Análise de Dying Light 2 — a sequela muito aguardada: Review

Dying Light 2 é a tão aguardada sequela da famosa franquia de zombies, e traz-nos uma nova e arrepiante aventura. Parkour, a luta pela sobrevivência, uma procura por respostas e mortos-vivos são o que constrói o mundo de Dying Light 2. Este título é o novo grande passo da famosa franquia que nos deixa colados ao ecrã e a pedir por mais sempre que desligamos o jogo.

Em comparação ao seu antecessor o novo título é uma melhoria tanto a nível visual como a nível de gameplay. A história e os seus personagens também são completamente novos e prometem uma nova aventura e uma nova perspetiva relativa ao universo da franquia.

Aiden Caldwell é o protagonista deste novo jogo, e é levado à cidade de Villedor para encontrar respostas às perguntas do seu passado. Em contraste a Kyle Crane do primeiro jogo, o diálogo de Aiden irá depender um pouco do jogador sendo que em vários diálogos temos a hipótese de escolher o que o protagonista irá dizer, sendo que em algumas situações a escolha de diálogo irá mesmo afetar porções do jogo e da história.

História e Protagonista

Como já referido a nova história segue Aiden Caldwell, um viajante e mensageiro também conhecido no jogo por “Peregrino”, que viaja até à cidade de Villedor 15 anos após o início da epidemia do vírus Harran. A aventura de Aiden leva-nos a explorar a cidade considerada como a “última esperança da humanidade”.

A história revelou-se cativante do princípio ao fim, ainda mais do que o título anterior. Existem momentos cómicos, momentos de reflexão e até momentos tristes que confesso que me deixaram realmente triste com a perda de personagens fictícios. A história também nos leva a simpatizar com 2 fações presentes em Villedor, e que nos faz rapidamente aperceber que tanto uma como outra têm boas intenções apesar nas suas diferenças de alinhamento e que na realidade não devemos simplesmente esquecer uma em favor da outra.

Como já dito anteriormente o protagonista tem o poder de escolha em determinados momentos. As nossas escolhas de diálogo enquanto Aiden irão influenciar a maneira como o enredo decorre, sendo que certos segmentos poderão ser completamente omissos da playthrough de um jogador, oferecendo um muito bem-vindo valor de re-jogabilidade. Devido a este poder de escolha será mais fácil simpatizar com Aiden visto que conseguimos entrar um pouco mais na sua pele do que quando comparado a Kyle Crane.

Mapa e Fações

O mapa de Villedor é na sua totalidade muito maior do que os mapas de Dying Light ou da sua DLC, Dying Light: The Following. No entanto o mapa do novo título é subdividido em duas secções principais e contem ainda algumas secções lineares que são apenas usadas como zonas de transição em determinados momentos da história.

O novo mapa está repleto de interiores detalhados e que oferecem acesso ao jogador para explorar e tirar proveito. É também de notar o fantástico layout oferecido que beneficia o todo o sistema de parkour (corrida, escalada e combate acrobático). Quando a construção deste enorme cenário é combinada com o fantástico trabalho de som obtém-se uma fantástica imersão; por toda a cidade podemos ouvir gritos de agonia, pedidos de ajuda, sons de combate entre humanos e mortos-vivos, as sirenes e sinos que avisam a chegada da noite e ainda os sons demoníacos e arrepiantes dos diversos zombies que estão nas ruas por debaixo dos telhados que percorremos.

As fações são um novo fator importante que altera um pouco a dinâmica do jogo, visto que diferentes zonas da cidade são controladas por Sobreviventes ou por Pacificadores, as duas fações principais do jogo. Existem ainda zonas que não são controladas por ninguém e cabe-nos a nós decidir a qual das fações iremos passar o controlo destes novos territórios. Estas escolhas também afetarão o visual do mapa e algumas funcionalidades presentes, sendo que quantos mais territórios uma fação tiver mais ajudas e e edifícios relacionados a dita fação poderemos encontrar. Uma mecânica inovadora na franquia e certamente muito bem-vinda, devido à dinâmica que oferece.

Quanto a estas duas fações digo com grande afirmação que a Techland fez um ótimo trabalho em construi-las. Como já referi o jogo consegue levar-nos a ter uma simpatia  com ambas apesar das suas grandes e óbvias diferenças. Enquanto os Peacekeepers possuem uma hierarquia militar bem definida e melhor capacidade ofensiva e defensiva contras as hordas de mortos-vivos, os Survivors possuem um maior espírito de entreajuda e uma melhor capacidade de reconstrução. É aqui que aplaudo a Techland por conseguir de forma implícita transmitir ao jogador que estas duas cativantes fações não conseguem sobreviver uma sem a outra apesar das diferenças e do conflito.

