do desempenho do mesmo. Normalmente, estes não são pontos muito fortes numa análise porque existem imensos títulos muito adorados por todos cujos gráficos e até mesmo o desempenho não são os melhores mas, visto que o Deathloop foi especialmente desenhado para a nova geração de consolas, mais propriamente a PlayStation 5 por ser um exclusivo temporário do mesmo, é de esperar que a qualidade gráfica e o desempenho do mesmo sejam os melhores que se conseguem no novo sistema da Sony.

A PlayStation 5 é um sistema de nova geração com uma enorme capacidade de processamento que consegue elevar a qualidade gráfica de cada jogo rodado na mesma e, como é óbvio, o Deathloop aproveita ao máximo o poder da mesma. Este é um título bastante pesado que roda bastante bem na consola e, em termos de fps, este consegue manter um bloqueio de 60fps no modo de performance, um bloqueio de 60fps no modo de qualidade, algo que ainda poucos jogos conseguem neste modo, e um bloqueio de 30fps no modo de Ray Tracing, o que faz do Deathloop um título muito bem otimizado para a nova PlayStation 5.

Em termos da qualidade gráfica, o Deathloop apresenta a mesma muito bem trabalhada e polida, não havendo nada por renderizar ou zonas desfocadas ou com perda de qualidade, e,  juntamente com a ambientação de cortar a respiração, fazem com que esta seja simplesmente magnífica e bastante impressionante, dando uma nova vida e visão a Blackreef, o que mais uma vez demonstra o trabalho posto neste título pela Arkane Studios.

Desta forma, as qualidade gráfica e desempenho de Deathloop na nova PlayStation 5 são de veras fascinantes e bastante impressionantes, conseguindo por este título num escalão acima de muitos outros, algo muito graças à potente PlayStation 5.

Veredito — uma verdadeira obra-prima da Arkane Studios

Para terminar esta análise, falta apenas dar-lhe a minha opinião final, ou seja, o meu veredito. Como dá para perceber, Deathloop é de facto um excelente e um dos melhores títulos já desenvolvidos pelas Arkane Studios e Bethesda Softworks, o que revela mais uma vez o quão capazes estes estúdios são, principalmente a Arkane Studios, conseguindo mais uma vez provar à indústria dos videojogos o seu verdadeiro valor e potencial com esta belíssima obra de arte.

Este jogo fez-me ficar agarrado a ele por inúmeras horas a tentar matar todos os alvos a tempo e sem morrer para conseguir acabar com o loop temporal onde nos encontramos durante todo o título e eu adorei cada momento disso, desde a ter de investigar para saber mais acerca dos alvos e de quem me quer ver morto até a ter de engenhar grandes planos para matar mais do que um alvo ao mesmo tempo para despachar o trabalho, o que faz deste fantástico jogo um dos melhores de sempre.

Para concluir, acho que não há muito mais a dizer mas, mesmo assim, gostaria ainda de acrescentar que o Deathloop é de facto um maravilhoso e incrível título e que a Arkane Studios desempenhou um excelente trabalho com o mesmo. Desde a sua narrativa, passando pela jogabilidade e vendo ainda a sua ambientação e qualidade gráfica e desempenho, o Deathloop é de facto uma verdadeira obra-prima da Arkane Studios, dando-lhe por isso 10/10 valores.

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