Análise do Death Stranding Director’s Cut (PS5) — simplesmente magnífico

Death Stranding foi o grande retorno do lendário desenvolvidos de jogos japonês Hideo Kojima, que não publicava um desde a sua saída da Konami. O título foi inicialmente lançado para o mercado como um exclusivo da PlayStation 4 mas, após um ano, este chegou ao Microsoft Windows PC, tendo sido um grande sucesso em ambas as plataformas mas tendo também recebido algumas críticas.

Agora, graças à nova PlayStation 5, Kojima aproveitou o novo hardware da gigante japonesa para melhorar o original Death Stranding, de maneira a eliminar as críticas feitas no passado. Assim, Death Stranding ganha agora uma Directur’s Cut que apenas se encontra na PlayStation 5 mas, tal como o original, deve também chegar ao PC no futuro, tornando o Death Stranding ainda mais magnífico do que já era.

Nesta análise irá ser avaliada a versão PlayStation 5 do título, que foi jogada numa PlayStation 5 Standard, onde iremos classificar entre 0 e 10 valores vários aspetos importantes a considerar do título, sendo estes a narrativa, a jogabilidade, a ambientação e a qualidade gráfica e desempenho, dando no final o veredito, que tem por base os aspetos já referidos. De maneira a não dar spoiler da narrativa não iremos ter um ponto da análise focado nas personagens, sendo estas referidas na narrativa muito superficialmente.

Narrativa — agora mais completa, rica e emocionante

Death Stranding Director’s Cut, tal como o original, os jogadores encontram-se na pele de Sam Porter Bridges, interpretado pelo ator Norman Reedus, um carregador que faz entregas importantes num mundo dividido, neste caso em especial, numa América pós apocalíptica completamente devastada. Isso deveu-se ao facto de explosões misteriosas abalaram todo o planeta, desencadeando uma série de eventos sobrenaturais, o Death Stranding, com criaturas espectrais aterrorizando a paisagem e o planeta, deixando este à beira de uma extinção em massa, cabendo agora a Sam atravessar todo o pais para salvar a humanidade.

Seguindo os passos da futura presidente do UCA, Amelie (Emily O’Brien), Sam trabalha para uma organização conhecida como Bridges, chefiada por Die-Hardman (Tommie Earl Jenkins), que também emprega inúmeros outros trabalhadores. Desses aliados temos Deadman (Guillermo Del Toro), Heartman (Nicolas Winding Refn), um homem dependente de AED cujo coração para a cada 21 minutos; e Mama (Margaret Qualley), uma jovem amarrada à sua pequena filha na praia e confinada num complexo da Bridges.

Durante a sua longa jornada, Sam faz amizade com uma jovem chamada Fragile (Léa Seydoux). Por outro lado, ele é hostilizado pela figura Homo Demens, Higgs (Troy Baker), ao longo do seu caminho, e vai também encontrar-se envolvido numa espécie de arquirrivalidade com o enigmático Cliff (Mads Mikkelsen).

Como referi acima, Sam é a última esperança da humanidade e, para a salvar, ele terá de conectar toda uma rede de pontes dos EUA novamente para que volte a haver um país, ao mesmo tempo que faz as suas entregas. Durante o caminho, ele encontrará inúmeras ameaças e dificuldades em progredir na jornada e cabe aos jogadores arranjarem as melhores rotas para que Sam execute bem o seu trabalho.

Esta jornada de Sam vai ser muito, mas muito longa só apenas aqueles com uma maior paciência a conseguirão completar pois, após cargas falhadas devido a inimigos ou a caminhos difíceis de atravessar vai dar vontade a muitos de destruir o novíssimo Dualsence que têm nas mãos.

Apesar de Death Stranding Director’s Cut acabar por ter uma longa narrativa devido às longas entregas de Sam, este acaba por ser melhor em relação ao original por ter novos acrescentos, de que vamos falar na jogabilidade, o que torna as entregas mais rápidas, fáceis e muito menos irritantes.

Para além disto, a narrativa de Death Stranding Director’s Cut é mais rica do que a original pois Kojima acrescentou-lhe inúmeras cenas cortadas do primeiro título, cenas essas que, juntamente com a narrativa original, fazem do Death Stranding Director’s Cut uma melhor experiência e tornam todo o seu arco narrativo muito mais emocionante e apaixonante que o original.

Apesar disto, esta narrativa continua a ser muito longa de concluir devido às longas viagens que Sam tem de fazer e que ás vezes podem não correr tão bem, o que pode fazer desta narrativa muito chata e entediante às vezes. Mesmo assim, a narrativa de Death Stranding Director’s Cut continua a ser uma das melhores no mercado e, esta é muito superior em relação à original, sendo uma incrível, enorme e profunda descoberta e conexão de toda uma nova rica e deslumbrante, mas ao mesmo tempo aterrorizadora, América que nos faz ficar agarrados ao título até ao fim.

