Foi em 2008 que o popular e icónico Dead Space, que recebe um aguardado remake a 27 de janeiro de 2023, redefiniu o género de terror com seu intenso e brutal título que, apesar de ser na 3ª pessoa, era e continua a ser um dos mais assustadores de sempre que irá sempre marca esta grande indústria que é o gaming.
Agora, um dos cocriadores do original título da Respawn Entretainment, Glen Schofield, traz-nos um novo Dead Space, o The Callisto Protocol, que promete revolucionar a industria como sendo o seu primeiro título AAAA e o jogo mais assustador de todos os tempos, desenvolvido em parceria com a Striking Distance Studios, a Krafton Inc. e a PlayStation.
Nesta análise irá ser avaliada a versão de PC do título, que foi jogada num com uma Nvidia GeForce RTX 3070 acompanhado por um i7-11700K e ainda 32GB de memória RAM DDR4 onde iremos classificar entre 0 e 10 valores vários aspetos importantes a considerar do título, sendo estes a narrativa, a jogabilidade, a ambientação, e a qualidade gráfica e desempenho, dando no final o veredito, que tem por base os aspetos já referidos.
Narrativa — apanhou-me de surpresa (8/10)
The Callisto Protocol é extremamente fiel ao original Dead Space, de 2011, que recebeu um excelente remake em janeiro, pelo que a sua narrativa é bastante semelhante ao mesmo na forma como se desenrola. Antes de mais, a atuação presente neste título por parte dos atores é das melhores que já vi até hoje num jogo, tal como o estúdio prometeu.
A narrativa presente no Callisto foca-se em Jacob Lee, um contrabandista que transporta carga para uma prisão, a Black Iron Prison, juntamente com Max. Tal como em Dead Space, o jogo inicia-se numa nave que, tal como em 2011 e agora em 2023, se despenha, causando a morte de Max.
Por razões desconhecidas, Jacob é preso juntamente com Dani, líder de uma organização terrorista, sendo ambos transportados para a Black Iron Prison. De repente, Jacob é apanhado no meio de um apocalipse zombie, sendo agora o seu objetivo sobreviver ao próprio e escapar deste com vida.
À medida que se avança pela narrativa os jogadores vão percebendo tudo o que se passa à sua volta, desvendo os segredos por detrás do local onde se encontram injustamente aprisionados. Ao longo da jornada vão se fazendo amigos e inimigos, sendo que todos acabam por ter os seus merecidos finais, uns melhores do que outros.
Esta narrativa é um pouco confusa, não sendo muito linear, pois apresenta algumas reviravoltas e, não é explicada de forma rápida, de maneira a fazer o jogo e o mistério durarem mais. The Callisto Protocol não é um título com muitas cutscenes, pelo que perceber muito do que se passa cabe à leitura e audição dos vários áudios que surgem ao longo da jornada.
O final e as reviravoltas que a narrativa apresentam são interessantes mas, não muito cativantes, pelo que podem passar ao lado de alguns. O título ter muita da história em áudios não ajuda na sua compreensão, por nem todos explorarem a 100% o mapa, o que pode levar a muitos a ficarem ainda mais confusos.
Mesmo assim, a narrativa de Callisto, apesar de um pouco banal, é interessante e a permanecia do misterio continua a cativar a acabar o título, o que é bom. Como também tem uma natureza de investigação cientifica, ter os audios para relatar acontecimentos torna o título mais realista, pelo que a sua narrativa apanha qualquer um de surpresa, recebendo por isso um 8/10 valores.
Jogabilidade — bastante ensanguentada (8/10)
Um dos aspetos mais importantes e que mais evoluí-o no gaming foi, sem dúvida, a jogabilidade, que está cada vez mais evoluída e diferente de título para título. Em jogos como o The Callisto Protocol, a jogabilidade é crucial para a sua análise pois, esta é um pouco invulgar do que estamos habituados, devido ao tipo de título que este é.
The Callisto Protocol é um título na terceira pessoa, onde a câmara do jogador está bastante próxima do mesmo, para tornar a jogabilidade mais tenebrosa. O jogo apresenta movimentos simples como andar, correr, saltar, esmagar e apanhar objetos com os pés, todos estes bem concebidos. Dentro das cutscenes momentos de câmara fixa, também todas estas animações e outras de momentos específicos do título se enquadram bem para o mesmo.
Em termos do combate, esta está também muito bem concebida. Todas as animações desde a usar e recarregar armas, assim como no combate corpo a corpo, onde o jogador usa um bastam para atacar e se defender, estão muito otimizadas e suaves, sendo muito brutas, enquadrando-se por isso no tema do título.
O que degrada esta fantástica jogabilidade mas que, ao mesmo tempo, parece ter sido feito despropósito, é o sistema de esquivar de inimigos durante o combate. Este, pelo menos no PC, falha bastante, o que provoca muitas mortes dos jogadores desnecessárias, o que chega a fazer parar de jogar o título, pois faz-nos sentir como se estivesse mos a jogar um “Souls Like”, o que não é o caso.
Para além disto, podem às vezes ocorrer pequenos bugs com esta jogabilidade, o que pode afetar a experiência, mas não muito, pelo que um 8/10 valores é uma classificação justa para esta jogabilidade, que tirando estes pequenos inconvenientes, está muito bem concebida para o título.
Ambientação — bastante tenebrosa (10/10)
Ambientação é um aspeto que tem evoluindo juntamente com os gráficos dos videojogos e, como tal, estes têm cada vez um maior impacto no que toca a estes. Desta forma, analisar esta categoria é de extrema importância e, antes de mais, a presente neste título é simplesmente de arrepiar.
