Análise de Horizon Zero Dawn: Complete Edition (PC)

O jogo Horizon Zero Dawn foi originalmente lançado como um exclusivo PlayStation 4 a 28 de fevereiro de 2017 pela Guerrilla Games. Agora, mais de três anos e cinco meses depois, chega-nos Horizon Zero Dawn: Complete Edition, uma reformulação ao título original, mas desta vez, para PC. Está fabuloso!

Este é um jogo tremendo de mundo aberto, localizado no século XXXI, em mundo pós-apocalíptico, onde a civilização foi praticamente exterminada, e onde gigantes colossos robóticos dominam a terra, encontramos Aloy, a nossa personagem — uma caçadora nata que face à sua grande velocidade e inteligência fora do comum, protege a sua tribo desta grande ameaça que reduziu a civilização a meros aglomerados e povos tribais (muitas vezes rivais).

O caracter preformante deste novo título supera a mera melhoria gráfica, aproveitando para superar o desempenho da atual geração de consolas, PlayStation 4, onde foi claramente possível superar o padrão de 30 frames por segundo, e nas cutscenes, face ao hardware que tenho, consegui atingir 144 frames (em todo o caso, mera ostentação, pois não é necessário).

Ambientação

O título encontra-se ambientado num mundo em decadência, onde predomina a vegetação, estruturas degradadas, mas a presença de diversas máquinas bélicas, que contrastam com a componente orgânica do mundo de Horizon Zero Dawn — entre animais, pequenas tribos, árvores e arbustos. O mundo do jogo é muito dinâmico, onde é e sempre foi visível a presença da inteligência artificial para corroborar este dinamismo.

Esta ambientação é única, onde embora exista muita tecnologia futurista nos grandes colossos robóticos, existe também a componente mais primitiva aos quais a espécie recorre para combater as máquinas. Os humanos acabaram por se afastar, na sua divisão em tribos e pequenos ajuntamentos de pessoas, pelo que nos remonta aos tempos mais antigos da evolução humana, com algumas tribos a viverem em pequenas tendas, casas de madeira ou até em grutas.

O forte investimento, por parte da Guerrilla, é notório no que a cenário diz respeito dada a presença de biomas exuberantes e ricos — desertos, locais rochosos e planícies relvadas. Ao que parece, Aloy é das poucas pessoas que recorrem à tecnologia para fazer frente à evasiva força bélica das colónias robotizadas que ameaçam a existência humana.

Este sucesso é ainda mais patente com disponibilização para computador, dado que alarga os horizontes de Zero Dawn. De certa forma, percebemos que isto é um pronúncio daquilo que pode ser encontrado no próximo título da série Horizon, na próxima geração de consolas, PlayStation 5. Forbidden West começa a revelar-se bastante promissor, agora que vimos o que a Guerrilla Games pode fazer, mesmo num ambiente fora da sua zona de conforto.

Otimização e flexibilidade em PC

É certo que as opiniões divergem, no entanto, para mim, foi notória a diferença entre a anterior geração para uma versão adaptada para computador. Sabemos que isso vem com um custo extra, a otimização pode nem sempre ser a melhor para um determinado conjunto de computadores.

Nesse sentido, as especificações do meu computador catapultavam o jogo para um resolução de 1920 x 1080 pixéis, onde eram auxiliados por uma taxa de frames em torno dos 60 e poucos fps, alcançando em determinadas cutscenes, os 144 fps face à configuração do meu monitor. Concordo que a resolução de 1440p ou 4K seriam interessantes formas de ver as tremendas paisagens de jogo, no entanto, a grande maioria dos jogos são perfeitamente capazes a uma módica resolução de Full-HD, o que me leva a pensar o porquê de querer mais resolução a um custo tão drástico como voltar novamente aos 30 fps — uma das principais críticas da geração PlayStation 4 e Xbox One (nos seus diversos jogos).

Sinto, verdadeiramente, que este é um jogo que se encontra mais bem otimizado para os 1080p do que para as resoluções acima, no entanto, cabe a cada consumidor escolher aquilo a que se adapta melhor. Possivelmente, com o surgimento da nova série RTX 30 da NVIDIA consiga alavancar o desempenho do jogo a novos limites, mesmo que isso implique uma maior pujança à custa de uma pior otimização em resoluções mais elevadas.

É interessante ver que a Sony se preocupou no desenvolvimento de uma ferramenta que procure otimizar o jogo, adaptando-se ao teu computador, não sendo, por vezes, as melhores configurações do seu agrado, mas certamente, algo vantajosas. No meu caso, fiquei bastante satisfeito com o resultado final, mas esperava um frame rate um pouco mais estável (visto que não é a primeira vez que a Sony recupera um jogo de consola para o PC).

Qualidade gráfica — incontestavelmente grandiosa

O título Horizon Zero Dawn: Complete Edition para a grande maioria dos jogadores de PlayStation 4 Original e PlayStation 4 Slim podem ver neste jogo, quase um remaster do jogo original, dado o forte empenho da Guerrilla em colocar o jogo no PC. Contudo, para jogadores de PlayStation 4 Pro isto já era de certa forma uma realidade (quando esta permitiu uma resolução com upscale em 4K, ou 1080p a 60 fps.

