90% das empresas portuguesas vê a otimização de operações como o principal fator de motivação para a adoção da IA. Segue-se o aumento das vendas (37%) e a melhoria da experiência dos clientes e utilizadores internos (32%). A conclusão é de um estudo da Minsait, que mostra ainda que um dos principais obstáculos para 39% das organizações nacionais é a falta de um modelo de governação de dados e a sua gestão.
O relatório centra-se nos dados das mais de 130 empresas nacionais que participaram num inquérito que decorreu até março deste ano, em parceria com a AESE Business School.
É que com a crescente presença da IA no mundo empresarial e tecnológico, as empresas estão a começar a definir as bases para incorporar este recurso nos seus processos e poderem capitalizar todo o seu potencial de crescimento.
“Sabemos que a IA tem um potencial enorme para transformar positivamente a forma como vivemos e trabalhamos. Ao longo do último ano, temos vindo a assistir a uma verdadeira revolução da IA, com esta tecnologia a colocar-se no centro dos debates nacionais e internacionais, ainda com várias questões em aberto, nomeadamente no que toca à regulamentação e também sobre o verdadeiro impacto que a IA poderá ter”, afirma Vicente Huertas, Country Manager da Minsait em Portugal.
O trabalho confirma que, embora as empresas de todos os setores tenham por base um baixo nível de adoção da IA, estão conscientes do desafio que implica promover e captar todo o seu valor à medida que esta tecnologia avança. Inclusivamente, muitas estão já a lançar-se na implementação concreta, especialmente de IA generativa, o que deu origem a um elevado número de referências numa fase muito anterior ao que normalmente acontece com outras tecnologias emergentes.
Atualmente, só 10% das empresas, a nível global, tem um plano de IA totalmente integrado nas suas estratégias. E apenas 36% destas já começou a desenvolvê-lo, enquanto três em cada quatro planeia tê-lo a médio prazo, o que demonstra a importância estratégica que a IA terá nos negócios.
Entre as empresas portuguesas que já iniciaram este caminho, de acordo com a mesma fonte, 90% fizeram-no com a motivação de incorporar a IA na otimização de operações e redução de custos, 37% para aumentar as vendas e 32% para uma evolução da experiência dos seus clientes e utilizadores internos. De forma geral, existem reservas quanto à exploração de outras áreas ou à facilitação de ações autónomas por parte da IA; e, pelo contrário, prevalecem os casos de uso relacionados com a evolução das operações.
Entre as áreas da cadeia de valor em que as organizações portuguesas estão a aplicar a IA, destaque para o desenho de produtos e serviços (93%), operações de cliente (85%), estratégia (85%) e vendas (80%).
Ao nível global, das empresas que participaram no estudo, 78% das organizações já possuem infraestrutura na cloud para promover a inteligência artificial e uma em cada três possui acordos com parceiros tecnológicos especializados.
Fonte: Minsait