Durante este título vamos explorar inúmeros lugares desconhecidos, sendo estes uma enorme prisão, um grande hangar, e muitos mais locais bastante tenebrosos e, como este se trata de um jogo de terror, temos de analisar se a ambientação do novo The Callisto Protocol cumpre a sua função de nos fazer mudar de cuecas.
O título inicia-se na “Black Iron Prison”, uma prisão onde nós vamos parar no inicio deste. De maneira súbita, toda a prisão já se encontra infetada e bastante destruída. Todos os cenários iniciais desta revelam essa mesma destruição, através da grande confusão a que assistimos e através do sangue por todo o lado. À medida que vamos progredindo nesta, os cenários vão ficando cada vez mais assustadores, ficando envolvidos por escuridão e sons de arrepiar.
Também toda a sujidade e elementos do vírus se desenvolvem ao longo do título, mostrando também a passagem do tempo, o que é importante pois certos locais são visitados múltiplas vezes em diferentes alturas da narrativa.
A ambientação está muito bem pensada para este título pois existem vários caminhos para explorar, de maneira a obter mais recursos para sobreviver. Ao mesmo tempo, os vários cenários estão preparados para que os jogadores os usem a seu favor para progredirem dentro da própria.
Vários elementos como o fogo e, mais uma vez, o sangue estão muito bem retratados e também realistas, o que dá mais vida ao título. A maneira como o sangue que está nos cenários, assim como todo aquele que surge quando matamos inimigos está muito concebida e torna o título mais realista e violento, o que neste caso é fantástico.
Desta forma, resta-me concluir esta secção da analise entregando uma pontuação quase máxima em relação ao que ambientação diz respeito, sendo extremamente e verdadeiramente tenebrosa e de cortar a respiração, tornando toda a experiência do título ainda melhor.
Qualidade gráfica e desempenho — precisam de melhorar (6/10)
Antes de passarmos para o veredito, falta ainda falar acerca da qualidade gráfica e do desempenho de The Callisto Protocol. Desde já, podemos concluir que esta categoria vai ser muito superior à PlayStation 4 e também à PlayStation 5, pelo facto de um PC ter muito mais capacidade de memória e processamento a comparar com as consolas da Sony.
No que toca ao desempenho, para o meu PC que contém uma Nvidia Geforce RTX 3070, da MSI, com 8 GB de VRAM DDR6; um i7-11700K, da Intel, com 8 núcleos e uma frequência turbo de 5.0GHz; e ainda 32 GB de memória RAM DDR4, da G.SKILL; o desempenho no mesmo foi bastante bom, não tendo uma grande variação de fps durante toda a minha gameplay.
Analisando isto melhor, o Uncharted: Legacy of Thieves Collection rodou sempre com os gráficos no ULTRA, nesta qualidade, tendo uma performance acima dos 60 fps e conseguindo aproveitar os 240Hz que o meu monitor tem para oferecer, o que é fantástico e mostra o excelente trabalho e dedicação da Sony em trazer títulos para o PC.
Passando agora para a qualidade gráfica, tenho a dizer que, no ULTRA, esta é simplesmente impressionante e magnífica, tendo elevado todos os cenários do título a um outro nível de beleza. Esta não foi exatamente aquilo que já estava à espera pois eu não estava à espera que a qualidade gráfica deste novo título fosse de cortar a respiração.
Juntamente com a magnífica e impressionante ambientação que já vimos mais acima, a qualidade gráfica fica ainda mais bonita e extraordinária. Todos os cenários e elementos dos mesmo não apresentaram quaisquer faltas de renderização durante a minha gameplay, tenha esta tido muitos ou poucos elementos no meu campo de visão, o que também revela que o Uncharted: Legacy of Thieves Collection está bem otimizado para PC.
Relativamente à qualidade gráfica nas cutscenes do título, posso dizer que a qualidade gráfica manteve-se exatamente igual à já referida nos parágrafos acima, não tendo visto nada por renderizar e, isto é algo bastante positivo para o Uncharted: Legacy of Thieves Collection e que mostra o empenho da Sony neste título.
Para concluir, gostaria apenas de acrescentar que, de um modo geral, apreciei bastante a qualidade gráfica e o desempenho do Uncharted: Legacy of Thieves Collection para PC mas, apesar disto, estas podem ainda ser melhoradas e otimizadas e, juntamente com a nova ambientação, tornou esta experiência ainda mais consistente e agradável em relação às consolas.
Veredito — o título mais aterrorizante de 2022 (8/10)
The Callisto Protocol é verdadeiramente um título bastante aterrorizante e de cortar a respiração que se mantém fiel à sua grande inspiração, Dead Space, prolongando o seu legado como um excelente jogo de terror na 3ª pessoa que quase nos provoca ataques cardíacos.
Apesar disto, este não é um título AAAA como nos foi prometido, sendo apenas um AAA, e há espaço para melhorar o seu desempenho mas, mesmo assim, este é um dos melhores títulos deste género que eu já experienciei e estou ansioso para as novidades que este vai receber até ao verão de 2023.
Desta forma, gostava de agradecer à representante portuguesa da Krafton Inc. pela possibilidade de poder jogar e analisar este fantástico título, do mesmo modo que congratular as próprias Striking Distance Studios e PlayStation, que ajudou no desenvolvimento, por este título muito bem conseguido e que foi, para mim, um dos melhores que já produziram até aos dias de hoje.
Obviamente, não poderia deixar de pontuar este jogo desta forma, assim como recomendá-lo a todos, principalmente aos fãs de Dead Space, que não se arrependerão de o jogar, sobretudo porque este é sem dúvida o título mais aterrorizante de 2022.