Foi no maior evento gaming do mundo, a E3 2019, que a lendária desenvolvedora japonesa FromSoftware revelou o seu próximo título a chegar ao mercado, o Elden Ring, que segue os passos da popular franquia Dark Souls e de jogos como Bloodborne, Demon’s Souls (2009) e Sekiro: Shadows Die Twice, mantendo a tradição de elevada dificuldade que fez a FromSoftware um dos estúdios mais adorados e respeitados de sempre.
Agora, após uma longa espera silenciosa de três anos, o RPG mais aguardado de sempre chega finalmente aos consumidores e fãs do estúdio japonês, prometendo entregar a todos uma aventura de cortar a respiração num surpreendentemente gigante e fantástico mundo aberto que vai deixar qualquer um de queixo caído.
Nesta análise irá ser avaliada a versão de PC do título, que foi jogada num com uma Nvidia GeForce RTX 3070 acompanhado por um i7-11700K e ainda 32GB de memória RAM DDR4 onde iremos classificar entre 0 e 10 valores vários aspetos importantes a considerar do título, sendo estes a narrativa, a jogabilidade, o combate, a ambientação, e a qualidade gráfica e desempenho, dando no final o veredito, que tem por base os aspetos já referidos.
Narrativa — uma aventura de cortar a respiração
Um aspeto importante a avaliar no novo Elden Ring é, como em qualquer outro título, a sua narrativa. A FromSoftware sempre foi conhecida por entregar excelentes narrativas aos seus jogadores mas, com exceção do Sekiro, de uma maneira não tão tradicional como a maioria dos títulos presentes no mercado.
A narrativa de Elden Ring é totalmente nova, não tendo qualquer ligação com Dark Souls ou qualquer outro título já feito pela desenvolvedora japonesa. Nesta, os jogadores vestem a pele de um descendente dos Tarnished, um grupo de heróis que à muito foram banidos das “Lands Betweeen”.
A história apresentada em Elden Ring é bastente longa e complexa, não sendo apresentado de forma tradicional, como já disse. O jogo apresenta inúmeras cutscenes mas a narrativa é introduzida mais na forma de “Lore” do que de narrativa em si, o que para o tema de Elden Ring, fica bastante bem.
Esta não é o aspeto mais focado dos jogadores ou pelo título em si mas, mesmo assim, acaba por ganhar destaque pela forma como é apresentado ao longo do tempo, através da morte de bosses, leitura de manuscritos e mensagens ou através de diálogos com outras personagens, o que torna todo o ambiente ainda melhor.
Não vou continuar a falar deste assunto para evitar dar spoilers mas, posso concluir que a narrativa de Elden Ring é um elemento bem concebido e definitivamente bem apresentado aos jogadores, pelo que lhe atribuo pontuação máxima, em particular, por ser uma aventura de cortar a respiração.
Jogabilidade — agarra-se ao passado mas segue em direção ao futuro
Apesar de ser um título totalmente novo, Elden Ring é, como se pode perceber, a evolução lógica dos anteriores títulos da FromSoftware e, como consequência, este sente-se muito como os outros títulos, principalmente DarkSouls. Tal como neste último título e em toda a coleção japonesa, todo o jogo se desenrola exclusivamente na 3ª pessoa, e vai dar a muitos uma sensação de nostalgia, mesmo para quem apenas assistiu Dark Souls e nunca o jogou.
Durante todo o título, os jogadores passarão a maior parte do seu tempo a combater inimigos e a explorar as vastas áreas que os rodeiam, seja para encontrar segredos, explorar todo o tipo de áreas abandonadas ou simplesmente para apreciar as fantásticas paisagens que os rodeiam.
Para aqueles que estão habituados a jogar Dark Souls ou outro título da FromSoftware, dominar a jogabilidade de Elden Ring não será um problema pois esta é bastante semelhante à dos anteriores títulos da FromSoftware, como já referi, o que vai deixar muitos empolgados por jogar este novo jogo.
Desta forma, movimentos e animações como andar, correr, saltar e rebolar são praticamente as mesmas de Dark Souls, pelo que apenas se apresentam mais fluentes, de maneira a que o título se mostre como um jogo moderno de nova geração e não o contrário.
Ao mesmo tempo, a FromSoftware trouxe novidades excelentes que melhoram significativamente uma das jogabilidades mais icónicas da indústria gaming. Uma das minhas adições favoritas é o modo stealth, e Elden Ring é o primeiro título da japonesa a estrear o mesmo.
Este modo permite aos jogadores andarem agachados e, desta forma, evitarem ao máximo entrar em combate com inimigos muito poderosos ou com grandes números dos mesmo. Desta forma, explorar áreas desconhecidas fica mais fácil e seguro para os jogadores e, ao mesmo tempo, isto transmite a todos mais confiança, o que permite aos que menos arriscam arriscar um pouco mais.
