‘Youtubers’ portugueses declaram guerra ao bom senso

A Internet está de novo ao rubro. Os ‘youtubers’, jovens que rapidamente escalam para a perigosa posição de manipuladores de consciências, sobretudo as de mais tenra idade e formação, receberam recados de várias figuras públicas, e pelos vistos querem estar imunes a críticas.

A carta aberta por Nuno Markl, autor de vários programas de rádio em Portugal, dirigida aos ‘youtubers’ nacionais não caiu bem no seio da comunidade. O apelo ao bom senso, escrito em tom harmonioso e pacifista, não foi recebido com agrado por um número alargado de ‘youtubers’ portugueses. Ana Galvão, que além de também apresentadora de rádio partilha o papel de mãe, surgiu em reforço da necessidade de moderação dos conteúdos que estes jovens elaboram. O recurso massivo a expressões sem valor linguístico e de baixo nível está no centro das críticas.

Do outro lado da barricada Tiagovski, parece ser o ‘youtuber’ nacional mais irritado com toda esta situação, e também o que vídeos com conteúdos, nomeadamente linguagem, mais impróprios produz. Como diz a ‘sabedoria popular’, sábia nestas coisas de sensibilidade e bom senso, «Tiagovski basicamente enfiou a carapuça». De imediato utilizou os seus seguidores como reféns para um escudo humano capaz de gerar os mais desagradáveis comentários nos mais variados sítios da Internet. O primeiro vídeo praticamente insulta Nuno Markl e todos os que defendem o bom senso na Internet, como que apelando uma descida ao submundo.

Para elucidar mais pais e ridicularizar a conduta reprovável de Tiagovski, Joana Marques da Antena 3 levou o seu triste episódio para o programa ‘Extremamente desagradável’, caricaturando-o.

Tal posição da radialista mereceu de imediato nova chuva de ataques através do Twitter, exibindo a fraca qualidade da sua ortografia com um questionável ‘prenunciar’.

Confrontados com ameaças, insultos e outras demais situações reprováveis, Nuno Markl e os demais vieram ressalvar que se tratou apenas de um manifesto a pedir mais qualidade na Internet portuguesa e moderação na linguagem.  Markl explica que há “alguns youtubers que não perceberam: a) Que não estávamos a falar de TODOS os youtubers, mas só de ALGUNS; b) Que não queremos mal a esses youtubers, apenas que os pais acompanhem e se interessem mais por aquilo que os filhos vêem no YouTube; c) Que não faz muito bem aos miúdos ouvir influenciadores a influenciá-los a mandar as mães para o crlho. Se calhar há mães que não se importam e nós é que somos uns botas de elástico. Mas eu acho sempre que mandar para o crlho alguém que passou pela seca de nos carregar 9 meses no ventre, que aguentou as nossas birras nocturnas, nos limpou o rabo repleto de trampa e tem a trabalheira e a despesa de nos criar, merece algo melhor”.

A questão vai ainda mais longe, podendo nos comentários encontrar-se o desabafo sobre a tristeza de Markl: “Não fazia ideia que chegava a este ponto, de aconselhar seguros de saúde e marcar porrada com senhoras.” 

Joana Marques aproveitou também a sua presença nas redes sociais para esclarecer que, tal como Ana Galvão“O fim‑de‑semana foi muito isto. É a derradeira prova de que os pais não sabem mesmo o que os filhos fazem online. Acredito que a linguagem de carroceiro e o teor das mensagens faria corar de vergonha a maioria das mães. Agora a vida segue, amanhã é segunda-feira e há trabalho para fazer (ou aula de físico-química, dependendo do caso). Se continuarem a portar-se mal chamamos a Supernanny”.

Pelos vistos a nova geração de youtubers, que possui um recurso fantástico, não sabe utilizar nem a língua portuguesa, nem a comunicação, muito menos a liberdade de expressão que lhe foi confiada por outras gerações.

O episódio está longe de ter terminado, mas mostra bem o estado de um país, que triste continua a aplaudir o que de mais baixo existe: a violência! O bom senso dá sinais de ter ido para cada vez mais longe, e a fogueira dos insultos está capaz de fazer mais mortes do que os incêndios que tragicamente assolaram o país. «Assim vai este país….»

 

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