Parkour e Combate

O conhecido sistema de parkour da franquia foi melhorado e oferece uma enorme fluidez, tornando-o num dos melhores sistemas até à data. O jogo possuí um sistema de habilidades que podem ser redimidas por quanto mais parkour se fizer aumentando e melhorando a mobilidade de Aiden. Esta mecânica mesmo sem nenhuma das melhorias referidas também consegue tirar um grande proveito de todo o layout construído para o mesmo. No entanto, encontrei glitchs ocasionais que impediram o personagem de subir uma beira como deveria ou então prende o personagem no lugar, sendo que numa determinada altura fizeram com que morresse para uma perseguição de mortos-vivos custando-me o enorme bónus noturno que já tinha adquirido.

O sistema de parkour também pode ser melhorado através das fações, visto que a reclamarmos territórios para os Survivors em troca o mapa passa a ter mais adereços e engenhos de ajuda à mobilidade, intersectando assim dois sistemas bem distintos. Devido ao enorme papel que este tipo de corrida tem no jogo a Techland também o integrou novamente no combate. Assim, Dying Light 2 apresenta um sistema de combate muito fluído cujo limite será mesmo a habilidade e potencial do jogador em controlo de Aiden.

Para defesa temos à escolha um enorme arsenal de armas corpo-a-corpo que podem ser melhoradas, objetos de arremesso, arcos e bestas e ainda armas de fogo. O sistema de condição das armas continua presente neste título impedindo o jogador de se apegar demasiado a determinada arma. Um detalhe que deve ser mencionado neste sistema é o som das armas quando a sua condição está em baixo, que acaba por transmitir a sensação que poderá partir-se toda nas nossa mão a qualquer momento.

Inimigos e Imunidade

Os inimigos em Dying Light 2 continuam idênticos ao seu antecessor. Diversos tipos de infetados que se tornam mais numerosos e perigosos à noite e que acabam por fazer o jogador pensar duas vezes antes de entrar em combate. Para além disso, novas categorias de zombies também foram adicionados devido às condições adversas presentes em determinadas zonas de Villedor.

Como seria de esperar também existem inimigos humanos, mais inteligentes e ágeis que os infetados. Estes inimigos também são diversificados e o combate contra eles será bastante diferente visto que conseguem bloquear, esquivar, atacar de longe usando arcos e arremessáveis e dependendo do inimigo também podem atacar de forma errática fazendo o jogador mudar a estratégia e contribuindo assim para uma gameplay mais diversificada.

O sistema de Imunidade é a nova mecânica adicionada à franquia e altera a maneira de jogar, visto que o jogador não pode passar muito tempo numa zona escura ou à noite sem exposição a luz ultravioleta. Isto relembra a mecânica da Malária presente em Far Cry 2 que requeria ao jogador abrandar a doença através de comprimidos tomados periodicamente, mesmo em momentos críticos. O sistema de Imunidade é um tipo de mecânica que não se vê em muitos jogos e apesar de não ser algo novo é certamente algo bem-vindo.

Foi também este sistema que fez com que eu morresse devido ao glitch que já descrevi anteriormente, visto precisar de encontrar uma zona com luz ultravioleta urgentemente e ao tentar fazê-lo acabei por ver-me a fugir de uma horda de mortos-vivos nos telhados de Villedor. Noutra ocasião consegui chegar a uma zona ultravioleta mesmo antes do temporizador da Imunidade chegar ao fim. Este novo sistema será certamente algo analisado pela concorrência que será muito bem-vindo em futuros jogos tanto da franquia como noutras franquias.

Veredito

Dying Light 2 apresenta-nos não só uma aventura contada pela história do jogo, mas também uma série de aventuras criadas pelas nossas ações sempre que entramos neste mundo pós-apocalíptico, e quanto mais se aumentar a dificuldade do jogo mais inesperadas e engraçadas serão estas aventuras.

Também é verdade que se poderá encontrar o bug ocasional em alguma textura ou que impeça o movimento durante uma maratona de parkour, no entanto, não são apenas ocasionais e certamente que não arruínam a experiência. Este título não só é um grande regresso da franquia como também é a sequela que ela merecia; faz jus ao seu nome e também o expande abrindo novos horizontes e oportunidades. Dying Light 2 merece que o jogador regresse mesmo depois de ter acabado a história e é certamente digno de mais do que uma playthrough.

Por fim, gostaria apenas de agradecer a cedência por parte da Premier Communications de uma cópia de Dying Light 2 que possibilitou ao MaisTecnologia analisar esta sequela tão aguardada da série Dying Light, que foi um sucesso no passado. Acreditamos que o novo jogo tem todas as hipóteses para ser bem-sucedido no futuro.

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