O nível baixo de industrialização e o ritmo lento da transformação digital são os entraves identificados no relatório da Fitch Solutions para as empresas não estarem muito entusiasmadas com o potencial das tecnologias de quinta geração. O 5G será a rede dominante a médio prazo, quem o está a receber com grande entusiasmo são os utilizadores individuais.
Com a chegada de novos operadores, a análise da consultora internacional prevê também fusões para ultrapassar a saturação e a reduzida dimensão do mercado nacional.
O 5G chegou a Portugal em finais do ano passado e espera-se que a sua cobertura seja rápida, tendo em conta os recentes avanços feitos na infraestrutura pelas operadoras no território nacional.
A análise feita pelos especialistas da consultora internacional, com sede em Londres, avaliou a conjuntura económica, social e tecnológica, projetando o futuro do sector das Telecomunicações, em Portugal, até 2031. O que já é certo nestas previsões é que a tecnologia 5G se vai tornar dominante a médio prazo, mas não terá um papel preponderante no sector empresarial.
As razões para tal são as condições estruturais que historicamente têm sido apontadas como desvantagens crónicas a dificultar a competitividade das empresas portuguesas. Segundo os autores, a indústria avançada em Portugal “ainda é modesta”, oferecendo poucas oportunidades aos operadores para apostarem neste segmento.
Os utilizadores individuais, mesmo que não venham a ganhar tanto quanto a indústria poderia ganhar, representam, no entanto, o caminho mais seguro para as operadoras recuperarem o investimento, mas há outros desafios a surgir no horizonte, com a entrada de mais concorrentes.
Embora o contexto regulatório seja “favorável” e os esforços para melhorar as infraestruturas também seja outro aspeto positivo apontado, será difícil contornar a saturação e a reduzida dimensão do mercado, bem como o “baixo” poder de compra da população portuguesa.
Os esforços dos investidores que queiram competir no segmento das redes 5G são bem acolhidos pela entidade reguladora, mas a cobertura rural não é economicamente atrativa para os recém-chegados. Embora a escolha dos consumidores continue a ser limitada, essa situação não poderá ser remediada através da regulação dos preços ou da cobertura.
Do mesmo modo, as novas empresas poderão não ter os meios nem tão-pouco a “ambição” para desafiar o status quo das grandes empresas, conclui, ainda o estudo.
Fonte: Fitch Solutions