Nesta versão para PC, conseguem-se maiores alcances dinâmicos, tanto ao nível do desempenho gráfico, como da própria qualidade ou ainda ao nível da palete de cores, dado que o HDR foi tremendamente bem incluído para criar uma dimensão visual bastante imersiva. Além disso, para quem tiver monitores ultra-wide, ou seja, com uma proporção de 21:9 pode ainda usufruir de um maior campo de visão, com todos os benefícios que isso possa trazer.

Não desfazendo, são claras as melhorias de uma versão para a outra. Se por um lado, temos um dispositivo que lida com limitações físicas, por outro, temos um equipamento mais forte, mas com pequenas limitações de software para atingir o mesmo equilíbrio do jogo na PlayStation 4 (com uma qualidade superior). De qualquer modo, esta é uma oportunidade bastante interessante, se ainda não experimentou o jogo.

Jogabilidade

Ao nível da jogabilidade, a experiência de jogo é muito idêntica, com a vantagem que se estiver a jogar com comando, terá uma experiência ainda mais promissora (na nossa opinião, claro). O combate, a movimentação da personagem e o próprio layout são bastante interativos e fáceis de compreender.

Horizon Zero Dawn encontra-se composto por um conjunto de missões principais (associadas ao modo história), missões particulares (maioritariamente para tribos) e por fim, as tão conhecidas missões secundárias, todas elas bastante explícitas e fáceis de compreender. Além disso, a nossa personagem, a Aloy usufrui de um sistema de habilidade em árvore, ramificado em três grandes grupos, sendo eles, o Prowler, Brave e Forager.

O combate é simplesmente incrível, na medida em que, tudo foi pensado para que possa tirar partido da dualidade, furtiva ou armadilhada — onde pode, por um lado, eliminar os inimigos silenciosamente, ou por simplesmente destruir os seus inimigos armadilhando e “provocando-os” livremente. Para isso, durante a sua jornada terá a oportunidade de ganhar diversas ferramentas e armas, a preceito, para o fazer. Segundo a equipa de desenvolvimento, e a nossa experiência dentro do jogo, pudemos constatar a criação do aclamado ecossistema criado, onde cada máquina tem um comportamento muito próprio, dentro de Zero Dawn.

Ao contrário dos seus companheiros, Aloy faz uso de um dispositivo do “mundo antigo” que permite identificar os seus inimigos, bem como, força e fraquezas destes, bem como, materiais de diversos elementos do mundo de Horizon Zero Dawn. O mundo do funciona com base numa economia de bens, pelo que tudo funciona muito baseado no comércio — pelo que deve ter em atenção todos os possíveis materiais a recolher — assim sendo, foram criadas duas moedas dentro do título: Blaze (bastante valioso, podendo ser adquirido através da destruição de colossos mais raros) e Fragmentos de Metal (a moeda mais comum).

Neste quesito, este jogo mantém a essência alcançada com o título original para PlayStation, pelo que não existe muito a apontar. Tudo funciona de acordo com o esperado. Gostaríamos apenas de destacar o tremendo funcionamento do “Decima“, o motor gráfico utilizado pela Guerrilla Games em Horizon Zero Dawn e, brevemente, em Forbidden West.

Veredito

Por agora, continuamos a nossa jornada em Horizon Zero Dawn, com a expectativa do que estará para vir para a próxima geração de consolas, especialmente com Forbidden West para PlayStation 5. Mesmo com as naturais limitações, é um jogo que enche completamente o olhar, que nos retira dos habituais molde de jogos de mundo aberto, tudo sob uma nova perspetiva.

O empenho e, convenhamos, estratégia de trazer uma “Complete Edition” do jogo foi gigante, mesmo que não seja a cem por cento — claro que sabemos que nada é perfeito, mas nem mesmo na imperfeição reside um problema — esta edição trouxe algum ânimo aos jogadores de computador, especialmente àqueles que olhavam de soslaio para as consolas (face ao número de tremendos exclusivos).

Este último título portado para PC acontece numa altura em que nos aproximamos do fim da geração PlayStation 4 e, onde vimos acontecerem lançamentos como The Last of Us: Parte II e Ghost of Tsushima — o último título exclusivo da geração, abordando a temática samurai.

Fica aqui, a lembrança de excelentes momentos de jogo, em Horizon Zero Dawn, que irão continuar nos próximos dias (lembrando outros alegres tempos), agora mais atualizado para o atual panorama. Não faltam locais para explorar dentro deste mundo pós-apocalíptico, mesmo que de alguma forma limitado.

Convidamos os nossos leitores a experimentarem este jogo, através de uma compra steam, por 49,99€ ou preços promocionais de outros revendedores, como a G2A. Por agora, gostava apenas de agradecer, a colaboração célere da PlayStation Portugal para vos trazer e avaliar, uma vez mais, um dos seus mais recentes títulos disponíveis para análise.

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