Jogabilidade — não mudou muito mas conta com novidades

Apesar de ser um título totalmente novo, Death Stranding Director’s Cut é, como se pode perceber, a evolução lógica do Death Stranding original e dos anteriores títulos concebidos por Kojima muito aclamados pelas críticas como o Metal Gear e outros. Tal como nestes títulos, os jogadores precisão de concentração máxima, um grande foco e um bom tempo de resposta para não falharem ou danificarem as entregas de Sam.

Durante grande parte do título, os jogadores passarão a maior parte do seu tempo a fazer longas entregas e a explorar as vastas áreas que os rodeiam, o que, neste caso, não coloca a narrativa em segundo plano pois tudo isso é necessário para concluir a mesma, o que a torna ainda melhor.

Antes de embarcar nas suas entregas, os jogadores podem selecionar uma quantidade de carga para transportar, equipamento de proteção individual, equipamento de travessia e armas. Estes equipamentos permitem aos jogadores enfrentarem os perigos do mundo de Death Stranding como o tempo, a chuva que acelera o tempo de qualquer objeto que toque, o que pode deteriorar rapidamente a carga; BTs (Beached Things), entidades cujas almas estão presas no mundo dos vivos após os eventos do Death Stranding e que podem aparecer e atacar Sam; e os MULEs, invasores em busca de carga para roubar, tentando assim emboscar e atacar Sam sempre que  o podem fazer.

Apesar do arsenal de Sam que referi acima o ajudar bastante nas suas viagens, este nem sempre foi suficiente para todas as situações. Agora, Kojima adicionou ao Death Stranding Director’s Cut novos itens como o esqueleto de suporte, uma arma que pode ser equipada no início do jogo e torna as viagens de Sam muito mais rápidas; a Maser Gun, que dispara cargas elétricas para incapacitar os inimigos; a Cargo Catapult, uma catapulta que permite a Sam lançar cargas para longas distâncias; e o Buddy Bot, um robô com longas pernas que pode carregar a carga de Sam ou o próprio de forma segura para ajudar os jogadores nas cargas maiores e mais difíceis.

Para além disto, há ainda mais novidades como as novas plataformas espalhadas pelo mapa para ajudar Sam a atravessar regiões difíceis, havendo também uma nova pista de corridas para testar e os veículos do título e, por fim, foi também adicionado um campo de treino para os jogadores treinarem e experimentarem as novas armas adicionadas ao novo título.

Este novo campo de tiro, o The Firing Range, para treinar é de facto uma excelente e muito bem concebida adição ao título que dá aos jogadores uma grande variedade de exercícios para testarem as suas habilidades, com alvos dos BTs e MULEs. Também há a opção de exercícios classificados que permitem que jogadores enfrentem outros jogadores e vejam quem consegue a maior pontuação.

As novas estruturas existentes no novo Death Stranding Director’s Cut são as rampas de salto que dão a Sam um impulso extra para atravessar pequenas distâncias num veículo. Também estão disponíveis pontes quirais que são úteis para espaços menores, quando Sam está a deslocar-se a pé.

Por fim, outra adição de que falei acima foi o novo circuito de corrida que, apesar de soar impressionante, acaba por não o ser muito pois apenas desbloqueia aos jogadores uma série de provas de tempo, nada de mais. Permite também fazer corridas contra outros jogadores mas, este espaço acaba por ser esquecido pois a condução não é muito realista, o que acaba por tornar as corridas não muito fluídas mas, mesmo assim, esta é uma boa adição ao título.

Em relação à jogabilidade já presente em Death Stranding, esta não mudou quase nada, tendo tido estas adições acima e, como é óbvio, tendo os movimentos e animações das mesmas ficado mais fluidas e atualizadas para a PlayStation 5, o que deste modo, a jogabilidade de Death Stranding Director’s Cut acaba por não ter mudado muito.

Ambientação — a América pós apocalíptica está agora mais viva

Outro aspeto que tem de ser avaliado nesta análise é a ambientação do Death Stranding Director’s Cut que, tal como os dois últimos aspeto, é também um aspeto muito forte e importante em ter em conta neste título exclusivo PlayStation 5. Por este título se passar numa América muito diferente da atual, a atenção ao detalhe tem de ser muito maior e todo o mundo tem de ser um lugar mais apelativo e diversificado para entregar uma melhor experiência a todos.

Como já referi anteriormente, a narrativa de Death Stranding Director’s Cut passa-se numa América pós apocalíptica, o que faz desta um lugar totalmente novo para se viver. Esta é muito grande e complexa, tendo na sua composição inúmeros locais, edifícios, esconderijos e muito mais, tudo à disposição dos jogadores para explorarem durante a sua jornada na pele de Sam.