Outra nova adição que vai deixar muito contentes é a remoção do dano de queda que, no Drak Souls, já fez muitos partir a secretária toda. A FromSoftware aproveitou a estreia do seu maior mundo aberto de sempre para adicionar a mecânica de não haver dano de queda, para que a exploração do mundo seja mais fácil e menos frustrante.
Assim, tanto a exploração como todos os combates ficam mais fáceis pois os jogadores já não têm perigo de morrer de dano de queda, pois mesmo que o mesmo seja empurrado para fora de um mapa por um boss, a probabilidade de morrer é muito menor, o que melhora significativamente a experiencia.
Desta forma, falta-me apenas atribuir à maravilhosa jogabilidade de Elden Ring, ao continuar a ser a icónica jogabilidade da FromSoftware, mas agora muito mais complexa e divertida para todos, o que torna toda experiencia de Elden Ring para todos os jogadores ainda melhor.
Combate — o mais brutal, dinâmico e diversificado da FS até agora
Para complementar a jogabilidade de Elden Ring, falta ainda falarmos acerca do combate do mesmo que, tal como a mesma, está fantástico e muito bem concebido pela FromSoftware, o que novamente revela o árduo trabalho e empenho do estúdio para entregar aos jogadores o melhor jogo possível.
No que toca ao combate deste novo título, a FromSoftware agarrou nos vários estilos de combate dos seus anteriores títulos e juntou-os num só título, o Elden Ring. Este combate é muito semelhante ao de Dark Souls e traz muita nostalgia ao de cima, o que é fantástico e divinal.
Ao mesmo tempo, a desenvolvedora japonesa acrescentou a isto toda uma nova dinâmica de combate, assim como muitas novas animações e estilos/tipos de combate, o que torna todo este muito mais dinâmico, interativo e imersivo, o que faz com que a experiencia de cada um seja única e inesquecível.
Para além disto, o estúdio criou ainda inúmeras classes de combate, cada uma com as suas diferentes habilidades e estilos, mas, apesar disto, os jogadores podem tentar aprender um pouco de tudo, o que não obriga ninguém a ficar ligado dó a uma classe, o que melhora muito a experiência do título. Todas as classes são bastante impressionantes e variam muito entre si, o que aumenta a complexidade do combate.
Isto leva a que o combate seja algo difícil de dominar e, em alguns casos, isso pode acontecer mas, mesmo assim, este está definitivamente muito bem concebido e incorporado para a jogabilidade criada pela FromSoftware e, assim que cada um se habitua ao mesmo, todo o jogo fica um pouco mais fácil, o que é bom para os jogadores pois este título é bastante difícil, o mais difícil já criado pela FromSoftware até agora.
Em relação aos inimigos e à sua IA, posso dizer para já que ambos estão muito bem concebidos e trabalhados. Existem milhares de tipos de inimigos e, dessa forma, variados tipos de combate dos próprios, o que torna todo o Elden Ring muito dinâmico e não repetitivo. Estes são bastante imprevisíveis e podem surpreender muitos pelas suas habilidades e formas de lutar, pelo que os jogadores não devem subestimar os inimigos, especialmente os mais fracos ou com um aspeto mais fraco.
Desta forma, sobre me apenas tempo nesta secção para atribuir 10/10 valores ao combate de Elden Ring, por este ser o mais formidável, brutal, dinâmico e diversificado e, sem sombra de dúvidas, o melhor combate já concebido e executado pela lendária japonesa FromSoftware.
Ambientação — a mais impressionante de todos os tempos
Um dos aspetos que mais me impressiona nos títulos da FromSoftware é a ambientação presente nos próprios, pela sua elevada dinâmica e grande diversidade e ainda pelas enormes dimensões que apresentam, oferecendo aos jogadores inúmeras horas de gameplay simplesmente impressionantes.
Durante o título vamos explorar e lutar por toda uma localização com imensa vida e cheia de possibilidades que apresenta imensa vegetação, bases inimigas e ainda grandes construções e monumentos, uns à superfície e outros subterrâneos, podendo já dizer que todos estes são fenomenais e de cortar a respiração.
Toda a ação e aventura de Elden Ring passa-se num mundo negro de fantasia conhecido por “Lands Between”, um lugar quase infinito onde o mistério predomina, assim como o perigo que espreita a esquina a toda a hora, não dando qualquer descanso aos que se aventuram por estas terras.
Todo este mundo de fantasia presente em Elden Ring é de veras bastante impressionante, muito pela sua elevada complexidade e dimensão. Todo este está bastante bem detalhado e apresenta uma variedade de combinações de cenários como ruínas, florestas, fortalezas, acampamentos e muitas mais. Toda a dinâmica e vivencia que estes espaços apresentam, juntamente com os inimigos presentes, revela toda uma complexidade e imersividade no abrangente mundo onde este título se passa.