O vasto mundo aberto de Death Stranding Director’s Cut inclui inúmeros biomas como grandes pastagens e florestas exuberantes, enormes rios, lagos e cadeias de montanhas cobertas de neve, assim como terras secas, empoeiradas e avermelhadas, todos os quais podem ser totalmente explorados pelos jogadores, o que faz desta ambientação muito interativa.

Desta forma, todos os cenários que constituem a mesma são muito impressionantes e revelam o trabalho árduo de Hideo Kojima e da sua equipa para com este título. Todos estes são extremamente lindos e deslumbrantes, possuindo imenso detalhe e, apesar de cenários irreais, muito realismo, algo demonstrado pela chuva a cair do céu, pelo próprio terreno, seja este construído ou natural, e pelo nevoeiro que paira no ar e, a maneira como todos estes elementos naturais atuam na ambientação e no mundo de Death Stranding Director’s Cut é simplesmente magnífico.

Para terminar, tenho a dizer que Hideo Kojima e a sua equipa é efetivamente fenomenal, tendo conseguido criar uma das ambientações mais impressionantes, detalhadas e incríveis que eu já vi na minha vida. Desde as florestas que parece não ter fim ao que resta de cidades de uma raça quase extinta, a ambientação de todos estes espaços juntamente com os elemento naturais presentes no jogo é deveras magnífico.

Qualidade gráfica e desempenho — elevam a versão de PS4 à de PC

Antes de dar o veredito acerca deste magnífico título, temos ainda de falar acerca da qualidade gráfica e do desempenho do mesmo. Normalmente, estes não são pontos muito fortes numa análise porque existem imensos títulos muito adorados por todos cujos gráficos e até mesmo o desempenho não são os melhores mas, visto que o Death Stranding Director’s Cut é um exclusivo PlayStation 5, é de esperar que a qualidade gráfica e o desempenho do mesmo sejam os melhores que se conseguem no novo sistema da Sony.

A PlayStation 5 é um sistema de nova geração com uma enorme capacidade de processamento que consegue elevar a qualidade gráfica de cada jogo rodado na mesma e, como é óbvio, o Death Stranding Director’s Cut aproveita ao máximo o poder da mesma. Este é um título bastante pesado que roda bastante bem na consola e, em termos de fps, este consegue manter um bloqueio de 60fps sem quedas durante toda a gameplay nos modos de qualidade e desempenho, o que é excelente para os utilizadores do novo sistema.

Em termos da qualidade gráfica, o Death Stranding Director’s Cut apresenta a mesma muito bem trabalhada e polida, não havendo nada por renderizar ou zonas desfocadas ou com perda de qualidade, e,  juntamente com a magnífica ambientação de cortar a respiração, fazem com que esta seja simplesmente magnífica e bastante impressionante, dando uma nova vida e visão ao título, o que mais uma vez demonstra o trabalho posto neste título por Kojima.

Desta forma, as qualidade gráfica e desempenho de Death Stranding Director’s Cut na nova e poderosa PlayStation 5 são muitíssimo fascinantes e bastante incríveis, conseguindo desta forma fazer com que Death Stranding Director’s Cut entregue uma melhor e mais refinada experiência aos jogadores, pelas qualidades gráfica e desempenho elevarem a versão de PS4 à de PC.

Veredito — simplesmente magnífico

Para terminar esta análise, falta apenas dar-lhe a minha opinião final, ou seja, o meu veredito. Como dá para perceber, Death Stranding Director’s Cut é de facto um excelente e um dos melhores títulos já criados por Hideo Kojima, o que revela mais uma vez o quão lendário é este desenvolvedor de jogos, conseguindo mais uma vez provar à indústria dos videojogos o seu verdadeiro valor e potencial com esta belíssima obra de arte.

Este jogo fez-me ficar agarrado a ele por inúmeras horas a atravessar o país para entregar aquilo que tinha de entregar e eu amei por completo a narrativa original e a nova, sendo uma das narrativas que eu mais me emocionaram no mundo do gaming, ao lado de outras como a de The Last of Us, Red Dead Redemption 2, Destiny 2: Forsaken, e uma outra de Hideo Kojima, a do Metal Gear Solid 3: Snake Eater, o melhor Metal Gear de sempre, e ainda muitas outras.

Para concluir, acho que não há muito mais a dizer mas, mesmo assim, gostaria ainda de acrescentar que o Death Stranding Director’s Cut é de facto um maravilhoso e incrível título e que Hideo Kojima continua a ser um maravilhoso criador de jogos do mercado. Desde a sua narrativa, passando pela jogabilidade e vendo ainda a sua ambientação e qualidade gráfica e desempenho, o Death Stranding Director’s Cut é de facto magnífico, dando-lhe por isso 9.3/10 valores.

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