Todos os cenários presentes em Elden Ring, como já referi acima, quer sejam ruínas ou zonas mais abertas, como uma floresta ou planície, são também áreas bastante interessantes de investigar, tendo muitos segredos escondidos por se revelar, assim como um elevado detalhe, o que revela o emprenho da FromSoftware neste título.
Em termos de interação, todos os cenários são bastante interativos, o que torna os confrontos mais dinâmicos e não tão repetitivos, o que é fantástico. Em termos de elementos naturais, existem inúmeros e todas as suas interações com os cenários são simplesmente muito realistas e muito bem concebidas.
Assim sendo, também nesta categoria, optamos por dar pontuação máxima em matéria de ambientação de Elden Ring, por estar extremamente bem concretizada e idealizada, sendo por isso uma das mais deslumbrantes e impressionantes da já feitas num RPG e a melhor já desenvolvida pela FromSoftware.
Qualidade gráfica e desempenho — simplesmente perfeitas
Antes de passar para o veredito, é ainda necessário falar acerca da qualidade gráfica e do desempenho do novo Elden Ring. Antes, estes não eram pontos muito fortes numa análise mas, como hoje existem variados tipos e configurações de computadores, este ponto é muito importante para os consumidores do mundo do gaming e, por isso, vamos aqui analisar a qualidade gráfica e do desempenho do novo título da FromSoftware.
Começando pelo desempenho, para o meu PC que contém uma Nvidia Geforce RTX 3070, da MSI, com 8 GB de VRAM DDR6; um i7-11700K, da Intel, com 8 núcleos e uma frequência turbo de 5.0GHz; e ainda 32 GB de memória RAM DDR4, da G.SKILL; o desempenho no mesmo foi bastante positivo, não tendo tido quaisquer quedas ou grandes perdas de performance durante a minha gameplay.
Analisando isto melhor, Elden Ring rodou sempre com os gráficos no Ultra e, nesta qualidade, o jogo usou bastante memória da minha RTX 3070, tendo uma performance acima dos 60 fps e conseguindo aproveitar os 240Hz que o meu monitor tem para oferecer, o que é fantástico, não mostrando por isso má otimização. Isto mostra o alto empenho da FromSoftware para mais uma vez não desiludir nenhum fã como muitos outros estúdios acabam por fazer.
Passando agora para a qualidade gráfica, tenho a dizer que, o ULTRA Settings torna o Elden Ring simplesmente deslubrante e de cortar a respiração, elevando ao máximo toda a ação do RPG, o que é magnífico, o que me deixa mais uma vez bastante satisfeito com toda a equipa da FromSoftware.
Juntamente com a magnífica e impressionante ambientação que já vimos mais acima, a qualidade gráfica fica ainda mais bonita e extraordinária. Todos os cenários e elementos dos mesmo não apresentaram quaisquer faltas de renderização durante a minha gameplay, tenha esta tido muitos ou poucos elementos no meu campo de visão, o que também revela que o Elden Ring está muito bem polido neste aspeto.
Relativamente à qualidade gráfica nas cutscenes do título, posso dizer que esta manteve-se exatamente igual à já referida nos parágrafos acima, não tendo visto nada por renderizar e, isto é algo bastante positivo para o novo título da japonesa e que mostra o empenho da mesma neste título.
Veredito — a mais épica obra-prima da FromSoftware
Após uma longa espera em silêncio de três anos e um anúncio que empolgou muitos na E3 2019, Elden Ring é de facto um dos melhores RPGs já lançados para o mercado gaming e, definitivamente o melhor e mais ambicioso título da FromSoftware, continuando a manter a tradição de elevada dificuldade, provavelmente a maior do mercado, algo pela qual a From Software é conhecida e aclamada.
Este jogo fez-me ficar colado ao meu monitor horas a fio pelo seu maravilhoso e extensivo mundo aberto, assim como pela sua dinâmica e fluída jogabilidade, e também pelo seu brutalíssimo combate. Ao mesmo tempo, a raiva de morrer inúmeras vezes para inimigos ou bosses, o tradicional Dark Souls, também me fez ficar viciado no título, a tentar avançar na narrativa do mesmo.
Finalmente, gostava de agradecer, em especial, à Playnext que representa a Bandai Namco Entertainment em Portugal, tendo permitido a possibilidade de poder jogar e analisar este fantástico título, do mesmo modo que congratular a japonesa FromSoftware por este título bem conseguido e que foi, para mim, o melhor que já produziram até aos dias de hoje, sendo o meu favorito do estúdio depois de Bloodborne.
Obviamente, não podería deixar de pontuar este jogo com a pontuação máxima (algo que fazemos raramente), assim como recomendá-lo a todos, principalmente aos fãs do lendário estúdio japonês, que não se irão arrepender de o jogar, por este título ter presente todos os elementos presentes em Dark Souls, Bloodborne, Demon’s Souls (2009) e Sekiro: Shadows Die Twice, tendo também todo o novo estilo de Elden Ring que, é assim, mais uma obra-prima da FromSoftware.